Os Regimes de Historicidade
Por: Natália Lacerda Campos • 29/9/2022 • Resenha • 611 Palavras (3 Páginas) • 126 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
UNIDADE CARANGOLA
OPTATIVA III
RESENHA DO TEXTO: REGIMES DE HISTORICIDADE: PRESENTISMO E EXPERIÊNCIAS DO TEMPO - CAP.04: MEMÓRIA, HISTÓRIA E PRESENTE
2º SEMESTRE 2022
ALUNA: NATALIA LACERDA CAMPOS
PROFESSOR: MAURO FRANCO
CURSO: HISTÓRIA
PERÍODO: 8º
ANO: 2022
REGIMES DE HISTORICIDADE: PRESENTISMO E EXPERIÊNCIAS DO TEMPO – CAP.04: MEMÓRIA, HISTÓRIA E PRESENTE
Hartog se posicionou como um historiador da história do pensamento cultural, para o qual a historiografia fazia parte da história da cultura e do pensamento. Para Hartog, a instituição da história é uma forma de lidar com o tempo – os humanos lidam com as categorias do tempo; assim, Kosellek mostra que a história há muito tempo foi compreendida a partir da lógica mestra da vida e de eventos como a Revolução Francesa em 1789, ao qual esse entendimento se desfaz, porque, de repente há uma mudança, uma ruptura muito grande entre passado, presente e futuro. Então torna-se algo questionável, algo que não sabemos - e para Hartog, a perspectiva moderna do tempo, terá sua presença mais marcante no futuro, ou seja, regimes futuristas, em que neste sentido, guiam o futuro do relacionamento da humanidade com tempo. Nesse contexto, não é mais o passado que se ensina, mas o futuro na forma como almejamos e buscamos assegurá-lo. Para Hartog, a assiduidade, seria uma instância do momento presente como um tempo privilegiado em que historicamente nos posicionamos no mundo. Para ele, a Revolução Francesa de 1789 estava associada a todas as mudanças envolvidas na transformação – amplas mudanças nas esferas política, social e econômica – bem como mudanças na historiografia francesa. Dessa forma, ele aponta que a obra de Pierre Nora não é apenas uma alusão a esse momento de ruptura, mas também algo que complementa esse momento de transformação. A análise de Hartog parte da constatação de que na França, onde a história contemporânea emerge em certa medida, a escolha de destacar temas dos séculos XX e XXI é primordial e como o presente aparece na obra do autor. "Para além das histórias, há a História", a História em si, que segundo a expressão de Droysen, deve tornar-se "conhecimento de si mesma". Particularmente, ela é doravante compreendida como processo, com a ideia de que os acontecimentos não se produzem mais somente no tempo, mas através dele: o tempo torna-se ator, se não o Ator. Então a exigência de previsões substitui as lições da história, já que o passado não explica mais o futuro. O historiador não produz mais a exemplaridade, mas está em busca do único. Na hístoría magistra, o exemplar ligava o passado ao futuro, por meio da figura do modelo a ser imitado.” (Hartog. 2013; Pag.137) As instituições históricas não são coisas totalizantes, são usadas como aspectos da experiência mais ampla do tempo no presente, mas isso não quer dizer que não haja futurismo no presentismo. Há que ter em conta que no século XX, o trabalho historiográfico terá o presente como papel prioritário e com mais vantagens, mas ainda há resquícios da Magistra Vittae e do futurismo que dominava à época. O Manifesto Futurista também mostra como podemos passar do futurismo ao presentismo, ou como o futurismo já é um presentismo também. Quando Marinetti declara: "O tempo e o espaço morreram ontem. Vivemos no absoluto, porque criamos a eterna velocidade da onipresença", o presente é "futurizado", ou apenas o presente. Passar velocidade, agora se torna eternidade, e Marinetti dirige seu carro, vendo-se como um substituto de Deus. “O futurismo deteriorou-se sob o horizonte e o presentismo o substituiu. O presente tornou-se o horizonte. Sem futuro e sem passado, ele produz diariamente o passado e o futuro de que sempre precisa, um dia após o outro, e valoriza o imediato.” (Hartog. 2013; Pag.148)
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