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O Conde De Monte Cristo

Trabalho Escolar: O Conde De Monte Cristo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  27/5/2014  •  652 Palavras (3 Páginas)  •  3.170 Visualizações

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Baseado em um romance do século 19, o filme ''O Conde de Monte Cristo'' é um retrato da mudança na moral civilizada nesta virada de século e milênio. O filme radicaliza o aspecto mais marcante do livro homônimo de Alexandre Dumas (o pai, 1802-1870), que é a insaciável sede de vingança do personagem principal.

O romance explora a contradição entre a ira do protagonista e os limites morais impostos ao desejo humano de vingança. Essa tensão ética criada pelo consagrado autor francês, criador de ''Os Três Mosqueteiros'' (que também tem versão cinematográfica com nome ''A Vingança do Mosqueteiro''), desaparece no filme: a versão cinematográfica é totalmente dedicada a dar prazer à platéia pela vitória completa do vingador.

O pecaminoso desejo de vingança que possui o protagonista e contagia o leitor, na obra de Dumas, é limitado pela redescoberta do amor de sua noiva da juventude. Na obra cinematográfica, ele é desbragado, completamente assumido e explícito. A vingança é proibida pela moral católica como um pecado grave, por ser identificada como uma forma de ira (um dos pecados capitais, ao lado de preguiça, gula, avareza, vaidade, inveja e luxúria).

Em verdade, a vingança é citada 40 vezes na Bíblia, mas sempre como um atributo de Deus (''Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente'', diz o salmo 94). O ideário moderno divide essa exclusividade com o Estado, que monopoliza a violência e sua punição.

''O Conde de Monte Cristo'' é uma obra típica do momento em que o Estado absolutista europeu vivia sua crise: ao mesmo tempo os direitos do homem procuravam se afirmar como sagrados (a partir do Iluminismo), limitando os poderes do rei, enquanto a democracia recém-nascida era abortada pelo Terror que seguiu à Revolução Francesa, implantando um novo absolutismo (Napoleão Bonaparte fazendo-se coroar Imperador é o ícone desse momento), que foi seguido por uma restauração da dinastia absolutista.

O personagem Edmond Dantes é colhido por essa nova onda absolutista, que se implanta em reação à revolução: apontado em uma acusação falsa de ser simpatizante de Bonaparte (então vivendo o primeiro exílio na ilha de Elba), ele é preso sem direito a julgamento e assim permanece por 13 anos.

Dantes é tripulante de um navio que tem de fazer uma parada de emergência na ilha de Elba quando seu comandante adoece. Na ilha, Dantes o jovem entra em contato com Napoleão, que pede sigilosamente que ele seja o portador de uma carta a um amigo na França. O comandante do navio morre e eles partem.

Em terra, Dantes é nomeado comandante do navio e, para comemorar a boa nova, decide casar-se com a noiva. As duas decisões provocam o ódio do imediato (que queria ser comandante) e do melhor amigo (apaixonado pela mesma mulher). Embriagados, os dois forjam a denúncia de que o jovem tripulante é um bonapartista.

Na véspera de seu casamento, Dantes é preso e mandado para o calabouço, de onde nunca mais saiu. Ou melhor, saiu 13 anos depois, em uma fuga espetacular, fazendo-se passar pelo cadáver de seu vizinho de cela (um velho padre que ensina quase tudo o que sabe), sendo jogado ao mar.

Seguindo as indicações deixadas pelo padre antes de morrer, ele encontra

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