Independência Das Colônias Espanholas
Artigos Científicos: Independência Das Colônias Espanholas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 6/11/2014 • 857 Palavras (4 Páginas) • 419 Visualizações
Independência das colônias Espanholas
Antecedentes
Desde que a América foi colonizada, no século XVI, as práticas adotadas pelas metrópoles europeias eram prejudiciais às colônias.
Estas práticas, associadas aos princípios do Iluminismo e aos ideais da Revolução Francesa, motivou a busca por independência política das colônias.
A oportunidade para conquista da independência surgiu quando o general francês Napoleão Bonaparte, no início do século XIX, passou a controlar os territórios da Espanha e Portugal.
Os movimentos de independência das colônias espanholas foram liderados por descendentes de espanhóis nascidos na América, chamados de criollos.
Os criollos
A sociedade colonial latino-americana era formada por diversas classes que estavam insatisfeitas com a situação em que viviam.
Porém, apesar das rebeliões de índios, negros e mestiços, a independência só aconteceu a partir do engajamento dos criollos no movimento.
Os criollos estavam insatisfeitos com o impedimento de exercer cargos políticos, apesar de constituírem elite econômica e cultural.
Além disso, muitos criollos haviam estudado na Europa, onde assimilaram as ideias revolucionárias iluministas e pretendiam aplicá- las nos movimentos de libertação das colônias.
Com a independência das colônias espanholas, os criollos poderiam assumir o governo dos novos países e aumentar os seus lucros vendendo diretamente as mercadorias produzidas.
As colônias espanholas
As colônias espanholas que haviam na América foram organizadas em quatro vice-reinos e quatro capitanias gerais.
Faziam parte dos vice-reinos a Nova Espanha, Nova Granada, Peru e Rio da Prata.
As capitanias gerais, por sua vez, eram formadas por Guatemala, Cuba, Venezuela e Chile.
A maioria se tornou independente nas primeiras décadas do século XIX.
As independências que ocorreram no México, na América Central e na América do Sul tiveram características diferentes.
México
O vice-reino da Nova Espanha tornou-se independente com o nome de México.
Em 1810, dois padres lideraram o movimento de independência: Miguel Hidalgo e José Maria Morelos. O primeiro foi fuzilado por espanhóis.
O padre Morelos defendia ideias liberais, como a abolição da escravidão, diminuição de impostos e aceitação de colonos em cargos civis e militares.
Estes ideias desagradavam a elite criolla, que passou a liderar o movimento. Em 1821, a independência do México foi proclamada pelo general criollo Agustín Iturbide.
América Central
As colônias centro-americanas seguiram o exemplo do México e se tornaram independentes da Espanha.
Em 1823, estas colônias formaram a Confederação das Províncias Unidas da América Central.
Em 1838, a Confederação se desmembrou em cinco repúblicas: Nicarágua, Guatemala, Honduras, El Salvador e Costa Rica.
A República Dominicana se tornou independente em 1844. Cuba obteve a sua emancipação só no final do século XIX.
No Haiti, uma revolta de escravos tornou este país o primeiro a conquistar a independência, em 1804. Além disso, tornou-se a primeira república negra da história.
América do Sul
Na América do Sul, a independência aconteceu através de dois movimentos liderados por San Martín e Simón Bolívar.
San Martín nasceu na Argentina, em 1778. Participou nos movimentos de independência do Chile, Peru e Argentina. Obteve ajuda do comandante inglês Lorde Cochrane, que também lutou na Confederação do Equador, no Brasil.
Vale lembrar que a participação da Inglaterra tinha uma forte motivação econômica, pois a América Latina representava um grande mercado para os produtos ingleses.
Simón Bolívar nasceu na Venezuela, em 1783. Apoiou a participação popular nos movimentos e defendeu a abolição da escravidão. Chegou a ser presidente da Grã-Colômbia, formada inicialmente por Colômbia e Venezuela.
Sugeriu a criação da Pátria Grande, uma nação única formada por países como Colômbia, Venezuela e Equador. Porém, a falta de articulação econômica e política entre as colônias espanholas impediu a criação desta grande nação.
Independência do México
A Guerra da Independência do México foi um conflito entre os colonos mexicanos (chamados de patriotas) e as autoridades representantes da Coroa espanhola (chamados realistas). O conflito se estendeu por dez anos, resultando na emancipação da Nova Espanha e a formação do Primeiro Império Mexicano.
Depois de quase três séculos sob domínio colonial espanhol, os habitantes do Vice-Reino da Nova Espanha começaram a exigir a independência da sua nação devido a divergências políticas e religiosas com a coroa. No início do século XIX este sentimento ganhou força entre a elite da Cidade do México e, depois de algumas tentativas falhadas, a guerra foi declarada na madrugada de 16 de Setembro de 1810 pelo padre Miguel Hidalgo y Costilla na paróquia de Dolores Hidalgo, estado de Guanajuato (esta declaração ficou conhecida como Grito de Dolores).
O conflito prolongou-se por oito anos e esteve longe de ser um movimento homogéneo. Começou quase como se de uma guerra religiosa se tratasse sendo liderada por sacerdotes. No entanto passado pouco tempo tornou-se uma guerra republicana, tendo o exército realista praticamente posto fim à contenda após um par de anos. A luta independentista passou então a fazer-se sob a forma de uma guerra de guerrilha confinada às montanhas do sul até que um hábil coronel realista de nome Agustín de Iturbide negociou alianças com quase todas as facções combatentes (incluindo o governo do vice-reino) tendo conseguido a independência de uma forma relativamente pacífica em 27 de Setembro de 1821, ainda que o reconhecimento formal de Espanha só tenha ocorrido em 28 de Abril de 1836.
A antiga colónia espanhola passou a ser, de forma bastante efémera, uma monarquia constitucional católica com a designação de Império Mexicano o qual, após a independência das províncias da América Central bem como de alguns conflitos internos, se converteria numa república federal.
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