O Feudalismo
Por: laurabvieira • 3/6/2018 • Dissertação • 1.424 Palavras (6 Páginas) • 275 Visualizações
- Defina em linhas gerais o sistema feudal, analisando as razões do seu declínio.
A Idade Média é a caracterizada como o período que se estende do século V, mais precisamente da queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. até os finais do século XV. Nesse processo, no período da Alta Idade Média ocorreu a formação do feudalismo e, ao longo da Baixa Idade Média, assistiu-se o seu declínio.
A Alta Idade Média é dada entre a queda do Império Romano do Ocidente e uma segunda onda de invasões ocorrida nos séculos IX e X. No entanto, pode-se dizer que, entre os séculos V e X, ocorreram transformações que levaram à consolidação do mundo feudal.
No começo, o chamado Regime Dominial era caracterizado por ser um sistema de estruturação da vida coletiva, em que um senhor de terras oferece parte dela a quem não possui em troca de prestação de serviço (reserva senhorial). Assim, o camponês trabalhava alguns dias na terra dele e outros na terra do senhor. Na época o sistema era de subsistência, em que se produzia somente para consumo próprio e havia uma economia de trocas. Nesse período, a posse de terras garantia poder econômico e político, afinal a vida era no campo.
Logo depois houve a transição para o Regime Senhorial, o Feudalismo. Foi criado a partir da fusão dos costumes dos povos germânicos e romanos. Caracterizado por uma sociedade hierarquizada dividida em três grupos sociais: o clero, a nobreza e os servos, em que havia a relação de suserania que consistia em um nobre doar um feudo para outro nobre (vassalo), e em troca, receber fidelidade e favores, às vezes até militares.
A base da economia feudal era agrária e, na falta de comércio, a unidade econômica principal era o feudo. Devido à ruralização, ocorreu um abandono da vida urbana. Com a produção voltada para a subsistência e os constantes conflitos, quase não acontecia transações comerciais e o uso da moeda. Por outro lado, o desenvolvimento das técnicas agrícolas e a expansão das áreas cultivadas levaram ao aumento da produção e para o consequente crescimento populacional.
Entre essas inovações, foi apresentada a utilização do sistema trienal (uma faixa de terra descansasse enquanto outras duas eram cultivadas), da charrua, da força motriz do animal, do adubo mineral e dos moinhos de água e vento. Com o aumento da população européia, observou-se a expansão dos feudos, unidades básicas de subsistência. Além da produção agrícola, o artesanato e a manufatura eram atividades praticadas no período.
Nos feudos predominava o poder dos senhores feudais, nobres ou membros do clero, que impunham a administração e garantiam a ordem. Essa independência de poderes refletia na economia, já que o sistema de pesos e as moedas, ainda escassas, dificultavam as relações comerciais.
As terras feudais eram divididas em mansos: o senhorial, o servil e o comunal. No manso senhorial, encontrava-se o castelo. Nessas terras, o trabalho era executado pelos servos e toda a produção era destinada aos senhores. Os mansos servis, por sua vez, eram terrenos arrendados aos servos em troca de proteção e explorados pelos próprios servos, que deviam várias obrigações ao senhor. Já o manso comunal era formando por pastos e bosques de uso comum, ou seja, sujeito a exploração tanto dos senhores quanto dos servos.
A relação de trabalho predominante nos feudos foi a servidão. O servo estava vinculado a terra e devia ao senhor uma série de obrigações, pagas em forma de trabalho. Entre elas, destacam-se: a corvéia (trabalho nas terras dos senhores durante alguns dias na semana), o dizimo e a talha. Apesar disso, ele não pode ser considerado escravo.
A partir do século XI, ocorreu o crescimento demográfico, agrícola e comercial. Por um lado, o feudalismo atingiu seu apogeu na Europa nesse período, mas, por outro, as mesmas transformações levaram o sistema feudal a uma estabilização que colaborou para a desarticulação do mundo feudal.
As cidades, à medida que se expandiam, aceleravam o processo de crise do modelo feudal, pois permitiam que uma nova camada social, os comerciantes, progredisse em termos financeiros. Esse fator atraia cada vez mais descontentes que buscavam tentar a sorte nas cidades.
O crescimento demográfico verificado na Europa a partir do século XI provocou a revitalização urbana e comercial. Como as cidades e o comércio nunca desapareceram por completo, assim, nas cidades, permaneceram os locais das sedes administrativas da Igreja e a realização de feiras.
Na medida em que o excedente agrícola era ampliado, realizavam-se trocas cada vez mais freqüentes dentro dos feudos, dinamização essa que passou a se alimentar do espaço urbano, rico em mercado de consumo e com diversificada oferta de matéria-prima e mercadorias. Novas técnicas de produção foram aperfeiçoadas, colaborando para que houvesse um nítido avanço comercial.
Surgiram os primeiros núcleos urbanos nas principais rotas comerciais, nas grandes cidades européias a população havia crescido e, apesar de vinculada às atividades comerciais, dependia dos alimentos vindos do mundo rural.
No mundo urbano, os habitantes tinham maior liberdade e viam-se desvinculados de alguns laços feudais. Com isso, muitos servos fugiam para lá, contribuindo com mais mão de obra para os centros urbanos em expansão.
Apesar de conflitos causados por habitantes quererem conquistar a autonomia política para a cidade, eles e os senhores feudais possuíam forte interdependência, já que, as cidades necessitavam da proteção que só os nobres poderiam proporcionar.
Nas cidades, a atividade econômica se desenvolveu principalmente nos setores do comércio e do artesanato. Os mercadores/burgueses dominavam as atividades comerciais e em muitas cidades controlavam também o poder político. A revitalização do uso da moeda acompanhou a expansão comercial. Os produtos do grande comércio eram os grãos, o vinho, o sal, os couros, os tecidos, os minerais, os metais e a madeira.
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