O Relato da Primeira Guerra Mundial
Por: Eduarda Corrêa • 2/4/2018 • Relatório de pesquisa • 688 Palavras (3 Páginas) • 816 Visualizações
Escola de educação básica Francisco Mazzola
Eduarda Possenti Corrêa
Relato da Primeira Guerra Mundial
Nova Trento
2018
O mais puro dos sentimentos sentimento
O ano era 1912 e eu estava ansioso para o dia em que eu me alistaria no exército Francês. Esse era o meu sonho desde muito pequeno, eu queria ser exatamente igual meu pai, servir nosso país da melhor forma possível. Todos os rapazes da minha idade sonhavam com a mesma coisa, pois nada melhorar que ser visto como um herói.
Dois anos mais tarde, em 1914 nosso país entrou em guerra contra a Rússia. Um sentimento de euforia tomou conta de mim, naquele momento eu seria o que eu nasci para ser, um herói. O governo estava reunindo as tropas. Minha mãe me acompanhou até a estação de trem, com um olhar preocupado me da um beijo e diz o quanto está orgulhosa de mim. Naquele momento eu prometi para mim mesmo que eu não a decepcionaria.
Nenhuma palavra no mundo inteiro é capaz de descrever o que eu senti ao chegar no campo de batalha. A cena era pior que filme de terror. Eu e meus colegas ficávamos em lugares chamados de trincheiras, é uma espécie de buraco no chão que tinha pouco mais de 2 metros de profundidade e cerca de 1,80 metros de largura. Usávamos pedaços de madeira nas trincheiras como forma de evitar que a lama tomasse conta do lugar. O pior nem era estar todo cheio de lama, era ver os corpos dos meus colegas (ou o que sobrou deles) jogados por toda parte, e os ratos se alimentando do que um dia foram pessoas felizes e cheias de sonho, e que agora se resumia em nada. Esse era um problema grande, esses malditos ratos. Além de trazerem doenças horríveis que com o tempo foi matando o resto dos soldados, ainda comiam a pouca comida que nos restavam.
Já fazia um ano que eu estava nessa situação, e pensamentos suicidas tomavam conta de mim todas as noites. Eu só queria voltar para casa e ver o sorriso lindo que minha mãe tinha, poder comer minha sobremesa favorita e dormir nos braços dela. Aquela euforia de 1 ano atrás, agora se tornou uma tristeza sem fim, e pela primeira vez, eu chorei. Mais tarde naquele dia, nossos inimigos avançaram, eu já estava cansado disso tudo e coloquei a cara a tapa, matei mais de 30 soldados antes de me esconder de novo atrás das proteções da trincheira. Não sei explicar o que me aconteceu a partir desse momento, eu me encostei em um canto e fechei meus olhos, por incrível que pareça, um sentimento de paz tomou conta de mim. E comecei a fazer uma coisa que eu não estava mais acostumado a fazer, falar com Deus. Essa parte é um pouco irônica, pois quem clama a um Deus no meio de uma guerra? Foi exatamente o que eu fiz. E depois de muito tempo, foi isso que me deu uma coisa chamada esperança. Esperança de que tudo ficaria bem, que eu iria rever minha mãe, e que apesar de todo aquele horror, havia um ser superior maravilhoso que estava do meu lado, e que me fez lembrar de que a vida valia a pena. Quando abro meus olhos, estou de frente com um soldado soviético, eu sei o que vai me acontecer a seguir, mas simplesmente volto a fechar meus olhos, e o tempo agora parece passar em câmera lenta. Deixo a imagem da minha mãe tomar conta dos meus pensamentos, meu Deus que sorriso lindo ela tem, por uma fração de segundos, eu pude sentir novamente aquele beijo que ela me deu na estação de trem. O sentimento de paz que tive minutos antes, foi apenas Deus confortando meu coração, pois minutos depois todo meu sofrimento acabaria, e eu iria ver minha mãe novamente, não fisicamente, mas a sensação foi a mesma.
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