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Norte atual: algumas considerações

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Por:   •  19/4/2014  •  Artigo  •  721 Palavras (3 Páginas)  •  272 Visualizações

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O Nordeste atual: algumas considerações

No Nordeste de hoje, podemos perceber características novas, que fogem do velho estereótipo de região atrasada, bem como a permanência, com uma nova roupagem, das tradicionais estruturas sociais, políticas e econômicas.

Tânia Bacelar de Araújo (2003) relaciona sete áreas ou pólos dinâmicos bem ajustados na Região: o complexo petroquímico de Camaçari; o pólo têxtil e de confecções em Fortaleza; o complexo minero-metalúrgico de Carajás-Maranhão; o pólo agroindustrial de Petrolina e Juazeiro; as áreas de moderna agricultura de grãos que se estendem desde os cerrados baianos, até o Maranhão e Piauí; o pólo de fruticultura do Rio Grande do Norte; os diversos pólos turísticos localizados principalmente pelo litoral nordestino. Tais áreas encontram-se relativamente bem adaptadas aos paradigmas tecnológicos atuais e fazem do Nordeste referência nacional e até internacional.

Entretanto, o processo de inserção do Nordeste na linha de crescimento econômico é excludente. As áreas modernizadas convivem com outras que resistem às mudanças impostas pela globalização. Estas são consideradas atualmente como não-competitivas, pois já não conseguem acompanhar o nível de desenvolvimento tecnológico e produtivo exigido pela economia mundializada, são áreas que historicamente caracterizaram a Região, mas que se encontram num segundo plano de abrangência econômica - as zonas cacaueiras, as zonas de canavieiras e o sertão semi-árido (CARVALHO, 2002).

Portanto, dentro do contexto de ajuste à economia mundializada, o Nordeste tem áreas em posições privilegiadas. Tal fato faz com que, se avaliarmos a economia nordestina como um todo, desde a década de 60 até os dias atuais, ela vem acompanhando a velocidade de crescimento econômico nacional e deixando, assim, de se constituir como uma área de atraso e lento crescimento econômico. Como observa Araújo (2003, p.10) “as atividades econômicas do Nordeste tendem a acompanhar, no geral, bem de perto as principais tendências da economia brasileira”. Entretanto, nesse contexto de ajustamento nacional, o Nordeste, mesmo suas áreas modernizadas, insere-se como uma região de segundo escalão econômico (CARVALHO, 2002).

As disparidades ou desigualdades sociais apenas se agravam atualmente. Apesar da evolução tecnológica e modernização de algumas atividades,

levantamento recente do IPEA mostra que, em 1990, dos 32 milhões de brasileiros indigentes, 17,3 milhões estavam no Nordeste (55% do total nacional). Mais de 10 milhões na zona rural da região. Assim, com 46% da população rural brasileira, o Nordeste tem 63% dos indigentes brasileiros que vivem nas áreas rurais. Dos indigentes urbanos do País, quase 46% estão no Nordeste (ARAÚJO, 2003, p.03).

Nas áreas tradicionais, que impõem certa resistência às mudanças e que se constituem como as mais abrangentes da Região, a rigidez das velhas estruturas sócio-econômicas e políticas vem se mantendo. A questão fundiária vem se agravando. Na Zona da Mata (onde se localiza o que chamamos de “Nordeste Açucareiro”), o monopólio da cana se ampliou. No Semi-árido (“Nordeste Sertanejo”), a seca e o crescimento da atividade pecuária, com relativa modernização, vêm

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