OS TRIUNVIRATOS E A GUERRA CIVIL DE CÉSAR
Artigo: OS TRIUNVIRATOS E A GUERRA CIVIL DE CÉSAR. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: GABRIELAMBROSIO • 27/3/2014 • 3.130 Palavras (13 Páginas) • 684 Visualizações
O triunvirato e a guerra civil de César
O primeiro triunvirato
O primeiro triunvirato foi a aliança política entre Júlio César, Marco Crasso e Pompeu.54 Ao contrário do segundo triunvirato, o primeiro não tinha nenhum status oficial; seu esmagador poder na República Romana foi estritamente uma influência não-oficial, e foi de fato mantida em segredo por algum tempo como parte da politicagem e maquinações dos triunviratos. O primeiro triunvirato foi formado em 60 a.C. e durou até a morte de Crasso em 53 a.C.
Crasso e Pompeu haviam sido colegas no consulado desde 70 a.C., quando legislaram a restauração completa do tribunato do povo (o ditador Lúcio Cornélio Sula havia retirado todos os direitos dos tribunos do povo, exceto o ius auxiliandi, o direito de resgatar um plebeu das garras do magistrado patrício). No entanto, desde então, os dois tinham entretido uma antipatia considerável um para com o outro, cada um acreditando que o outro deveria sair do seu caminho para aumentar a sua própria reputação à custa de seu colega.
César, artificialmente conciliou os dois amigos, para combinar sua influência para que resultasse em ele ser eleito cônsul em 59 a.C. Crasso e César já eram amigos, assim, solidificou sua aliança com Pompeu, lhe dando a sua própria filha Júlia em casamento. A aliança combinada deu enorme popularidade a César, uma reputação legal para com a influência e riqueza fantásticas de Crasso dentro da plutocrática Ordem Equestre Romana e igualmente para com a riqueza e reputação militar de Pompeu.
O triunvirato foi mantido em segredo até que o senado obstruiu a proposta de lei agrária de César, estabelecendo colônias de cidadãos romanos e distribuindo porções de terras públicas (ager publicus). Ele prontamente trouxe a lei perante os tribunos do povo, em um discurso que havia sido ladeado por Crasso e Pompeu, revelando assim a aliança. A lei agrária de César foi aprovada e o triunvirato passou a permitir a eleição do demagogo Públio Clódio Pulcro como tribuno do povo, livrando-se tanto de Cícero e Catão, o Jovem, ambos adversários inflexíveis do triunvirato.
O triunvirato passou a fazer novos acordos entre si. O senado premiou Júlio César, como uma afronta aos negócios do triunvirato, "as madeiras e os caminhos da Itália", como seu território procônsul. César aprovou, através de sua própria tribuna, sua decisão sobre o assunto, e tornou-se procônsul de ambas as Gálias (Cisalpina e Transalpina) e de Ilírico, com o comando de quatro legiões por cinco anos; o novo "pai por lei" de César, Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino foi feito cônsul em 58 a.C.
Em 56 a.C., os laços entre os três amigos foram se desgastando.55 César, primeiro convidou Crasso e depois Pompeu para uma reunião secreta, a "Conferência de Lucca", para repensar suas estratégias conjuntas. A reunião renovou a aliança política. Eles concordaram que Pompeu e Crasso voltariam para o consulado em 55 a.C. Uma vez eleitos, eles estenderiam o comando de César na Gália por cinco anos. No final de seu ano consular conjunto, Crasso teria a influente e lucrativa governança da província da Síria e usaria isto como uma base para conquistar a Pártia. Pompeu manteve a Hispânia sob sua tutela.56 57
A aliança permitiu que o triunvirato dominasse completamente a política romana, mas não iria durar indefinitivamente devido às ambições, egos e ciúmes dos três; César e Crasso ficaram cada vez mais invejosos um para com o outro, após os sucessos de César na guerra contra Gália, em que anexou toda a região para Roma.
A travessia do Rubicão por Júlio César
Em 50 a.C., o senado liderado por Pompeu, ordenou a César desmantelar suas legiões e retornar a Roma porque seu mandato como governador da Gália havia terminado.58 Júlio César pensou que ele poderia ser processado se entrasse em Roma sem uma imunidade concedida por um magistrado. Pompeu acusou César de insubordinação e traição.
Em janeiro de 49 a.C., César cruzou o rio Rubicão (o limite da fronteira da província da Itália), com apenas uma legião e inflamou umaguerra civil. Após cruzar o Rubicão, César, de acordo com Plutarco e Suetônio, supostamente citou a frase do dramaturgo gregoMenandro, Alea jacta est ("A sorte está lançada").59
Pompeu e grande parte do senado fugiram para o sul, tendo pouca confiança em seus soldados recém-chamados. Apesar de Pompeu superar o número de soldados para com César, que só levara sua décima terceira legião, Pompeu não tinha a intenção de lutar. César perseguiu Pompeu, na esperança de capturá-lo antes que suas legiões pudessem escapar.60
Pompeu conseguiu escapar antes de que César pudesse capturá-lo. Colocando sua atenção na província da Hispânia, César deixou aItália sob o controle de Marco Antônio. Depois de uma surpreendente marcha de 27 dias, César derrotou os tenentes de Pompeu e, em seguida, retornou para o leste, para desafiá-lo na Grécia, onde, em julho de 48 a.C., em Dirráquio, César não conseguiu evitar uma derrota catastrófica para Pompeu. Em um engajamento mais curto mais tarde naquele ano, César derrotou decisivamente Pompeu em Farsalos.61
Em Roma, César foi nomeado ditador,62 com Marco Antônio como seu magister equitum (o segundo em comando); César presidiu a sua própria eleição para um segundo consulado e, depois de 11 dias, se demitiu como ditador.62 63 César então perseguiu Pompeu até a província do Egito, chegando logo após o assassinato do general. Foi apresentada a César a cabeça decepada de Pompeu e seu anel, recebendo-os com lágrimas. Assim, César condenou os assassinos de Pompeu com a decapitação.64
Júlio César então se envolveu em uma guerra civil egípcia entre o garoto faraó (Ptolemeu XIII) e sua irmã, mulher e rainha co-regente, Cleópatra. Talvez como resultado do papel do faraó no assassinato de Pompeu, César ficara do lado de Cleópatra. Ele resistiu ao cerco de Alexandria e mais tarde derrotou as forças do faraó na Batalha do Nilo em 47 a.C. e instalou Cleópatra como governante do Egito. Assim, César e Cleópatra celebraram sua vitória com uma procissão triunfal sobre o rio Nilo no mesmo ano. Apesar do relacionamento de Cleópatra com César resultar em um filho, eles nunca se casaram.65
No final de 48 a.C., César novamente foi nomeado ditador, com o prazo de um ano.63 Depois de passar os primeiros meses de 47 a.C. no Egito, César foi para o Oriente Médio, onde derrotou o rei de Ponto. Sua vitória havia sido tão rápida e efetiva que César zombou das vitórias anteriores de Pompeu sobre fracos e pobres inimigos.66 No caminho para
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