Histórias em Quadrinhos e a 2ª Guerra Mundial
Por: Gisele Siqueira • 5/7/2016 • Artigo • 1.505 Palavras (7 Páginas) • 357 Visualizações
Histórias em Quadrinhos e a 2ª Guerra Mundial Capitão América e Mulher Maravilha: Super-heróis como ferramenta ideológica As Histórias em Quadrinhos (HQ’ s) surgiram no inicio do século XX advindos do avanço da imprensa, sendo assim, possibilitando o desenvolvimento de meios de comunicação de massa. Inicialmente as HQs eram de caráter humorístico e por esse motivo levou o nome de comics (cômicos), termo em inglês que é usado até os dias atuais. Após a quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929, os quadrinhos invadiram o gênero da aventura e no final da década de 30, surge o primeiro super-herói que possuía identidade secreta, o superman, criado pela DC comics, que muitos destacam como o personagem que marca do início da era de ouro dos quadrinhos. Logo após, teria início a 2ª guerra mundial e sendo observado como importante meio de comunicação da época, os quadrinhos logo despertaram interesses políticos, “Vários personagens se alistaram e foram para a guerra, e os quadrinhos se tornaram armas ideológicas para elevar a moral dos soldados (JARCEM, 2007)”. Surge aí, o maior ícone da guerra, o Capitão América. O Capitão América foi criado pela Marvel e teve sua primeira aparição em 1941, ano em que o EUA entra na guerra, logo após o ataque a base de Pearl Harbor, “era necessário usar os meios de comunicação de massa para unificar a população, despertar o nacionalismo, levantar a moral e, claro, fazer
com que os inimigos parecessem monstros.” (COGGLIOLA, 1995). Inúmeros são os signos que podemos identificar no Capitão América como forma de representar o cidadão americano exemplar: Steve Rogers (real identidade do personagem) fazia aniversário no dia 4 de julho (dia da independência dos EUA), mesmo não possuindo condições físicas para fazer parte do exército, inúmeras foram as tentativas de alistamento, pois o mesmo estava horrorizado com o caos trazido pelos nazistas: “Rejeitado devido as suas enfermidades, Rogers não desiste e assim, o general Chester Philips oferece-lhe uma vaga na operação renascimento. Aceitando rapidamente a proposta, Rogers recebe uma dose do soro superdosado e é exposto a radiação para amplificar a eficácia da fórmula, conseguindo assim um corpo perfeito, segue-se um extensivo treinamento físico e de combate, e Rogers torna-se a ‘ arma suprema do exército e a encarnação do espírito de luta da América’ .“ (BEARLEY, 2005) O traje do capitão América era das cores da bandeira dos Estados Unidos e sua única arma era um escudo, simbolizando que a América só atacava pra se defender. Além disso, em sua primeira edição, lutava contra o próprio Hitler: Figura 1 - Capa da primeira revista do Capitão América. Disponível em < http://guia.folha.uol.com.br/passeios/ult10050u954076.shtml > Acesso em 21 out 2015
Seus principais inimigos, o Barão Zemo e o Caveira Vermelha tinham ligação direta com o partido Nazista. Ou seja, O capitão América era a pura representatividade do ideal de liberdade Americano e de que os Nazistas eram o principal inimigo. Saindo um pouco do universo masculino (mas não muito), em 1942 surge a primeira super-heroína das histórias em quadrinhos, a mulhermaravilha. Ela tinha uma função importantíssima na guerra, de mostrar as mulheres que agora elas tinham de ser fortes e ocupar o lugar dos homens, já que estes estavam exercendo seu papel de cidadão americano: lutando na guerra. Na história original da Mulher Maravilha, esta sai de sua ilha natal para ajudar os EUA durante a guerra, ou seja, isso queria dizer que as mulheres deveriam sair de seu lugar original (seu lar) para ocupar o lugar dos maridos na chefia da família e nos postos de trabalho. Ela também trajava um uniforme com as cores da bandeira americana da mesma forma que o Capitão
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