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O Caipora E O Marechal De Papelão

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Por:   •  15/12/2013  •  527 Palavras (3 Páginas)  •  295 Visualizações

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O Caipora e o marechal de papelão

Silvio Sousa

- O Senhor é um traidor!

- E o senhor é um marechal de papelão!

Esse foi o último diálogo entre o marechal Deodoro da Fonseca e o professor Benjamin Constant. Esses dois homens foram indispensáveis para que hoje dia 15 de novembro, fosse comemorada a proclamação da republica, embora de fato, ela tenha acontecido no dia 16. O livro 1889 de Laurentino Gomes mostra que com Deodoro o destino foi enormemente generoso ao fazer dele o herói do movimento, mesmo sendo um monarquista convicto. Já com Benjamin, um republicano declarado, o destino foi cruel. O pai da republica é hoje um ilustre desconhecido dos brasileiros.

Benjamin foi quem disseminou as ideias republicanas entre os militares que se rebelaram contra a monarquia. Mesmo sendo ídolo dos republicanos, Benjamin não tinha patente a altura para liderar as tropas. É ai que entra a figura de Deodoro. O velho e doente marechal aceitou comandar o levante porque, assim como a maioria dos oficiais do exército, estava magoado e não suportava mais as humilhações e o tratamento desrespeitoso dispensado aos militares pelos ministros civis do imperador, em especial o ministro da Guerra, o Visconde de Ouro Preto.

Deodoro dizia que a republica seria a tragédia do Brasil e que queria viver para carregar o caixão do imperador Pedro II, por quem tinha respeito, admiração e amizade. Por isso, ao liderar o movimento no dia 15, Deodoro depôs o conselho de ministros, prendeu Ouro Preto e pediu que sua majestade o imperador nomeasse um novo ministério. Ou seja: no que dependesse de Deodoro o Brasil continuaria a ser uma monarquia.

Acontece que no dia 16, um dia após o golpe, o imperador cometeu o erro de nomear o senador Silveira Martins para chefiar o novo gabinete ministerial. Martins era o rival número um de Deodoro, que entendeu a escolha como uma afronta. Aceitar a nomeação de Silveira Martins seria a total desmoralização para Deodoro. Vaidoso e ferido, o marechal então decidiu decretar a instalação de um governo provisório chefiado por ele mesmo e dar 24 horas para que a família imperial deixasse o país rumo ao exílio. A partir daquele momento o Brasil deixava de ser império para se tornar o que hoje conhecemos como a República Federativa do Brasil.

Sem Deodoro a republica não aconteceria, mas ele virou herói por acaso. Estava no lugar certo e na hora certa. Já Benjamin Constant não teve a mesma sorte. Depois daquela discussão com Deodoro, pediu demissão do cargo de ministro que ocupava e morreu dois anos depois, ficando como coadjuvante do movimento do qual foi protagonista. Tamanha era a falta de sorte de Benjamin que em escritos pessoais ele dizia ter caiporismo, o que na definição do folclorista

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