PCC Construção Simbólica
Trabalho Escolar: PCC Construção Simbólica. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: gabiadinha • 5/11/2014 • 1.210 Palavras (5 Páginas) • 419 Visualizações
1. Construção simbólica da legitimidade
É analisado imagens, construções simbólicas e narrativas míticas presentes em alguns elementos da dominação do PCC. A sua fundação, o batismo e as execuções de inimigos e traidores, são alguns elementos constitutivos de tal analise, poderia ser incluso outros, mas os citados em especial representam a consolidação do poder no simbolismo e no ritual. Mesmo que este poder seja arbitrário e ilegal.
1.1. A tese de Girard
Girard discute uma tese polêmica que a violência é fundadora das sociedades humanas, afirma que nas sociedades tradicionais onde não precisa poder para solução de conflitos diz que a violência é evitada, por meio de rituais de sacrifício, a chamada “vítima expiratória”, é aquela que sofre um ritual, por ter tido algum ato inadequado que não se deve expandir para a comunidade toda, ela não é morta por vingança ou traição, só para impedir a comunidade do círculo vicioso da vingança pessoal, e reforça a união dos membros.
1.2. Casa de Custódia de Taubaté – O Pacto.
José Márcio Felício, o Galeião, um dos oito fundadores da facção, houve uma campeonato de futebol no presídio, entre os presos de rigoroso regime, e dois times se enfretaram; Comando da Capital, presos da capital Paulista, e Comando Caipira, oriundos do interior do Estado.
Houve provocações durante a partida dos dois times, e findou-se em uma briga sangrenta. Galeião teria segurado a cabeça de um dos adversários e girando-a destroncou seu pescoço, matando-o. A briga não teve fim até a morte de outro preso, e os oito detentos do Comando da Capital sabiam que seriam punidos severamente, selaram um pacto entre si: “Quem ofender um de nós ofenderá a todos- somos o time do PCC, os fundadores do Primeiro Comando da Capital”. Também criaram um código de autoproteção; “Na nossa união ninguém mexe”.
1.2.1. “Bateria”.
Antes do fato dos assasinatos no campeonato de futebol, os presos do Anexo já haviam organizado um protesto contra as condições de opressão em que viviam, que ficou conhecido como “bateria”, os presos batiam na grade 24 horas por dia, eles se revezavam, até a população vizinha fez um abaixo-assinado pedindo a desativação do presídio. Este protesto era resultado do ainda recente Massacre do Carandiru, e também da Lei de Crimes Hediondos.
Contudo o fato do homicídio no campeonato de futebol, foi fundamental pra revelar a união e a organização, conhecido como duplo homicídio, marco simbólico da criação do PCC,reatualizado no batismo dos novos membros, e nas muitas execuções de rivais, repletas de elementos simbólicos da facção.
1.3. Batismo
No decorrer de 15 anos de existência do PCC essa prática passou por transformações, no início relatos dizem que havia um ritual de sangue, o qual o novo integrante e o seu padrinho picavam o dedo e derramavam gotas de sangue em um copo com água e bebiam a mistura.
Outros diziam que havia presença de sangue de animais, pombas ou ratos, que teria que ser bebido pelo novo integrante. A presença do sangue é central, ele simboliza o renascimento, o pertencimento do novato a uma nova família e, ao mesmo tempo, a ruptura com os grupos dos quais fazia parte.
Além dessa simbologia de fraternidade, a presença de sangue nos rituais de batismo caracterizam a possibilidade de uso da violência constituída como ameaça ao novo integrante em caso de traição. Por fim o novato está ligado até o fim de sua vida, e cuja ruptura pode levá-lo à morte.
1.4. Estatuto
A leitura do Estatuto é obrigatória a todos, é dada uma cópia aos novos adeptos da facção, os mesmos devem ler em voz alta, cujo 16 itens devem jurar obediência, e fidelidade a seu padrinho.
Todo novo integrante do PCC, deve ser necessariamente apresentado por um mais antigo e “conceituado” na organização. O padrinho é responsável pelo novo integrante,por isso deve-se escolher com cuidado os membros que levá para dentro da irmandade.
1.5. A Legitimação da Irmandade
Balandier dizia que “o passado coletivo, elaborado em uma tradição, em costume, é a origem da legitimação”.
Assim a imagem da irmandade constituída a partir de privação, sofrimento, opressão, e injustiça entre os irmãos, é reativada pelo ritual de batismo, por meio da leitura do Estatuto, escrito por Mizael.
1.6. O Hino - Culto
Em alguns vídeos gravados por agentes da penitenciária escondido pois são oprimidos pelos detentos (http://www.youtube.com/watch?v=779JtiL0Nfc) , e também no relato do Padre Valdir João Silveira, da Pastoral Carcerária de São Paulo, relatam que os grupos prisionais para fortalecerem o seu poder e demonstrar a força dele, realizam uma espécie de
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