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Os Bugreiros e Indígenas no Vale de Braço do Norte

Por:   •  11/12/2017  •  Resenha  •  794 Palavras (4 Páginas)  •  541 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA- UNISUL

TUBARÃO, 27 DE NOVEMBRO DE 2017

UNIDADE DE APRENDIZAGEM: FORMAÇÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICA DE SANTA CATARINA

ORIENTADOR: ALEXANDRE DE MEDEIROS MOTTA

ACADÊMICAS: CIBELY FELDHAUS E JULIETTE DE OLIVEIRA VIEIRA

BUGREIROS E INDÍGENAS NO VALE DO BRAÇO DO NORTE

     

O início da colonização na microrregião de Tubarão começou no século XVIII e se estendeu até o século XX. A necessidade de povoar este território trouxe levas de imigrantes alemães e italianos que, no primeiro momento, não se importavam com a presença indígena no local. Mas, a partir do momento em que as famílias se instalaram e começaram o desmatamento para a plantação e o sustento das mesmas, acontecem os primeiros encontros entre as duas culturas.

Para os índios, a terra pertencia à tribo e, tudo o que havia nela como animais e plantas. Para o colonizador europeu, a terra pertencia ao império e por isso poderia ser comprada e explorada. Nesse contexto, a princípio, o convívio foi amistoso, porém, com o fortalecimento e avanço da colonização, os confrontos foram inevitáveis. Sobre isso, Santos (1973, p. 64) apresenta:

não se pode pensar, também, que os indígenas se aproximaram do branco e de sua propriedade sempre com o intuito de observar, de ver o que fazia novo habitante, pacificamente. Na realidade os Xokleng eram homens e, como tais, sujeitos a emoções e atitudes imediatistas, desconectadas de qualquer objetivo futuro. Não havia assim guerra ao branco e sim revide a ataques ou simplesmente agressão, motivadas, às vezes, pelo encontro de índios e brancos em territórios que ambos tinham interesse. E para um povo que vivia já em estado de guerra, a presença dos brancos na floresta com suas armas barulhentas, não poderia significar paz.

A guerra dentro das coordenadas da cultura indígena não era a mesma daquela promovida pelos brancos. No entanto, existiam interesses próximos, como o território e os animais para a alimentação, a coleta e o espaço geográfico para a manutenção da cultura. Então, chegaram os bugreiros ou “limpadores do mato”, para romper o equilíbrio natural. Eles ganhavam dinheiro ou terras para combater os nativos, formando, assim, uma cultura de extermínio ao indígena da região.

Escutei muitas vezes as bugres no mato, próximo da roça em que trabalhava sozinho. Não eram agressivos, mais vingativos. Não lhes fazendo mal também não faziam” afirma Heidemann (apud DALL’ ALBA, 1973, p. 357). Por outro lado, conforme Santos (1973, p. 60), “no início do século XIX, 1808, aparece uma das primeiras notícias concretas. D. Joao VI, por Carta Régia, determinava que se fizesse guerra aos índios que realizam incursões cercanias de Lages.”

Dessa forma, partiram para o extermínio, deixando os índios Xokleng encurralados entre as pistolas de fogo e as espingardas dos colonos, que, nos primeiros anos, também, faziam, em pequenas porções, o trabalho de matança. No entanto, a partir do momento que os colonos se sentiram amaçados iniciou-se a contratação dos bugreiros.

Como, porém, na maioria dos casos só estão armados de arco e flecha e teme muito a arma de fogo, o emigrante não deve arrecear se mesmo que more sozinho na mata. Bastam alguns cães ensinados e uma boa espingarda de dois canos. Entretanto, ninguém necessita estabelecer se sozinho na mata e em cada colônia onde se teme o ataque de índios, o Governo mantém soldados para protegê-la. (HOERMEYER,1966 apud SANTOS, 1987, p. 58).

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