O Dia Que Durou 21 Anos
Trabalho Escolar: O Dia Que Durou 21 Anos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Zezolitos • 6/5/2014 • 536 Palavras (3 Páginas) • 630 Visualizações
O dia que durou 21 anos apresenta o papel dos Estados Unidos no golpe de 64 – algo que muitos brasileiros já defendiam há algum tempo e outros dizem que não passa dessas teorias de conspiração.
Muito gira em torno do Embaixador Lincoln Gordon que estava convencido de que Goulart estava próximo demais da esquerda e avisou o então presidente Kennedy que Goulart não facilitaria acordos com os EUA e poderia estabelecer no país um governo comunista (aliás, muitos acreditam que o Embaixador era membro da CIA e estava no Brasil não para criar relações entre os dois países mas para ficar de olho em possíveis rebeliões comunistas). Em uma reportagem local, o narrador diz com todas as letras “Cuba se foi. Se o Brasil for, levará toda a América do Sul.”Com medo de outra revolução comunista em seu quintal, os Estados Unidos agiram.
Esse medo só aumentou quando Bocayuva Cunha – líder do governo Goulart – veio a público dizer que em uma guerra EUA X Cuba, o Brasil apoiaria Cuba pois nossa política externa erabrasileira e defendia apenas nossos interesses – “Brasil acima de tudo”.
Devemos lembrar que na década de 60, a URSS assustava terrivelmente os EUA por seu poderio militar avançado. Por isso, acreditavam que quanto mais países “caíssem” nesse movimento comunista, mais a segurança dos países capitalistas estaria ameaçada. Pelo tamanho e influência de nosso país na região, o Brasil era visto não como a próxima Cuba, mas como a próxima China.
Goulart recusou-se a ouvir qualquer tipo de argumento norte-americano contra o comunismo.
Acredita-se que a propaganda política distribuída antes do golpe militar fosse amplamente apoiada pela CIA e focava em criar instabilidade de maneira a aumentar a pressão da oposição e derrubar o governo eleito. “Foi ali que começou a queda do Jango….quando viram que ele tinha o povo do lado dele.”
E não pense que o documentário entrevista apenas os esquerdistas não. Plínio está aqui, claro. Mas também temos ex-militares, estudiosos, historiadores e o arquivista chefe da Casa Branca que teve acesso aos documentos do governo norte-americano da época. Com fotos históricas, áudios inéditos de conversas entre oficiais norte-americanos e um bom roteiro, o filme desbrava um assunto, de certa forma, tabu no golpe de 64: os militares acreditavam que estavam revolucionando a democracia brasileira e que estavam defendendo o país do comunismo (falamos sobre a visão dos militares na resenha de O outro lado do poder), mas pouco se comenta sobre o papel de forças estrangeiras. Talvez porque, por mais que os EUA tivessem navios esperando na costa brasileira para auxiliar os militares, a ajuda não foi necessária. Quando avisado do golpe, Jango fugiu e o país passivamente foi entregue a um novo governo ditador.
De fato, não me recordo em nenhum momento dos meus estudos na escola de sequer ser mencionada a ajuda norte-americana nesse processo. E, para aqueles que continuam repetindo o credo de que brasileiro é acomodado e todos esses lugares comuns, é importante saber que as passeatas pela democracia foram constantes nos mais de 20 anos de ditadura e repressão. Aliás, a frase que abre o documentário é icônica: “Aqueles que não amam a revolução devem, ao menos, temê-la.” No fim, foi a revolução das ruas que prevalesceu.
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