História: Novos Objetos
Por: kkarlarosa • 23/8/2018 • Resenha • 424 Palavras (2 Páginas) • 242 Visualizações
LE GOFF, Jacques. História: Novos objetos. Rio de Janeiro: F Alves, 1976
No texto História: Novos objetos¸ Jascques Le Goff descreve que vivemos sem a possibilidade de refletir sobre nosso próprio corpo. A doença como a morte nos transpassa. Podendo ser ela de pura contingência ou de absoluta necessidade. Sua palavra não é para o doente se não a oscilação entre o incidente e a lei. É o corpo o ausente da linguagem, o local do desejo e da infelicidade. Os historiadores vêm renovando o voto de Michelet, partindo para a presença da própria vida, procurando enumerar, contar, estabelecer quadros, tudo que pode fazer parte do espaço do número. Tentando expor as dificuldades, o objetivo de uma história da doença. A medicina antes de se tornar uma técnica unia a doença e a experiência do doente. O historiador fez da doença uma de suas narrativas obrigatórias. A peste como doença, constituiu em si uma história. Os historiadores procuram elementos de uma história positiva nos arquivos médicos ou administrativos, perseguindo o destino particular de cada doença.
O autor trata que todo diagnóstico exige uma tradução, fazendo assim com que duas histórias possíveis. A primeira é a história natural da morbidade, perseguindo o destino particular de cada doença. Os homens são uma peça de um sistema de seres vivos que se define pelo equilíbrio interno. O segundo é o caminho antropocêntrico que releva a presença da doença nas sociedades medievais e modernas. As pesquisas médico-administrativas reconheceram também as doenças cotidianas. Confirmando que por menor que seja o acontecimento ela pode dizimar uma população. Porque a doença inicialmente atinge os pobres, permanecendo seletiva. Sendo a doença um elemento de desorganização e reorganização social.
Le Goff nos dias que a doença é um fator significativo, ela não é pensável, ela refere-se ao discurso histórico da medicina e das instituições médicas. O corpo torna-se espaço neutro que se abre para a observação e o saber. O hospital perturba e deturpa a observação. Não existe palavra possível se não por causa do corpo.
Os arquivos para os historiadores, o cotidiano para o médico traz o imaginário do corpo, o prazer, a sexualidade, recusas e vergonhas, das perturbações do corpo e do espirito que o acompanha. A profissão do historiador é poder considerar todo arquivo como produto de uma operação. A história testemunha a doença, que se tornou um objeto de pesquisa, teses e revistas inteiras. A doença é precisamente a experiência, fazendo com que o historiador a perceba, interrogando a relação entre doença, corpo e o estatuto da sua linguagem.
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