O HISTÓRIA DO MARANHÃO REPUBLICANO
Por: Rejane Silva Ferreira • 20/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.544 Palavras (7 Páginas) • 120 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CURSO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA DO MARANHÃO REPUBLICANO
Ana Beatriz Sousa Chagas
Avaliação
1.Com base no texto base e no filme-documentário Babaçu livre, analise a economia do babaçu no Maranhão do século XX.
A partir da análise das duas produções pode-se entender a economia do babaçu no Maranhão como um dos primeiros recursos extrativistas utilizados como fonte de renda, é possível perceber inúmeras problemáticas que irão ser diretamente relacionadas com toda linha de produção desse produto e que estão presentes até os dias de hoje. O estado do Maranhão se destaca na produção do coco babaçu desde o século XIX, os frutos desta eram destinados ao consumo próprio e mais adiante para exportação, produtos como o óleo, sabonete e entre outros gêneros.
Em meados de 1920 esse produto começa a ganhar grande popularidade, embora a exportação em alta se comportasse como um incentivo as atividades desenvolvidas pelas quebradeiras de coco, pois era e ainda é nos dias de hoje uma atividade desenvolvida massivamente por mulheres, ainda era muito marginalizada pois não haviam benefícios equivalentes a uma prática tão árdua. Essas mulheres além de uma carga-horária exaustiva e com todos os riscos do trabalho não conseguiam obter renda suficiente através da colheita e quebra para a obtenção das amêndoas.
Passando grande parte da primeira metade do século XX em voga a economia do babaçu ainda se comportava de forma subdesenvolvida quando se falava a respeito dos trabalhadores que eram em grande parte camponeses e que aqui se comportam como parte indispensável da produção e exportação, não havia nenhum interesse ou investimento nestes sujeitos que tinham como principal atividade a quebra do coco e a retirada da amêndoa, visto que não existiam máquinas que obtivesse sucesso nessa prática. Isso pode ser visto nos inúmeros exemplos onde o coco e levado para outros países, mas não se consegue remover a amêndoa.
Mesmo com o começo da expansão dessa economia no estado não houve nenhum tipo de articulação em prol do beneficio desses trabalhadores, um artigo é publicado em 1953 que chama atenção para a miserabilidade dessa população e de suas péssimas qualidades de vida, denunciando também a concentração não somente de riquezas, mas também da terra onde se encontravam as palmeiras nas mãos de grandes comerciantes. Dessa mesma forma o documentário Babaçu livre vai demonstrar em toda a sua produção, o documentário gira em torno da linha de produção do coco babaçu e de relatos das trabalhadoras que estão em contato direto com as problemáticas relacionadas a colheita e produção de alguns itens que tem como principal material o babaçu.
A apresentação audiovisual vai se produzida em contato direta com os dramas das quebradeiras de coco que além de não terem acesso ao local onde estão localizadas as palmeiras também não vão receber uma devolutiva que fosse compatível as atividades realizadas, é importante ressaltar que além de existirem problemáticas relacionadas aos diretos dessas trabalhadoras também pode-se correlacionar questões a terra e os latifúndios, pois a principal justificativa para a não entrada dessas mulheres eram as ´´invasões´´ que não costumavam ocorrer, a única coisa que era de seu interesse era o próprio babaçu.
Além disso práticas como a de exigir metade da produção eram comuns por parte dos donos das terras em troca do acesso das palmeiras até a década de 1990, além de cortar os cachos das palmeiras e por vezes a árvore completa para impedir aa chagada dessas trabalhadoras, até que se iniciam organizações para lutarem por seus direitos, não somente mulheres, mas sim comunidades inteiras participavam desses mutirões que tinham como principal objetivo chagar até as palmeiras sem ameaças. Muitas mortes ocorreram nas regiões do Médio Mearim e caminhadas tanto dos ruralistas como das quebradeiras eram feitas. Após intensas organizações é possível perceber uma grande articulação que deu origem a associações e cooperativas que buscavam tornar a luta mais ordenada para esses trabalhadores.
Essa luta foi muito expressiva até a primeira lei promulgada em 1997 que criminalizava a derrubada de palmeiras chamada de Acesso Livre e depois em 2002 a Lei do Babaçu Livre de número 01/2002 tem como principal objetivo não somente o livre acesso, mas também o desenvolvimento, cuidado e preservação das palmeiras que são consideradas mães, como também proíbe o uso de agrotóxicos, técnicas que prejudiquem ou degradem as árvores, cortes, tal qual qualquer dano causado a plantação.
Mesmo com todas essas mudanças é importante frisar que o ambiente entre essas leis e constantes dissidências tanto agrárias como trabalhistas ainda se faz presente, as quebradeiras de coco continuam em suas lutas e movimentos em busca de dias melhores e também com suas leis por muitas vezes desrespeitadas, o movimento agrário maranhense continua tendo vários de seus líderes assassinados e essa parte da população ainda nos dias de hoje vivencia momentos de tensão por reivindicar seus diretos básicos.
2.Com base nos filmes-documentário Precisão e Bandeiras Verdes, discorra sobre a exploração dos trabalhadores no Maranhão contemporâneo (trabalho análogo a escravidão) sobre a fronteira agrícola e o processo migratório no Estado do Maranhão do século XX.
A escravidão moderna e suas perpetuações são o grande enfoque do documentário Precisão, é interessante pensar que esse termo é muito utilizado por grande parte da população maranhense nos interiores e também nas grandes cidades que revela um contexto de necessidade, demanda de recursos por muitas vezes básicos que faz parte do panorama de vivência do maranhense. A partir do recurso midiático é possível a percepção do perfil da grande maioria de trabalhadores que caem nas garras dos cativeiros, são eles de baixa ou nenhuma escolaridade, vindos de uma infância pobre e produtos também do trabalho infantil, sujeitos pobres que fazem parte de comunidades carentes que não tem conhecimento sobre seus diretos, seduzidos por uma oportunidade de emprego eles aceitam e se submetem a essas atividades por falta de oportunidades e de condições que lhes favorecessem.
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