O Milagre Econômico
Artigo: O Milagre Econômico. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: RejaneB • 3/4/2014 • 1.293 Palavras (6 Páginas) • 416 Visualizações
A inflação, que no governo Castelo Branco era diagnosticada como uma inflação de demanda, passou a ser vista como uma inflação de custos no período que tem como ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto, de 1968-73.
Com isso, afrouxaram-se as políticas de contenção de demanda (fiscal e monetária), exceção feita à política salarial, considerada como elemento de custos. Houve ainda uma política de controle de preços, na qual os reajustes deveriam ter aprovação prévia do governo, com base nas variações de custos.
O período de 1968-1973 caracterizou-se pelas maiores taxas de crescimento do produto brasileiro na história do país, com relativa estabilidade de preços.
Essa performance foi decorrente das reformas institucionais e das políticas restritivas do período anterior (governo Castello Branco), que geraram uma capacidade ociosa no setor industrial e as condições necessárias para a retomada da demanda.
Além disso, o desenvolvimento da economia mundial e a grande liquidez internacional também permitiram a superação das taxas históricas de crescimento do Brasil.
Sistema de Minidesvalorizações da Moeda
O Governo Costa e Silva (1967-69) estabeleceu o Plano Estratégico de Desenvolvimento para o período de 1968-70. O plano previa, inicialmente, uma política de crescimento acelerado e auto-sustentado, por meio da substituição de importações. Abrangia agricultura, indústria, energia, transportes, telecomunicações, habitação, saúde e saneamento. A idéia era de gerar um desenvolvimento auto-sustentado com esse plano, fortalecendo a dinâmica do mercado interno.
A preocupação com o mercado externo teve determinados fatores que podem ser enumerados da seguinte maneira: a insuficiente poupança interna para atender ao ritmo acelerado de crescimento desejado; a capacidade insuficiente da indústria nacional de substituir importados; a franca expansão do comércio mundial; a liquidez do mercado financeiro internacional, oferecendo, a juros baixos, financiamentos para exportações e importações, além de poupança externa, importante para que o crescimento econômico do Brasil fosse acelerado; e a carência interna por novos bens de capital, insumos básicos e tecnologia avançada.
Segundo sua estratégia de crescimento auto-sustentável, o governo de Costa e Silva deu ênfase à política comercial por meio da ampliação de incentivos de crédito e fiscais para os exportadores. Mas, todavia, o maior incentivo à exportação foi por meio da adoção do sistema de minidesvalorizações da moeda, onde a moeda nacional passou a sofrer pequenos reajustes, em intervalos variáveis de tempo. E, por outro lado, ao reboque dos incentivos às exportações, o próprio setor agrícola também foi incentivado com créditos subsidiados, política de preços mínimos para o produto agrícola e incentivos à mecanização e ao uso de fertilizantes.
Diversificação dos Produtos Exportados
Evoluindo positivamente nos anos de 1968 a 1970. Em 1973, as exportações totalizaram US$ 6.199 milhões, o que representou um crescimento de aproximadamente 275% em relação a 1967.
Cabe destacar que, além do resultado quantitativo alcançado, houve uma maior diversificação dos produtos exportados, com a participação crescente dos produtos industrializados, constituindo 29,7% da receita de exportações em 1973. E paralelo a isso, ocorreu maior diversificação das exportações de produtos básicos, com a participação crescente dos derivados de soja, tornando-se um dos principais itens de exportação, superado apenas pelo café.
Balança Comercial
Devido a performance das exportações, a balança comercial obteve saldos positivos até 1970 e, posteriormente, somente em 1973.
Poupança Estrangeira
A partir de 1967, o governo brasileiro voltou-se para o sistema bancário privado internacional, onde regulou o financiamento direto de empresas a empresas e bancos internacionais a empresas. Facultou aos bancos comerciais operarem em câmbio e intermediarem a contratação direta de empréstimos externos de curto prazo para financiamento de capital fixo e de giro a empresas que estavam dentro do país.
Essas ações geraram, como conseqüência, uma grande entrada de poupança estrangeira no país por meio da conta capital.
Inflação de Custos
Delfim Netto tinha, como diagnóstico para o processo inflacionário, um forte componente de despesas, decorrentes da capacidade ociosa e dos altos custos financeiros resultantes da política de ajustes do governo Castello Branco por meio do PAEG.
Então, o governo gerou, conforme a Tabela III, uma política monetária expansiva e um grande aumento do crédito ao setor privado, aumentando a liquidez na economia.
Com esse tipo de política, fora estimulada a produção para o mercado interno e externo, gerando um crescimento econômico e uma queda da inflação de custos (ou de oferta), através da maior disponibilidade de mercadorias.
Mas por outro lado, o governo adotou uma política rígida de preços. Inicialmente, por meio da Comissão Nacional de Estabilização de Preços (CONEP), e, a seguir, através da Comissão Interministerial de Preços (CIP), que sucedeu à CONEP, além da Superintendência Nacional de Abastecimento (SUNAB), para controlar os preços dos produtos agrícolas.
Política Salarial
Já a política salarial foi feita por
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