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Panorama Cultural Na Inglaterra Dos séculos XI A XIII

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Por:   •  10/4/2014  •  1.303 Palavras (6 Páginas)  •  482 Visualizações

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Panorama Cultural na Inglaterra dos séculos XI a XIII

A Inglaterra dos séculos XI a XIII foi pautada por intensas mudanças conjunturais. Estas mudanças tiveram início no ano de 1066 (Batalha Hastings) com a conquista do reino por um Duque da Normandia, de seu nome Guilherme, conhecido igualmente por Guilherme O Conquistador. Este era o início de uma nova era referenciada historicamente como ocupação Normanda das Ilhas Britânicas.

Inglaterra desde então alterou-se profundamente, a começar pela organização do poder que passou a ser administrado pelo Rei Guilherme I e seus seguidores nobres normandos a quem lhes foram atribuídos terras e bens em troca da sua lealdade e fidelidade para o com Rei, Salisbury Oath.

Com o tempo e no decurso dos anos seguintes registou-se uma contínua e inovadora abordagem política e de governação com iniciativas inéditas à época, como o recenseamento da população e seus bens, Domesday Book, deste modo e depois de um conhecimento profundo das terras conquistadas novos métodos de administração do poder foram adoptadas. Como consequência houve uma centralização do poder com uma intrincada organização do reino e um controlo das Finanças e da Justiça local.

Nos séculos que caracterizam esta análise, registou-se um consequente desagrado e mal-estar entre Papa e o reino, assim como nos súbditos régios, nomeadamente na nobreza e seus barões que se viu desprovida de poder e influência, concentrados estes em absoluto no rei, e que deste modo provocou o surgimento da Magna Carta no ano de 1215 em Runnymede, documento conhecido como regulador do poder e influência governativa do rei. Este momento é hoje reconhecido por muitos como um dos primeiros passos no delineamento da democracia parlamentar britânica.

Socialmente o período em causa e sob objecto de reflexão, foi caracterizado como uma época de bem-estar com algum crescimento populacional, sustentado pela exploração agrícola de forma organizada e abrangendo várias áreas de aproveitamento. Desde o cultivo de terras em sistema de campos abertos, Open Field, à criação de animais para aproveitamento e transformação do leite em queijos, dos excrementos em adubo e das peles e lãs, a comunidade medieval foi-se estabelecendo na sua maioria na dependência do seu senhor, dono das terras. Aqueles que eram livres viviam nos Boroughs, a cidade local onde se cunhava a moeda e os mercados tinham lugar. No final deste período em análise, verificou-se um aumento dos preços os que impeliu muitos senhores e donos de terras, que até aqui viviam das rendas que auferiam, a administra-las pessoalmente, surgindo pela primeira vez documentos e literatura sobre como administrar e gerir propriedades, como exemplo encontramos o Husbandry, de Walter of Henley.

Culturalmente este período medieval caracterizou-se numa divisão notória das classes; por um lado encontrava-se a nobreza, a elite, senhores detentores de uma língua e linguagem própria o franco-normando, mais tarde denominado de anglo-normando. Do outro lado encontrava-se o povo, os conquistados, aqueles que falavam uma língua menor, o inglês comum. Todo o cenário cultural dos séculos XI a XIII teve como base este cenário, esta divisão de línguas que tinham um propósito comum, a união de uma nação, mas que dora avante a língua associada ao saber, à literatura e até mesmo à administração e governação viria a ser efectuada em anglo-normando ou até em Latim. Aquilo que de melhor existia previamente à ocupação normanda no reino foi mantido e mesmo preservado e incentivado, como por exemplo as artes de bem-fazer a iluminura e os bordados, como é demonstrado pela magnífica tapeçaria de Bayeux, executada por bordadeiras ingleses, onde são exaltados e ilustrados todos os eventos chave que levou à conquista da Inglaterra por Guilherme I. Esta aliás era a característica presente em toda a manifestação cultural da época, exaltar as tradições e costumes daqueles que governavam, servindo-se do que já existia como forma de melhor comunicar e fazer chegar o seu estilo de vida. Pode-se também dizer que a literatura normanda reflecte muito dos hábitos e costumes das instituições da corte, onde se constata uma afinidade entre a Inglaterra e a França. A elite medieval deste período, como por exemplo os senhores feudais, os guerreiros, poetas, artistas e demais eruditos, viajavam com frequência entre a Inglaterra, França, Espanha, Itália, indo mesmo até à Terra Santa em cruzadas. A existência do reino normando da Sicília, permitiu um contacto com o Oriente e com Bizâncio, exercendo assim alguma influência estética presente nalguns manuscritos e visivelmente constatado nas famosas pinturas murais em Cantuária.

O patronato real às artes e ao saber, presente desde governação de Henrique I, fomentou a actividade literária onde, a já pré existência na Inglaterra de uma literatura mítica de cavaleiros e reinos construídos numa base de honra e valentia (mito arturiano e do reino de Camelot), foram adoptados pela aristocracia normanda

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