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O Conhecimento

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Por:   •  12/8/2013  •  5.105 Palavras (21 Páginas)  •  344 Visualizações

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O CONHECIMENTO

A palavra conhecimento tem sua origem no latim cognitio e pressupõe, necessariamente, a existência de uma relação entre dois pólos: de um lado o sujeito e de outro o objeto.

SUJEITO ------------------------------------------------------------OBJETO

Na relação sujeito-objeto, o sujeito é aquele que possui capacidade cognitiva, isto, é capacidade de conhecer. O objeto é aquilo que se manifesta à consciência, que é apreendido e transformado em conceito.

Isso equivale a dizer que o conhecimento é o ato, o processo pelo qual o sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma ligação. Por outro lado, o mundo é o que torna possível o conhecimento ao se oferecer a um sujeito apto a conhecê-lo. (ARANHA; MARTINS, 1999, 48)

Para Luckesi e outros (2003, p. 137 – 138), existem duas maneiras do sujeito se apropriar do conhecimento. A primeira consiste na apropriação direta da realidade sem a mediação de outra pessoa ou de algum outro meio. Neste caso, o sujeito opera “com” e “sobre” a realidade. A segunda ocorre de forma indireta, na qual a compreensão se dá por intermédio de um conhecimento já produzido por outra pessoa ou através de símbolos orais, gráficos, mímicos, pictóricos, etc.

TIPOS DE CONHECIMENTO

O conhecimento pode ocorrer de diversas formas, isto significa dizer que um único objeto pode ser entendido à luz de diversos ângulos e aspectos. Estamos nos referindo aos tipos de conhecimento: senso comum, filosófico, religioso, artístico e científico.

O conhecimento popular ou do senso comum

O conhecimento popular ou do senso comum é [ ... ] aquele que não surge do estudo sistemático da realidade a partir de um método específico, mas provém do ‘viver-e-aprender’, da experiência de vida” (RAUEN, 1999, p.8). Por isso, por meio deste tipo de conhecimento, não conseguimos explicar adequadamente um fenômeno, não se constituindo em uma teoria.

Consiste na ação pela ação, sem idéias comprovadas que não permitem o estudo ou a investigação sobre um determinado fenômeno. Então, o seu conteúdo se forma a partir de experiência que se vivencia no dia a dia.

Todos nos sabemos muitas coisas que nos ajudam em nosso dia a dia que funcionam bem na prática. Nas zonas rurais, muitas pessoas, mesmo sem nunca ter freqüentado uma escola, sabem a época certa de plantar e colher. Esse conjunto de crenças e opiniões, essencialmente de caráter prático, umas vez que procura resolver problemas cotidianos, forma o que se costuma chamar de conhecimento comum ou senso comum.

Koche (1997, p. 23 – 27) apresenta as seguintes características para o senso comum: “resolve problemas imediatos (vivencial); elaborado de forma espontânea e instintiva (ametódico); subjetivo (fragmentado) e inseguro; linguagem vaga e baixo poder de crítica; impossibilita a realização de experimentos controlados; as verdades apresentam certa durabilidade e estabilidade (crença); dogmático (crenças arbitrárias); não apresenta limites de validade”. Além das características mencionadas, é possível afirmar também que, o conhecimento do senso comum é sensitivo. Em muitas situações, próprias desse tipo de conhecimento, observamos o abandono da razão e um apego àquilo que é captado apenas pelos órgãos sensoriais: visão, audição, olfato, paladar e tato.

Para Laville e Dionne (apud RAUEN, 2002, p.23), as fontes do conhecimento popular ou do senso comum são a intuição e a tradição. A intuição é a percepção imediata que dispensa o uso da razão, e a tradição ocorre quando, uma vez reconhecida a pertinência de um saber, organizam-se meios sociais de manutenção e de difusão desse conhecimento, tornando-se uma marca visível na formação da identidade cultural de uma comunidade.

Contudo, não se pode dizer de maneira alguma que o conhecimento do senso comum possa ser considerado como de qualidade inferior aos demais conhecimentos, pois em muitas ocasiões de nossas vidas ele funciona socialmente, como no caso do manuseio do chá caseiro ou das ervas medicinais, a partir do conhecimento adquirido por certas pessoas e seus pais ou avós, passando a se tornar uma sabedoria proveniente da cultura popular.

A idéia de sabedoria, em muitas culturas, está ligada à figura do ancião pelo fato de ele ter vivido muito tempo e ter acumulado muito conhecimento.

O conhecimento religioso ou teológico

O conhecimento religioso fundamenta-se na fé das pessoas partindo do “[ ...] princípio de que as verdades nas quais [se] acredita são infalíveis ou indiscutíveis, pois se tratam de revelações da divindade”, tendo a visão do mundo, interpretada como resultante da criação divina, sem questionamentos. (OLIVEIRA NETTO, 2005, p. 5).

Assim, “essas verdades são em geral tidas como definitivas, e não permitem revisão mediante a reflexão ou a experiência. Nesse sentido, podemos classificar sob este título os conhecimentos ditos místicos ou espirituais”.(MATTAR NETO, 2002, p. 3).

Sua “matéria de estudo é Deus, como ser que existe independente e o qual detém não as potencialidades, mas a ação do perfeito”. Portanto, neste tipo de conhecimento há a necessidade da “[ ...] reflexão sobre a essência e a experiência naquilo que elas têm como causa primeira e última de toda a vida”. (BARROS; LEHFELD, 1986, p. 52).

Para Chauí (2005, p. 138), “a percepção da realidade exterior como algo independente da ação humana nos conduz à crença em poderes superiores ao humano e à busca de meios para nos comunicar com eles. Nasce assim, a crença na(s) divindade(s)”.

O conhecimento artístico

O conhecimento artístico é baseado na intuição, que produz emoções, tendo por objetivo maior manifestar o sentimento e não o pensamento. Sendo assim, para Oliveira Netto (2005, p.5), “a preocupação do artista não é com o tema, mas com o modo de tratá-lo”, configurando-se necessariamente em uma interpretação marcada pela sensibilidade.

O conhecimento artístico baseia-se na interpretação subjetiva produzida pelo artista e pelo intérprete. Para Heerdt e Leonel (2006, p. 30):

[...] a arte combina habilidade desenvolvida no trabalho (prática) com a imaginação (criação). Qualquer que seja sua forma de expressão, cada obra de arte é sempre perceptível com identidade própria, dando-lhe também componentes de manifestação dos sentimentos humanos, tais

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