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Nota De Leitura - Portugal E O Plano Marshall. Da Rejeição à Solicitação Da Ajuda Financeira Norte-americana (1947-1952)

Artigo: Nota De Leitura - Portugal E O Plano Marshall. Da Rejeição à Solicitação Da Ajuda Financeira Norte-americana (1947-1952). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  18/3/2015  •  5.380 Palavras (22 Páginas)  •  605 Visualizações

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Nota de Leitura de :

ROLLO, Maria Fernanda: Portugal e o Plano Marshall. Da rejeição à solicitação da

ajuda financeira norte-americana (1947-1952), Lisboa, ed. Estampa, 1994, pp. 1-127

Elisabete Maria Rodrigues Morais1

Introdução

Em Agosto de 1976, Mário Soares apresentava na Assembleia da República o programa

do primeiro Governo Constitucional, onde defendia a integração de Portugal na Comunidade

Económica Europeia2. A 28 de Março de 1977, formal e solenemente foi feito o pedido de

adesão e a 1 de Janeiro de 1986, Portugal tornou-se membro das Comunidades.

Mas, o início da integração portuguesa na UE conta-se a partir dos processos de

cooperação europeia desencadeados no pós II Guerra Mundial, particularmente através do

Plano Marshall, a partir do qual se avançou em direcção à cooperação económica europeia em

que Portugal participou plenamente, propiciando, apesar do cepticismo e resistência, um

incremento de internacionalização da economia e da sociedade portuguesa para desbravar um

caminho que se prolonga até aos dias de hoje e que envolve não só a realidade económica mas

também a política.

O presente trabalho pretende ser uma nota de leitura do texto, compreendido entre as

páginas 1 e 127, da tese de Mestrado defendida em 1994 de Maria Fernanda Rollo3, “Portugal

e o Plano Marshall. Da rejeição à solicitação da ajuda financeira norte-americana (1947-

1952) ”, trabalho distinguido nesse mesmo ano com o Prémio de História Contemporânea

Victor de Sá, instituído pela Universidade do Minho.

Esta obra encontra-se dividida em duas partes: O caminho do Plano Marshall (pág.27 a

108) e Portugal e o Plano Marshall: da rejeição à solicitação da ajuda financeira (pág.115 à

1 Mestre em Relações Internacionais e Estudos Europeus.

2 MENDES, Pedro, “A dimensão internacional da Transição Democrática em Portugal: A Influência da Europa”, disponível em

http://cepese.up.pt/pdf/revista/11/11revista171.pdf

3 Doutorada em História Económica e Social Contemporânea. Professora do Departamento de História da FCSH da Universidade

Nova de Lisboa

2

323). A autora apresenta, na sua tese, o envolvimento de Portugal na proposta de George

Marshall para a reconstrução da Europa destruída política e economicamente no período do pós

II Guerra Mundial. Demonstra ainda como Portugal apesar da sua politica de neutralidade

participou activamente nas grandes discussões internacionais4 conquistando uma posição de

destaque no concerto dos países aliados vencedores da guerra.

Para a apresentação deste trabalho foi seguida a ideia da autora do texto em análise

começando por fazer uma resenha sobre a Europa após a II Guerra Mundial, a reconstrução

pela cooperação e a iniciativa americana na reconstrução da Europa, a resposta da Europa e as

reacções de Portugal ao discurso de Marshall e a aceitação do convite formulado pela França e

pela Grã-Bretanha.

I - Europa após a II Guerra Mundial. A reconstrução pela Cooperação

A Segunda Guerra Mundial (1939 -1945) foi um conflito sangrento deixando atrás de si

morte e destruição. Provocada pelos três países com regimes autoritários (Alemanha, Itália e

Japão) que pretendiam alargar as suas áreas de influência formaram uma coligação denominada

como Eixo.5

Este importante e triste conflito terminou deixando prejuízos enormes, principalmente

para os países derrotados. Foram milhões de mortos e feridos, cidades destruídas, indústrias e

zonas rurais arrasadas e dívidas incalculáveis. A Europa estava em declínio e, falava-se até ,

como diz a autora, ” em “desabamento” do velho continente”. Mas, a consequência imediata

do fim da guerra foi a radicalização das divergências entre os dois blocos formados: de um lado

a União Soviética e seus países - satélites; de outro, os países capitalistas liderados pelos EUA.

A Europa vê-se assim colocada entre as duas potências com ideologias distintas

(capitalismo e socialismo)6 mas, que compartilhavam modos de actuação idênticos para a

4 Discussões como : Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE); União Europeia de Pagamentos (UEP) e ao

Acordo Monetário Europeu (AME).

5 A Alemanha nazista, liderada por Hitler desrespeitou o Tratado de Versalhes para alargar os seus dominios . A Itália Fascista,

liderado por Benito Mussolini, que se tornou o Duce da Itália, com poderes sem limites. Tanto a Itália quanto a Alemanha

passavam por uma grave crise económica no início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem emprego. Uma das

soluções tomadas pelos governos fascistas destes países foi a industrialização, principalmente na criação de indústrias de

armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios, tanques etc). Na Ásia, o Japão também desejava expandir seus

domínios

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