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Pensamento Sobre Bruxaria Na Idade média

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Por:   •  14/7/2014  •  3.793 Palavras (16 Páginas)  •  853 Visualizações

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MAGIA NO MEDIEVO:

BRUXARIA NO MENTAL ORTODOXO CRISTÃO

Ana Paula Oliveira Melo

Jeferson Luiz Almeida

Rebeca ProuxBoop de Souza

Victor Augusto Mendonça Guasti

Resumo:

O presente artigo foi elaborado a partir do confronto entre os conceitos de bruxaria, magia e feitiçaria entre o pensamento cristão e o senso comum sobre tais práticas no recorte histórico compreendido como Idade Medieval, em especial nos séculos XV e XVI.Existe diferenças entre Bruxas e Feiticeiras? Quem são essas mulheres? O que fazem? Por que disseminam medo? O que é mito e o que tem veracidade quanto aos relatos de bruxaria?

Palavras-chave: Bruxaria, pensamento cristão, mulheres

Abstract:

Thisarticle was preparedfrom the confrontationbetween the conceptsof witchcraft, magicand sorcerybetweenChristian thoughtand common senseaboutsuch practices in thehistorical periodunderstood asthe Middle Ages, especially in thefifteenth and sixteenthcenturies. There aredifferences betweenWitches andSorcerers? Who are these women? What do you do? Whyspreadfear? Whatismythand whatistruthregardingreports ofwitchcraft?

Keywords: Witchcraft, Christian thought, women

INTRODUÇÃO

Um período tão heterogêneo e tão místico quando período medieval, somado as crises pelo qual foi assolado este recorte temporal faz com que, mesmo em um ambiente tão diversificado tenha um discurso único quanto à forma de ver as mulheres ditas feiticeiras .

Mas, quem eram essas mulheres que despertavam tantos medos?

Parteiras, curandeiras e carpideiras, as bruxas, em sua maioria são de origem camponesa com suas práticas e crenças que delineavam modos de tratar doenças e lidar com as situações-limite da existência (nascimento, acasalamento, geração, morte) e misturam em seu caldeirão os mistérios da vida e da morte herdados das tradições pagãs.

Ambígua, a bruxa pode ser tanto a bela jovem sedutora como a assombradora e decrépita viúva solitária, aparentada com a morte.

Tendo o cristianismo este discurso, somado a inferiorizarão da figura feminina pela sociedade medieva que é confirmado pelo Malleus Maleficarum, podemos conceber que o pensamento se torna praticamente uniforme, em especial nos séculos XV e XVI.

Desta forma, o presente artigo busca sintetizar estes pensamentos e demonstrar como a sociedade mística e sofrida do período medievo buscava justificar seus medos em “bodes expiatórios” que praticavam certas “magias negras”.

CONCEITO DE MAGIA ANTERIOR E POSTERIOR A ÓTICA CRISTÃ

Quando falamos em magia hoje, logo dá para se pensar em coisas fantásticas, sobrenaturais ou até mesmo em mágicos de circo. Ou ainda pensa-se naquela bruxa feia e velha que tem uma verruga imensa no nariz ou contrapondo, aqueles bruxinhos e feiticeiros bonitinhos que só querem o bem e lutam com a magia para obtê-lo. O que vemos no caso de Harry Potter, Senhor dos Anéis e outros livros e filmes que utilizam do universo mágico para contar uma História.

Mas o que é magia?

Muitos historiadores e também outros estudiosos, no decorrer das décadas tentaram conceituar e desvendar um pouco desse Universo que é a magia. O conceito de magia se transforma de acordo com o lugar analisado, a época e a mentalidade de uma determinada sociedade. E sofre influência também das concepções de quem a conceitua.

Segundo o livro As Práticas Mágicas no Ocidente Cristão do historiador Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, no século XIX alguns conceitos de magia foram criados em cima de estudos de populações “primitivas” sem uma obrigatoriedade à crítica e a verificação. São conceitos já ditos como ultrapassados. A magia segundo essas referências é vista como uma arte, uma pré-ciência ou mesmo a combinação das duas. Tendo ou não aspectos religiosos envolvidos, com o objetivo de provar fenômenos extraordinários junto a uma ordem natural dos Cosmos. Essa ideia de estado pré-científico é vista no conceito dado por Sir James G. Frazen (fim do século XIX) que analisa a magia a partir de um princípio evolutivo. Designando-a como uma falsa ciência, algo anterior à religião. Um estado pré-religioso e pré-científico.

Para o antropólogo Branislaw Malinowski a magia é “o emprego de meios sobrenaturais para obter fins empíricos”. Sendo uma busca para aquilo que não se tem a resposta. Para ele a magia é algo diretamente ligado a problemas da vida cotidiana, já a religião está relacionada diretamente com a existência humana. Para o sociólogo Max Weber na magia há ações religiosas e a religião tem sua magia particular. O que o leva a crer que os fenômenos da magia são ações religiosas já vistas como efetivas, tendo no fim resultados empíricos ou não.

Uma forma de se entender a magia, pelo menos a realidade europeia, é indo nas bases de seu pensamento: a Antiguidade Clássica. O termo magia provém do Irã e foi “emprestado” para gregos e latinos e significa: “forma especial de relação com o sobrenatural”. A magia na Antiguidade se relacionava com o mundo em que se vivia, com o cotidiano, com tudo o que permeava a vida humana. Ela não era nem religião, nem filosofia, nem ciência, mas estava relacionada a todas elas.

Conforme o pensamento foi amadurecendo, a Antiguidade greco-latina teve a magia como algo formalizado, estruturado e dividido em três grupos: a teúrgica, uma perfeita busca com o divino, tem uma liturgia própria. O divino se manifesta ou em algo material ou em humanos; a mágica, quando a presença divina e a prática se faziam individualmente; a goética, Deus não se apresenta, mas se manifesta em um objeto. A magia era vista de duas formas: a boa, busca por proteção, construtiva, forma de ajudar socialmente, e a maléfica, impede a liberdade de ação e a manifestação do instinto. Na Roma antiga a boa magia era até mesmo estimulada, mas a com fins maléficos existiam leis que proibiam sua prática.

Com o nascimento do Cristianismo e o fortalecimento da Igreja, as práticas pagãs passaram a “concorrer” com as práticas cristãs. Os cristãos como parte do processo de conversão e adaptação às crenças e costumes deixados por Jesus Cristo, se “apropriaram” de datas, templos pagãos e os cristianizaram, os trazendo para uma ótica cristã.

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