Indios Tupi
Monografias: Indios Tupi. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: elianasousa • 11/12/2014 • 2.591 Palavras (11 Páginas) • 427 Visualizações
Civilização Tupi-Guarani/História
< Civilização Tupi-Guarani
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Civilização Tupi-GuaraniIntroduçãoHistória (Segunda Parte)
Mapa mostrando as migrações humanas. À esquerda, a Ásia; ao centro, a América do Norte e, à direita, a América do Sul.
Pintura do neerlandês Albert Eckhout do século XVII retratando um índio tupi
Uma índia tupi e seu filho retratados por Albert Eckhout
Plantação de mandioca
Quadro de Oscar Pereira da Silva retratando o desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500. Os primeiros índios contatados pelos portugueses no Brasil foram os tupiniquins.
Tibiriçá, líder tupiniquim aliado dos portugueses na região da atual cidade brasileira de São Paulo, a qual teve origem num aldeamento jesuítico
Cunhambebe, líder tamoio, retratado por André Thevet no século XVI
Desenho do livro autobiográfico de Jean de Léry mostrando saudações lacrimosas entre europeu e índia tupi, um costume tupi
Desenho do livro autobiográfico de Hans Staden retratando a execução de um prisioneiro dos índios tupinambás que está amarrado à corda muçurana. À esquerda, um índio segura o porrete tupi ibirapema com o qual irá desferir o golpe fatal contra o prisioneiro.
Segundo a teoria mais aceita pelos estudiosos, os povos indígenas da América são procedentes de migrações de povos asiáticos, que alcançaram a América através do Alasca. De lá, eles provavelmente desceram ao longo do continente americano até atingir o extremo sul da América do Sul. Um desses povos diferenciou-se dos demais e desenvolveu uma língua proto-tupi, no sul da Amazônia, por volta do século V a.C. (provavelmente na região do atual estado brasileiro de Rondônia).
De lá, ele se expandiu no início da era cristã pelo leste da América do Sul, dividindo-se em várias tribos falantes de línguas derivadas desse idioma proto-tupi e que constituiriam o tronco linguístico tupi: tupinambás, potiguares, tabajaras, temiminós, tupiniquins, caetés, carijós, guaranis, chiriguanos etc.[1][2] Os tupis começavam a desenvolver a agricultura, principalmente de mandioca, que era um dos alimentos básicos de sua dieta. A agricultura era praticada pelo sistema de queimada, que limpava e adubava com as cinzas o terreno para o plantio. A caça, a pesca e a coleta de frutas e raízes completavam sua dieta.
Em suas migrações através da América do Sul, os tupis eram orientados por líderes religiosos, os karai[3], que lhes prometiam um paraíso ao final da jornada: a chamada "terra sem males" (em guarani, yvy marae[4]). No século V, um grupo de índios tupis da região da Bacia Platina começou a se diferenciar dos demais, vindo a constituir os chamados índios guaranis[5].
No século XV, guaranis que habitavam o leste do atual território paraguaio se deslocaram para o noroeste, atravessando a região do chaco e escravizando e se mesclando aos chanos, que eram uma população de língua pertencente ao grupo aruaque. Se fixaram, então, no sul do atual território boliviano, nos limites do Império Inca, com o qual passaram a ter constantes conflitos. Os incas passaram a chamar depreciativamente esse povo de chiriguano, porém eles preferiam se referir a si mesmos como guaranis avás. No século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus, alguns povos tupis, como os temiminós, os tupiniquins e os tabajaras, se aliaram aos portugueses, enquanto outros, como os potiguares e os tamoios, se aliaram aos franceses. Os carijós e os guaranis se aliaram aos espanhóis. Porém o resultado era sempre o mesmo: destruição das aldeias indígenas, escravização, doenças trazidas pelos europeus e fuga das populações indígenas para o interior do continente e para os aldeamentos criados pelos padres jesuítas (as reduções ou missões, onde os índios eram catequizados e perdiam muito de sua cultura indígena).
Um importante fator que estimulou a escravização dos índios foi a falta de mulheres entre os europeus que chegavam à América. Com isto, o ataque a aldeias indígenas e o apresamento de índias tornou-se uma saída para a obtenção de mulheres. Os filhos dessas uniões, chamados de mamelucos, por sua vez, também tomavam parte nas expedições escravizadoras de índios em direção ao interior do continente, as chamadas "entradas e bandeiras"[6]. Os índios tupis reagiram contra essa política de escravização ou fugindo para o interior do continente ou atacando as povoações portuguesas no Brasil. Uma importante rebelião tupi contra os portugueses foi a Confederação dos Tamoios, que reuniu os tupinambás desde Cabo Frio, no atual estado brasileiro do Rio de Janeiro, até Bertioga, no atual estado brasileiro de São Paulo, de 1554 a 1567. Os tamoios (termo que vem do tupi tamuya, "velho", significando que a revolta era incentivada pelos anciões das tribos) eram liderados por Cunhambebe e, posteriormente, por Aimberê[7].
Reflexos dessa confederação puderam ser encontrados no episódio da França Antártica, quando a França tentou criar uma colônia na Baía de Guanabara e aliou-se aos índios tamoios locais. A colônia francesa acabou por ser destruída pela aliança entre portugueses e índios tupiniquins e temiminós, episódio que culminou nas fundações das cidades do Rio de Janeiro (1565) e de Niterói (1567). A Confederação dos Tamoios só veio a ser destruída totalmente em 1567, na Guerra de Cabo Frio, com o ataque português ao último reduto tamoio nessa localidade do litoral fluminense e com a morte do líder tamoio Aimberê.
Muitos europeus dos séculos XVI e XVII que viveram durante algum tempo no continente americano descreveram os hábitos dos índios tupis em livros que se tornaram best sellers no continente europeu, como o alemão Hans Staden, os franceses Jean de Léry, André Thevet e Claude d'Abbeville, os portugueses Pero de Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa e o florentino Américo Vespúcio. Foi um europeu quem escreveu a primeira gramática da língua tupi: o padre jesuíta espanhol José de Anchieta, que teve publicada sua Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil em 1595 em Coimbra, em Portugal. Os jesuítas costumavam aprender a língua das populações
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