O Ensaio Sobre o Que é Património Cultural
Por: Luz6 • 25/3/2022 • Ensaio • 1.016 Palavras (5 Páginas) • 125 Visualizações
ENSAIO SOBRE
“O QUE É PATRIMÓNIO CULTURAL”
João Paulo da Luz Gouveia | 74848
Introdução à História Cultural | Universidade do Algarve
Docente: Luís Filipe Simões Dias de Oliveira
Semestre Ímpar | 2021/ 2022
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Este ensaio foi realizado no âmbito da unidade curricular de Introdução à História
Cultural e usa como base a obra de António Rosa Mendes, “O que é Património
Cultural”.
Pretende expor e discutir alguns dos pontos apresentados na obra; tentando ainda levantar
algumas questões sobre a perspetiva atual do ser humano quanto ao seu passado. Este
ensaio foca-se principalmente nos capítulos II e VIII: “A Herança Cultural” e “Património
Cultural e Cidadania”, respetivamente.
“Sermos herdeiros – e mais: herdeiros forçados, quer queiramos quer não, quer, até,
disso tenhamos consciência ou não – é precisamente o que mais nos tipifica e diferencia
da natureza animal”(António Rosa Mendes, 2012).
No início, o ser humano, embora numa fase mais avançada da vida isto possa ser verdade,
quando nasce não se trata de um ser cultural, mas, sim, de um animal. Mais concretamente
de um “mamífero primata bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo
Sapiens”(Priberam, n.d.). Este mamífero primata, se criado por lobos, como lobos se
comportará; se criado por gorilas, gorila será. Este herdeiro forçado, deixa então de ser
herdeiro.
Esta herança cultural de que trata o autor é, no início, algo adquirido, transmitido pelos
pais, ou pelos irmãos, ou pela sociedade envolvente; só mais tarde, se acontecer, se torna
inerente ou natural. No entanto, apesar de inerente, “cultura” não é pertença única do ser
humano; se a ela for acrescentado o termo “humana”, ou o possessivo “do homem”, então
concordarei. Todavia “cultura” como conjunto de conhecimentos adquiridos ou
transmitidos é algo que pertence a muitos outros seres que connosco partilham esta terra.
Pois, se assim não fosse, então, o que seria de nós? O que seria da nossa cultura humana,
que evoluiu da cultura que fomos desenvolvendo, quando ainda nem humanos eramos?
E o que dizer dos cetáceos que desenvolveram uma linguagem complexa à base de
vibrações, apitos e estalidos, podendo ter conversas e tendo mesmo sons específicos para
indivíduos específicos? (Maria Gallucci, 2016)
Se há uma “cultura humana”, então, talvez, também se possa dizer que há uma “cultura
natural”, pertencente a todos. Sim, somos herdeiros, mas não somos os únicos.
E será que podemos ser considerados herdeiros forçados? A cultura é apanágio do ser
humano, mas nem por todos é usufruída ou reivindicada. Neste sentido, pode uma pessoa
que rejeita a sua herança ser ainda considerada herdeira? Se o património é a nossa
herança comum, então o que dizer daqueles que o rejeitam, o negligenciam ou o
destroem? Iremos, neste caso, usar o mesmo exemplo que o autor, que refere a destruição
do património algarvio (António Rosa Mendes, 2012). Esta destruição que tem sido posta em
prática nas últimas décadas no Algarve, demonstra um claro sentimento de rejeição, de
uma consciente desvinculação com este passado que pertence a todos nós. Esta rejeição
da herança comum acontece em nome do desenvolvimento; mas constituindo o pretérito
a base para a nossa identidade, o que acontecerá quando essa identidade é
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deliberadamente destruída e tudo o que resta é uma casca rasa indiferenciada com um
enorme vazio como conteúdo? E podem aqueles que destroem a sua identidade serem
ainda considerados herdeiros?
Outro ponto interessante que o autor menciona é quando refere que “Não faltará quem
observe que o conceito humanístico de cultura – e o património das ideias, valores e
realizações artísticas que dele dimana – é “elitista”(António Rosa Mendes, 2012). Como
apontado na obra o meio que o gerou era elitista, no sentido em que apenas uma pequena
percentagem da população a ele tinha acesso. No entanto, pode-se considerar que este
termo, “elitista”, ainda hoje pode ser aplicado. Não no sentido de que apenas uma pequena
parte da população a ele tenha acesso, mas, sim, no sentido em que apenas uma parte da
população escolhe a ele ter acesso, como já foi anteriormente mencionado.
E quais são as
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