O Nome Da Rosa
Casos: O Nome Da Rosa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: soaresouza • 18/3/2015 • 1.053 Palavras (5 Páginas) • 258 Visualizações
... “O NOME DA ROSA”...?
A obra, “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, têm seu início com a narração do personagem de Adso de Melk, já em idade avançada e segundo as suas próprias palavras; “já á beira da morte”, com o intuito de deixar registrado, o seu testemunho para a posteridade, dos eventos aterradores aos quais, presenciou quando; com poucos anos, em sua adolescência como noviço da Ordem franciscana, e tendo como mestre e preceptor, William de Baskerville. Cabe, nesse momento, uma simples menção a uma coerência (entre tantas outras), que demonstra a centralização do conhecimento pela Igreja Medieval. Era onde se encontravam os homens mais doutos. Ainda de acordo com essa coerência, a que me referia, o noviço, Adso, era de origem nobre, pois era filho de um tal ‘Barão de Melk’, e seu preceptor, ou mestre de noviço ser um velho Frade Franciscano, profundo conhecedor da filosofia , teologia e, as línguas do cânone cultural da época (latim e grego).
A trama se desenvolve nos finais do ano de 1327, em um mosteiro beneditino no norte da Itália, onde o abade da comunidade, pressionado com a notícia da chegada de um capítulo das “hostes da Santa Inquisição”, pede o auxílio de William de Baskervillle, que beira o perfil de um Sherlock Holmes medieval. Detentor de conhecimento e um senso analítico, procura as respostas racionais na luta contra uma mentalidade supersticiosa, muito comum na época em que, “bruxas e demônios infestavam a sociedade”.
Como apologista e conhecedor das escolas (sociedades) secretas, o autor... Umberto Eco insere no contexto; a dicotomia: Razão-fé; Luz-trevas; conhecimento-ignorância, e nesse último, o risco do conhecimento ao qual não se é autorizado (argumento utilizado também em seu livro “O Pêndulo de Foucauld”. Essa mesma dicotomia, se fazia clara no período retratado na obra, pois o conhecimento, seria considerado de ‘inspiração Divina’ se, respeitasse os limites da ‘doutrina eclesiástica’(dogmas).
Em torno de Aristóteles, se desenvolve o fio condutor da estória, que apesar de ser um “pensador-ícone”, pertencente à escola grega de Sócrates e Platão, de onde os pais da Igreja primitiva, (Patrística), buscaram sintonia na estruturação do pensamento cristão dos primeiros séculos, e onde buscaram sustentação, concordância e determinada justificativa, ou em determinados pontos, ao menos a não divergência no campo teológico em relação às escrituras.
Apesar de ser considerado como um dos expoentes, e constituir-se um dos alicerces do embasamentos da filosofia cristã dos primeiros tempos, o autor sugere em meio ao enredo, que “O Filósofo”, como era considerado pelos primeiros teólogos da Igreja, teria escrito em primeiro o livro “De Poética”(o que é fato reconhecido), e, após, um segundo livro com o mesmo título, porém esse, segundo mencionado no enredo, esse segundo livro , teria sido condenado pela Santa Igreja, ao “Index” dos livros proscritos, por se tratar de conteúdo herege ou que não esteja de acordo com a doutrina da Igreja. Não se tem notícia da existência real dessa obra, o fato é que, na estória, o livro aborda a comédia e “o tom sarcástico”, na observação do mundo ao derredor. Esse tipo de visão, torna-se um perigo de corrupção no comportamento e julgamento cristão, com agravantes incalculáveis se, os ditos cristãos forem religiosos submetidos a uma férrea disciplina monástica. O humor e a sátira, não eram toleradas pela disciplina medieval, por serem consideradas fraquesa que ilude e corrompe, desviando as atenções da contemplação Divina e por se associar às “artimanhas do maligno”, que é citado nas Escrituras, como o “escarnecedor”, e por assim dizer, quem se permitisse tais frivolidades, abriria caminho para a perda do “temor de Deus”.
Eco, permite manifestar na sua obra, um esboço de todos os erros(pecados), combatidos pela Doutrina e que acontecem com determinada facilidade no cotidiano de um local que deveria ser ambiente de “trabalho, estudo, oração”, de homens voltados para a máxima monacal, que consiste no lema; “ora et labora”.
Nesse contexto de santidade e perversão da mesma, considero o personagem do “Venerável Jorge”, a encarnação do estigma do zelo pela Doutrina radical, que assume para si, o poder do castigo divino para os infiéis, disposto a ir até as últimas conseqüências em defesa de uma fé que de fato vive, em contraponto ao ‘Inquisidor’, Bernardo Gui, que julga, condena e pune, visando a simples manutenção de um ofício em que não crê, mas que lhe dá poder e status(Santo Ofício), valendo-se para isso da superstição do povo comum, e da distorção dos fatos e suas interpretações, com o fito de alcançar seus objetivos.
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