O que é Universidade
Por: ma1con • 29/11/2015 • Resenha • 2.314 Palavras (10 Páginas) • 337 Visualizações
Resenha do livro:
WANDERLEY. LUIZ. E. W. O que é Universidade. São Paulo: Editora Brasiliense S.A. 5 edição. 1985
Resenha por: Maicon Martin
Curso de Licenciatura de História
Universidade Federal Fronteira Sul – UFFS.
O que é universidade é uma obra do escritor Luiz Eduardo W. Wanderley, publicado no brasil a 5ª edição no ano de 1985, pela editora Brasiliense S.A., que se debruça a estudar o que é a universidade, na introdução o autor propõem que para compreender o que é universidade em sua situação atual há a necessidade de se buscar umas visão da sua totalidade que apanhe compreender não só as instituições de hoje em suas relações com o social, mas que possamos ir afundo com a premissa ´´universidade que está ligado a muitos outros- cultura, ciência, ensino superior, pesquisa, autonomia etc.``(Wandeley, L.E.W. p.7, a.1985). Buscando uma análise dos fatores históricos, estruturais, conjunturais de seu desenvolvimento, questionar como as inúmeras instituições no mundo estão sendo produzidas e reproduzidas, os aspectos básicos de seus agentes -estudantes, professores e funcionários - suas finalidades e problemas. O livro se divide em 10 capítulos e 21 sub- títulos que integram um diálogo sobre tema a ser discutido.
Universidade na história,
Origem e desenvolvimento
As instituições de ensino greco-romanas modelaram o mundo, as universidades assumiram forma específica no contexto religioso do Oriente islâmico e do Ocidente cristão. Posteriormente: “Na época feudal existiram os chamados studia generalia, lugares frequentados por estudantes vindos de todas as partes. Para terem o direito de ensinar ou de conferir graus, eles precisam de uma licença do papa, do rei ou do imperador``. (Wandeley, L.E.W. p.16, 1985). Inclusive em sua origem as universidades na história se deram de pouco acesso, classificando sujeitos que possuíam o direito ao conhecimento como privilegiados.
No pós revolução industrial o novo sistema de produção surge com exigências, especializações e técnicas, a nova divisão social do trabalho, sobre umas nova perspectiva de sociedade, e neste contexto nasce a Universidade de Berlin (1810), que buscava integrar ensino e a pesquisa, tendo também que integrar e se adequar ao processo de desenvolvimento social, econômico de uma nação. ´´No lugar apropriado para conceder a permissão a para o exercício da profissão através de títulos diplomas conferidos por órgãos de classes governamentais.``(Wandeley. L.E.W. , p.18, 1985). Pensadas para formação dos filhos da burguesia em logo as sociedades são pressionadas a atender aos reclamos da mobilidade dos filhos da classe média.
Modelos do exterior e sua influência na América Latina.
Sistema universitários espanhol na América Latina são datadas do sec. XVI, situadas no México, Cuba, Guatemala, Peru, Chile. No brasil a primeira universidade se deu em 1920 no Rio de Janeiro . Com a inquisição dogmatismo doutrinário prevaleceu e surgiu o obscurantismo a ciência moderna, que teve repercussões em nosso continente, principalmente pelo domínio do clero nas universidades somente pós guerras de independência houve mudanças nas universidades latino-americanas que seguiam modelo napoleônico francês em 1806 a universidade imperial por napoleão surgiu com uma ruptura as concepções tradicionais. O exemplo do modelo francês trouxe a américa latina o estabelecimento de faculdades para cada profissão, que diplomam o alunos para o exercício da profissão. Com o novo sistema trazido o novo sistema reprodução econômica fez emergir uma nova classe social, a de operários destacando cada vez mais as diferenças entre as classes dominantes, média e operária. Como plano de fundo o inconformismo das classes médias na américa latina já afastadas do poder político, que se mantinha nas mãos da oligarquias, as universidades se torna um reduto político da classe média. Após uma luta de vários meses, com o apoio no liberalismo das classes médias nasceu a primeira universidade nova da América Latina de Córdoba, a reforma passou para outras cidades argentinas atingindo sua maior ascenção entre 1919 e 1922 daí até 1928 então reforma ganha a américa.
A reforma ganha a América e se transforma.
´´[...]O movimento reformista que abalou a universidade de toda a América Latina.``( Wandeley, L.E.W. p.23, a 1985). ´´Manifesto de Córdoba``. O movimento reformista teve como mérito a operação na política latino-americana constituindo-se na maior escola ideológica para setores avançados a burguesia. ´´e foi a a partir dela que apareceu a maioria dos líderes civis latino-americanos e alguns partidos políticos. ``p.26. Também se dá uma reforma intelectual e moral difundida em 1918 por todo continente colocando liberais e modernos contra oligarquias, o estudante agora participa das oscilações típicas da política, respaldo e apoios do governos em alguns casos apoiam os setores reformistas mas pouco a pouco esses setores mostram seus reais interesses, contrários ao ideário da reforma os reformistas se sentira frustrados. Tendo alguns líderes do movimento entrando decisivamente na política. ´´Desde logo, um testemunho não pode ficar ausente. Nas lutas pela reforma universitária e como resultado da repressão, houve sempre prisões e mortes, fazendo surgir mártires universitários em todo o continente.``p.27. Novas relações entre o movimento estudantil são identificados, mesmo que um solidarismo operário-estudantil, esta relação esteve presente desde o começo da reforma, no Peru, no Chile, na Argentina, em Córdoba estudantes estavam na luta ao lado dos operários. Alguns casos professores também protestaram realizando greves. Essa inserção dos estudantes implica em uma categoria social- O movimento estudantil. O autor cita um dado interessante que a solidariedade entre trabalhadores e estudantes proposto se expressou na organização das universidades populares, mas antes de vermos sua composição e estruturas devemos entender o que é cultura universal e dependência cultural.
Universidade e cultura universal
A cultura de cada nação possui autonomia relativa ela corresponde as relações social que os homens estabelecem relação de sua produção material. Algumas correntes da quais o autor discorda defendem que a cultura quase de modo exclusivo é a causa principal de mudanças, principalmente ao analisar influência de culturas predominantes na história argumento usado por culturas dominantes afim de justificar relações de interesses sócias, políticos- econômicos. No que desrespeita a dependência cultural mais especifico o brasil o autor afirma que em nossa tradição universitária como nos demais espaços intelectuais, sempre houve modelos e soluções importadas, e inadequadas a realidade social da nação. ´´Uma universidade que não objetive se dedicar exclusivamente à formação de profissionais para o mercado de trabalho, mas que queira educar, não pode ficar circunscrita de uma só cultura``p.39.
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