Iconografia
Por: cate_santos • 6/1/2016 • Trabalho acadêmico • 6.003 Palavras (25 Páginas) • 380 Visualizações
1ª aula 13/10/2011
A Revolução Industrial teve berço na Grã Bretanha, onde se vivia numa monarquia parlamentar. Existia uma burguesia que para além de comerciante era muito empreendedora, factores que influenciaram o aparecimento da máquina a vapor. James Watt foi uma figura fundamental nesta fase devido às suas experiências, que permitiram integrar a máquina a vapor: no sector de ponta da época, o têxtil (que tinha evoluído em toda a Europa, mas que só na Grã Bretanha no séc. XVIII é que abandona a força física para adaptar a força da máquina); e ainda adaptar aos navios britânicos, que movidos dessa forma eram mais rápidos, eficazes e valorizavam a frota.
Foi necessário aumentar a exploração das minas por forma a recolher o mineral que alimentava a máquina a vapor, o carvão. Estes factores também fizeram despertar o sector da metalurgia que faz com que haja uma grande produção de ferro, deixada a par do resto da Europa que não teve conhecimento de tais emersões.
Em 1760 é adaptada pela primeira vez às máquinas de tear e aos navios, quando o sector da metalurgia evolui a ponto de conseguir integrar o projecto. Tudo isto permitiu que fosse criado o comboio, que vai diminuir distâncias e diminuir o tempo de transporte de mercadorias, bens e pessoas.
Todos estes projectos fazem emergir engenheiros, que começam a formar-se em politécnicas, por forma a alcançar várias áreas que trariam respostas mais rápidas às necessidades desta revolução. Aliados a este grupo surgem os arquitectos mas em menor quantidade e com menos relevância.
Sendo que o estado nada tinha a ver com a revolução que se dava naquela época, a responsabilidade recaia nos empreendedores privados. Estes contrataram diversos engenheiros, por formar a organizarem as ferrovias e resolverem os problemas de terrenos (vales, rios), que caso contrário fariam a ferrovia ser interrompida ou ter grandes desvios, o que traria grandes desperdícios de tempo e dinheiro. Isso fez nascer a primeira ponte suspensa em 1760, feita de ferro (material mais eficaz da época) e que era entendida como uma estrutura industrial produzida em módulos, construída nas fábricas e exclusivamente montada com rebites no local exacto.
No resto da Europa estavam implementadas monarquias absolutas, nas quais a nobreza antiga assentava sobre a exploração dos trabalhos agrícolas.
Em Portugal só surgiram as primeiras linha férreas em 1856, que ligavam Lisboa ao Carregado; e 115 anos depois da primeira ponte suspensa na Grã Bretanha é projectada uma obra semelhante para superar um obstáculo, o rio Douro. Sendo que tinha um caudal bastante largo foi um grande desafio até para Gustave Eiffel, pois a ponte Dona Maria Pia (nome em homenagem à rainha da época) foi uma obra de dimensões nunca antes concebidas, que tornou o seu nome de dimensão internacional.
Estas estruturas requeriam grandes cálculos matemáticos e exactidão, desde o desenho técnico e do seu entendimento por parte dos operários da fábrica, à concretização do módulo. As peças estão todas prontas e basta serem ligadas no local, sendo que se o processo anterior não tiver sido rigoroso a ponte ruirá, já que tem o objectivo de suportar grande peso e precisa de uma boa sustentação por não ter quaisquer apoios sem ser nas extremidades em terra.
A nova cultura do projecto foi o que originou o design, começando no pensamento sobre método projectual aliado ao calculo e aos novos materiais utilizados. Era um trabalho purista, com uma produção completamente nova e com o objectivo de valer pela sua eficácia, não estava paralelamente ligado à ornamentação, baseava-se em rectas.
No séc. XVIII o ministro Sebastião de Carvalho e Melo, que se encontrava em Londres, envia uma carta a D. João V a criticar a construção das fábricas portuguesas pois pareciam palácios, quando o que importava era o que se fazia dentro delas mesmo que por fora fossem um caixote. Se fossem necessárias expansões, essas não iriam ser feitas para os lados, mas sim para cima com novos andares, fazendo com que a construção não precisasse de beleza, mas sim de um esqueleto de ferro que sustentasse o peso de toneladas das máquinas. Devendo ser puristas, sem adornos e tal como as de Inglaterra, terem capacidade para chegar aos 7 andares, já que mesmo sem paredes o edifício manter-se ia de pé.
Foi nesta fase que em Inglaterra surgiram nas fábricas os “open spaces”, espaços com paredes falsas colocadas onde fossem desejadas.
Os esqueletos de ferro começaram também a ser utilizados em gares (estações do caminho de ferro), estruturas que correspondiam a um novo design urbano que respondia às necessidades que as ferrovias trouxeram.
Até à Revolução Industrial o vidro era feito em pequenas quantidades, sendo considerado uma arte do fogo e do sopro. A maioria das janelas eram feitas com portadas, nas igrejas era feitos vitrais pois eram pedaços pequenos de vidro aos quais bastava juntar pigmento. Foi nesta fase que se começou a produzir vidros de grandes dimensões, capazes de integrar paredes de fábricas, permitindo um maior controlo dos operários pelos capatazes. O ferro aliado ao vidro, trouxe aos edifícios uma transparência até então nunca alcançada.
Esta Revolução permitiu abandonar o mundo dependente do campo e as monarquias de classes; para dar lugar a um mundo com uma economia aberta, industrial e de mercados, sustentada pela existência de transportes. Fez aumentar a esperança média de vida, a natalidade e descer a mortalidade, principalmente a infantil; com a evolução da medicina. No entanto este mundo trouxe novos males por volta do séc. XIX, o crescimento desmesurado em conjunto com a desorganização, fez com que houvessem falhas noutras áreas como nas infra-estruturas sanitárias que fazem surgir novos vírus sem controlo.
Em Portugal, o diplomata Sebastião de Carvalho e Melo, continua a avaliar situações de outros países em comparação com o seu, seguindo para a Áustria que a par da França, foram os dois primeiros a importar a máquina a vapor por forma a tentar acompanhar o crescimento e evolução de Inglaterra.
Ao voltar para Portugal, o país esta a ser regido por D. José, e em 1755 dá-se o terramoto de Lisboa. Este acontecimento fará com que sejam recrutados responsáveis pela reconstrução da capital, sendo os principais Sebastião de Carvalho e Melo e Manuel da Maia.
É Manuel da Maia que vai apresentar 5 soluções diferentes para a reconstrução, apresentando e desmontando as mesmas, por forma a serem analisados todos os pontos de cada uma. E em conjunto trabalhará com Eugénio dos Santos, que fará os projectos e plantas para a Lisboa Pombalina.
Uma das recompensas dadas a Pombal (Sebastião de Carvalho e Melo) é ser conde de Oeiras, no entanto é o único ministro que tem o seu busto numa estátua equestre de um rei, neste caso, D. José I que surge a cavalo.
É um homem que contraria a nobreza “terra a terra” e apoia a inovadora, comercial e industrial burguesia, valorização que também acontece em Inglaterra; e que expulsa os jesuítas de Portugal por forma a tornar o seu país mais moderno. No entanto como iluminista que era, manteve a sua atitude de déspota esclarecido, olhando para o passado com olhos de hoje (anacronismo).
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