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Náufragos, Traficantes E Degredados

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Por:   •  4/10/2013  •  2.997 Palavras (12 Páginas)  •  851 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Náufragos, Traficantes e Degredados

O Brasil de 1500 a 1531 - Relato sobre as três décadas menos conhecidas da história brasileira

Eduardo Bueno

História 204 páginas

Supervisão técnica: Ronaldo Vainfas

Projeto gráfico, arte final e capa: Ana Adams

Mapas e ilustrações em quatro cores

ISBN: 8573022167

O livro “Náufragos, Traficantes e Degredados de Eduardo Bueno, nos mostra um panorama através de seu texto detalhista, relatando as primeiras expedições ao Brasil, ocorridas logo após a descoberta, entre 1500 e 1531.

O livro descreve as aventuras e desventuras do que viveram os primeiros homens “brancos” que chegaram às praias do Brasil devido a um naufrágio, daqueles que chegaram para as primeiras missões de exploração, e dos que ficaram aqui por livre e espontânea vontade ou que foram obrigados a isso.

A história desses homens narrada de forma detalhada e empolgante nos permite entender e perceber o importante papel que exerciam aqueles que eram casados com as filhas dos chefes das tribos indígenas, através da narrativa podemos perceber que os mesmos serviam de “ponte”, intermediando as relações comerciais entre a Europa e as tribos indígenas da longínqua terra, traçando já desde aquela época os primeiros contornos do futuro país.

Segundo Bueno, a chegada dos espanhóis no Brasil, ainda hoje é carregada de dúvidas, mas através de sua pesquisa minuciosa à respeito do assunto,algumas interrogações podem ser sanadas com a leitura da narrativa. O período da conquista e exploração do Brasil é um dos mais intrigantes da história. Sabe-se que na visão de vários pesquisadores portugueses, os espanhóis atracaram nas praias brasileiras no cabo Orange, (hoje, fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa), enquanto que os castelhanos, baseados em depoimentos de Vicente Yañes Pinzón acreditam que eles desembarcaram no Cabo Santo Agostinho, em Pernambuco. Interrogação essa que somente foi sanada em 1975, quando, o diretor do Serviço de Documentação Geral da Marinha Brasileira, Capitão Max Justo Guedes, determinou com total certeza que a embarcação de Pinzón chegou à ponta de Mucuripe, perto da atual cidade de Fortaleza, entre o Cabo de Santo Agostinho e o Cabo Orange.

Em 26 de janeiro de 1500 a frota chefiada pelo capitão Yañes Pinzón descobriu o Brasil. Essa afirmação pode ser feita através de registros em fontes confiáveis feitas por cronistas do século XVI. Pinzón era considerado navegador experiente, até mesmo porque oito anos antes havia encontrado terras habitadas no mar do Caribe juntamente com Colombo, terras essas que os mesmos acreditavam localizar-se na Ásia.

Assim que atracaram Pinzón e seus marujos perceberam que havia por volta de 40 nativos na praia, alguns espanhóis desembarcaram e tentaram estabelecer contato com eles, mas os nativos se mantiveram distantes. O primeiro conflito entre indígenas e o homem branco aconteceu naquele momento, quando um dos portugueses se agachou para pegar um objeto dourado jogado ao chão, vários índios se jogaram sobre ele, que foi morto. Houve então, uma luta entre 40 nativos e 20 espanhóis.

Sabe-se que as primeiras missões de exploração a aportar no Brasil foram a de Pinzòn e seu primo Diego de Lepe, precursores de Cabral com a diferença de cerca de três meses, mas segundo Eduardo Bueno, mesmo assim não tiveram “consequências práticas para a história do Brasil. A não ser para o conhecimento geográfico do novo mundo. Mesmo assim, os Reis estavam interessados na posse daquela imensa costa, e o estimularam a voltar a ela. Mas, o desastre financeiro que a primeira exploração provocou,pode ter causado a desistência de Pinzón em retornar. No entanto, Pinzón certamente tinha acesso a crédito, ainda que a altos juros, o mais provável é que o fato de o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494,tenha também inibido o empreendimento visto que nesse acerto estabelecia-se a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil.

Foi em, 09 de março de 1500, quando Pinzón e Diego de Lepe já se encontravam explorando o Brasil, que dez naus e três caravelas com 1.500 homens, saíram de Lisboa comandados por Pedro Álvares Cabral. O objetivo desta viagem era retornar com especiarias valiosas e estabelecer relações comerciais na Índia — contornando o monopólio sobre o comércio de especiarias, então nas mãos de comerciantes árabes, turcos e italianos, mas seguindo informações náuticas redigidas por Vasco da Gama- navegador e explorador português, que se destacou por ter sido o comandante dos primeiros navios a navegar da Europa para a Índia- sua frota afastou-se bastante da costa africana, encontrando-se muito mais a oeste do que o necessário, e em 22 de abril de 1500 atracaram na região que hoje é o sul da Bahia.

O capítulo 2 aborda uma figura chave para os 30 primeiro anos enigmáticos de história do Brasil, o florentino Américo Vespúcio, integrante de uma família tradicional e aristocrática de Florença, desde os 17 anos trabalhou para os poderosos Médici, como contador na casa bancária da família. Enviado em 1489 a Sevilha, Vespúcio conheceu Giannoto Berardi, sócio dos Médici e um financiador e armador de navios. Através dele, Vespúcio conheceu Colombo, em 1491, Vespúcio tornou-se agente dos negócios de Colombo junto à corte espanhola e em 1498 conseguiu aprontar os navios tornando-se financiador de Colombo.

Vespúcio chegou ao Brasil na frota comandada por Gonçalo Coelho, o intrigante é que Vespúcio servia aos reis Fernando e Isabel, de Aragão e Castela, mas foi servindo a coroa portuguesa que ele chegou ao Brasil. Em 1501, as três caravelas da esquadra de Gonçalo Coelho ancoram na Praia de Marcos, litoral do atual Rio Grande do Norte. O contato com os nativos não foi amistoso e os viajantes puderam ver um dos marujos ser devorado pelos índios. Gonçalo Coelho achou melhor zarpar do local, contornando o litoral do Brasil rumo ao sul.

Quando Vespúcio regressou do Brasil à Lisboa, declarou que o território que havia navegado estendia-se muito para o sul, portanto não se tratava da Índia. Escreveu a Pier Francesco dei Medici dizendo-lhe que haviam chegado a uma nova terra, que devido

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