História Econômica Geral: Feudalismo E Revolução Industrial
Trabalho Universitário: História Econômica Geral: Feudalismo E Revolução Industrial. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: killercharming • 23/10/2014 • 1.299 Palavras (6 Páginas) • 725 Visualizações
1 - O Império Romano do Ocidente dominava uma grande parte da Europa, possuía um sistema de estradas que interligava todas as partes do império, tinha um sistema escravista e era essencialmente agrário. Porém, a partir do século III, devido a debilidade econômica, política e social e com dificuldades para proteger suas fronteiras, o império romano foi alvo de sucessivas invasões das tribos bárbaras germânicas e eslavas. O império entrou em ruína e o caos que se instaurou iniciou um processo de desagregação do império, a população assustada procurou proteção no campo, tendo como consequência uma interiorização do império romano. Isso resultou em um novo tipo de sociedade, a sociedade feudal, baseada na combinação dos valores e costumes romanos com os dos povos bárbaros.
A economia feudal era de subsistência, baseada na agricultura. Os servos produziam apenas o necessário para as suas sobrevivências e para a sobrevivência de seus senhores feudais, não havendo assim, excedente. Por não haver excedente, o comércio era inexpressivo. O sistema de trocas era uma atividade comercial comum no feudalismo, existiam as grandes feiras nos burgos, entretanto, a circulação de moeda ocorria em pequena escala. Grande parte da renda dos senhores feudais eram advindas das tributações cobradas dos servos. E no caso da Igreja, os dízimos eram responsáveis por uma parcela da riqueza que a mesma possuía.
Segundo o Bispo Adalberon de Laon: "Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros". A sociedade feudal era constituída por três classes: sacerdotes, guerreiros e trabalhadores. O trabalho era agrícola, as terras eram divididas em feudos e cada feudo tinha um senhor feudal. A terra cultivável era dividida em duas partes, uma pertencia ao senhor e a outra aos servos, como eram chamados os trabalhadores. Os servos trabalhavam tanto nas suas terras como nas terras do senhor e, além disso, tinha que dar uma parte de sua colheita para o senhor feudal. Os servos deveriam cumprir uma série de obrigações, entre elas: corveia, talha, banalidades, capitação, dizimo, mão morta, entre outras. Os senhores feudais eram os detentores dos meios de produção e entre suas obrigações estava proteger os servos. A Igreja era a mais poderosa e duradoura instituição na Idade Média e foi a maior detentora de terras do feudalismo. O clero era responsável por cuidar da vida religiosa e ética de toda a sociedade feudal, tinha tanto prestígio que ocupava funções políticas e administrativas. A mobilidade feudal também era quase inexistente e a situação do cidadão era decidida desde o seu nascimento.
As Cruzadas impulsionaram o comércio pois, quando iam ao Ocidente, os cruzados viam comidas, roupas e objetos requintados até então desconhecidos surgindo assim um mercado para esses produtos. “Elas ajudaram a despertar a Europa de seu sono feudal, espalhando sacerdotes, guerreiros, trabalhadores e uma crescente classe de comerciantes por todo o continente; intensificaram a procura de mercadorias estrangeiras; arrebataram a rota do Mediterrâneo das mãos dos mulçumanos e as converteram, outra vez, na maior rota comercial entre o Oriente e o Ocidente.” (Dobb, 1936, p. 20). Essa rota comercial propiciou um renascimento comercial na Europa e foi de extrema importância para o crescimento do comércio a longa distância. Os pequenos mercados se transformaram em grandes feiras, onde vendedores de todas as regiões vendiam seus produtos, as feiras eram tão grandes que existiam cidades comerciais como por exemplo a cidade de Bruges ao norte e Veneza ao sul. Além da troca de mercadorias as feiras eram responsáveis pela grande circulação de moeda, esse crescimento tanto na circulação de moeda quanto nas atividades comerciais foram de extrema importância na transição do feudalismo para o capitalismo. O crescimento do comércio fez surgir nas potências econômicas europeias o desejo de ampliar seus mercados e na busca por riquezas e matérias-primas essas potências iniciaram o processo de colonialismo. Além disso, viram no colonialismo uma saída para a grande explosão demográfica que a Europa estava sofrendo.
Muitos fatores contribuíram para a desagregação do modo de produção feudal. Para Paul Sweezy, uma série de fatores foram responsáveis pela transição do feudalismo para o capitalismo, são eles: a revolução comercial; o grande crescimento demográfico e o do comércio; o surgimento de uma burguesia comercial das corporações de ofício; a cobiça do senhor feudal que não estava mais satisfeito com a economia de subsistência e queria um excedente para poder entrar no mercado; e a política de cercamento, as terras dos servos foram tomadas e consequentemente houve uma grande urbanização das cidades, e não tendo mais suas terras e nem para quem servir, os servos se viram obrigados a oferecer sua força de trabalho em troca de um salário para que pudessem sobreviver.
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