O OLHO DA HISTÓRIA: A FOTOGRAFIA COMO REPRESENTAÇÃO DA REALIDADE

O OLHO DA HISTÓRIA: A fotografia como representação da realidade

Andressa da Silva Sousa^[1]

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Irma Nayara de Sousa Ramos^[2]

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Josenias dos Santos Silva^[3]

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RESUMO: A fotografia passou por muitos estágios desde sua origem, no século XIX. Durante muito tempo a fotografia viveu apenas como uma ilustração da história, mas na atualidade é uma importante fonte na pesquisa histórica. O presente artigo procura analisar a fotografia enquanto fonte para a história em suas diversas faces, bem como a sua popularização em meio de comunicação. Nossa pesquisa foi desenvolvida a partir de uma análise teórico: Kossoy (2009), Silva (2014), Kawakami (2015) entre outros. Dessa forma acreditamos que a fotografia é uma “arte” que transmite não só fatos e imagens, mas emoções deixando seu rastro da história da humanidade em cada pequeno pedaço de papel, fonte na qual sempre se tirará uma nova leitura assim reproduzindo novas perspectivas históricas.

PALAVRAS-CHAVE: História. Fotografia. Fonte Histórica.

1 INTRODUÇÃO

Desde o início da sua existência a fotografia já provava fascínio atraindo um imenso público. A fotografia no seu surgimento era reproduzida de maneira bem rudimentar, os primeiros indícios da fotografia que temos foram no século XVI. (CORRÊA, 2013) Os primeiros relatos associado a ideia de uma câmera foi a câmara escura^[4], essa câmara era a “base” para a criação da fotografia, nessa câmara conseguia-se gravar imagens em placas de sais de prata, mas quando a imagem era exposta a luz ela desaparecia. Este processo no qual se conseguia congela a imagem era um processo muito lento levando em média de trinta minutos para capturar a imagem e mesmo com todo esse processo a imagem não permanecia por muito tempo, devido a exposição à luz. Esta técnica passou por várias alterações no decorrer dos anos, até que em 1826 um francês consegui tirar a primeira fotografia reconhecida historicamente. Dessa forma, a fotografia nasceu pelas mãos de Joseph Nicephore Niepce (1765 - 1833).

Com toda essa inovação que a fotografia trouxe ela ainda precisava ser aperfeiçoada, passando por diversas contribuições e modificações em suas técnicas. Na atualidade a fotografia tem se propagado cada vez mais, e suas técnicas tem sido revolucionaria no modo como a mesma é reproduzida.  Antes, só se tirava uma foto quando acontecia algo realmente importante, como exemplo um casamento, hoje temos uma variedade de situações que a fotografia passou a registrar. Mas quando a fotografia nasceu como Fonte Histórica?  A fotografia passou a interessar como fonte nos Estudos da História quando a Escola dos Annales renovou os conceitos sobre fonte, abrindo então um leque de possiblidades para a pesquisa Histórica. Dessa forma, este artigo procura mostrar a fotografia enquanto fonte histórica, mostrando sua trajetória e como foi sua ascensão até a atualidade.

2 A POPULARIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA

A popularização da fotografia só pode acontecer devido a criação da câmera fotográfica portátil, na qual continha um rolo de filme que possibilitava tirar cem fotografias (SILVA, 2012). Com toda essa praticidade a fotografia se popularizou como uma atividade de todos, pois agora era possível para todos manusear o aparelho fotográfico, Kossoy (2009, p 27) nos fala que “o mundo, a parti do século XX, se viu, aos poucos, substituído por sua imagem fotográfica. O mundo tornou-se assim portátil e ilustrado”. Com isso a fotografia passou a ser uma “arte” do cotidiano no qual produziu uma enorme biblioteca de documentos fotografia para os estudos na atualidade, trazendo valiosas informações do passado.  

A popularidade da fotografia, o fenômeno contemporâneo que reúne a todos. Além de fonte histórica, a fotografia é um meio de comunicação com custos cada vez mais reduzidos. 
A fotografia também conta com a metodologia de seleção: "as escolhidas " e as "excluídas".  O poder informativo das artes visuais, após a democratização da fotografia, trouxe consigo o advento de determinadas classes sociais, pois as classes subalternas atualmente estão tendo acesso a esse privilégio. “Pois a fotografia tem capacidade para transmitir muito mais do que o senso comum lhe atribui” (KAWAKAMI, 2012, p. 171). Assim, a fotografia é coadjuvante da realidade, o analise é subjetivo remontando uma ideia individualizada, pois cada pessoa atribui um significado, até mesmo quando elas são portadoras de símbolos.

No quadro contemporâneo a fotografia encontra-se no parâmetro universal está em tudo e em todos, e sua expansão dissemina em uma velocidade imaginável, a todo instantes ela se populariza mais e mais. Na historiografia ela se encontra vivaz e harmoniosa, pois para muitos historiadores ela é uma fonte indispensável para seu oficio. A junção da análise da semiótica, que estuda os fenômenos de significação para a compreensão do contexto social. ”A fotografia é onipresente: coladas em álbuns, reproduzidas em jornais, expostas em vitrines, paredes de escritório” (FLUSSER, 1985, p22.)

A imagem fotográfica possui um discurso (BOURDIEU, 2006), em todas esferas sociais a fotografia exerce a sua função. Bourdieu no artigo “O camponês e a fotografia”, observa a partir da perspectiva da história vista de baixo como a imagem contempla na sua narrativa as classes subalternas. A função da popularização no campo imagético vai muito mais além do que a contemplação ou a preservação, vai no intrínseco cerne do analise estrutural, do entendimento da realidade registrada.

Hoje já virou corriqueiro tirar o smartfone do bolso e fazer diversas fotografias. Apesar da técnica fotográfica ser uma invenção do século XIX, hoje ela é extremamente presente no cotidiano da sociedade. A sua tamanha popularidade na atualidade é devido a vários fatores, como a acessibilidade de material fotográfico, e há muitos estímulos que acontecem devido a rede social, na qual há algumas que são exclusivas para postar fotografias e vídeos levando as pessoas a se conectar com o universo fotográfico e com o desejo de reproduzir e publicar fotografias, mostrando o seu ponto de vista do mundo. O fotógrafo e historiador Boris Kossoy (2009) nos fala que a fotografia é um documento cheios de emoções cujo o conteúdo é um só. Com essas palavras ele afirma que a fotografia também é um seletor de memórias mais além disso ela é um grande arquivo de emoções humanas.