Relatório de Estágio - História - Unicamp

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Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – IFCH

Departamento de História

HH690A – Estágio Supervisionado I

Professora: Leila Mezan Algranti

Aluno: João Batista Ruela        RA: 108324

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Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Unicamp

Departamento de História – Disciplina HH 690 A - 2014

Estágio Supervisionado – Prof.a Leila Mezan Algranti

Relatório Individual de Atividades:

Nome         do aluno: João Batista Ruela – RA: 108324.

Local do estágio: Centro de Memória CMA - FCM.

Horário: 08:30 às 14:30 - Total de 90 horas.

Supervisor responsável: Rafaela Basso.

Fundo documental privilegiado: Arquivo Pessoal do cientista Bernardo Beiguelman.

1. Introdução^[1]:

        O Centro de Memória e Arquivo da FCM foi inaugurado em 26 de maio de 2008. Integram o Centro de Memória e Arquivo da FCM: o Arquivo Setorial, o Grupo de Estudos História das Ciências da Saúde (GEHCSaúde) e  a Comissão Setorial de Arquivos. Sua atuação está voltada a assegurar as condições de preservação e acesso ao patrimônio documental da FCM, tendo em vista disponibilizar suas informações, tanto a comunidade interna quanto externa da Universidade, para fins de pesquisa, educação e conhecimento.

Possui: área de recepção e atendimento ao pesquisador, também utilizada para atividades de catalogação e digitalização de documentos; área administrativa; sala do acervo histórico (de guarda da documentação em fase permanente); sala do GEHCSaúde, utilizada para reuniões e apresentações a visitantes, sala administrativa e ainda espaço para higienização e processamento técnico da documentação.

O Grupo de Estudos História das Ciências da Saúde (GEHCSaúde) foi criado em março de 2007 com o objetivo de promover o desenvolvimento de um campo de atividades didáticas, de pesquisa e de extensão, relacionado aos estudos históricos das ciências da saúde, de um modo geral e, em particular, aqueles originados dos interesses da comunidade científica da FCM, entendendo que a perspectiva histórica é fundamental para a compreensão das ciências da saúde.

2- Proposta de Atividade Inicial

Estudo da teoria dos ciclos documentais, gestão documental e conservação preventiva de acervos, entender a diferença entre fundos arquivísticos pessoais e institucionais, estudar a organização, arranjo e classificação dos documentos de um fundo, definir um programa de descrição, identificando os instrumentos viáveis de catalogação, conhecer o cientista e sua biografia, saber informações sobre o histórico do arquivo, identificar, sistematizar e registrar as informações sobre arquivos, tendo em vista seu controle físico e intelectual.

Adotar medidas de conservação preventiva: substituição dos grampos e clipes por material plástico, acondicionamento dos manuscritos em folders de ph neutro, separação daqueles que precisam de um cuidado mais pormenorizado. Organizar os documentos segundo espécie, mantendo o respeito a proveniência, acompanhar a classificação e ordenação os documentos com o quadro de arranjo do fundo documental (acompanha a descrição do conjunto documental conforme programa estabelecido (NOBRADE^[2])) além de acondicionar e armazenar o conjunto documental.

3- Atividades Realizadas e Observações

        

O estágio iniciou-se com a leitura de um artigo de autoria da supervisora Rafaela Basso^[3] e das obras Arquivos permanentes: tratamento documental^[4]de Heloisa Liberalli Bellotto que, dentre outra coisas, abriu caminho para o entendimento e melhor assimilação do trabalho a ser realizado, e, Tempo e circunstância: a abordagem contextual dos arquivos pessoais^[5] de Ana Maria de Almeida Camargo e Silvana Goulart que proporcionou a separação entre arquivo pessoal e arquivo institucional.

Após um estudo detalhado das diferenças supracitadas, foi-me apresentado o arquivo pessoal do cientista Bernardo Beiguelman. Fez-se necessário um estudo sobre o cientista, tanto por curiosidade e dedicação, quanto para que assim obtivéssemos um melhor resultado na separação de seus documentos. Devo acrescentar que não imagina se tratar de uma pessoa tão estudiosa e empenha em seu trabalho. Espantou-me o fato de do cientista interessar-se por história e antropologia e, ao mesmo tempo, ser imparcial em suas decisões.

Indago-me também pelo fato de que o Professor Doutor não era, de fato, médico. Mesmo assim, foi o fundador do curso e do Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Isso não foi bem visto pelos colegas de trabalho. Talvez por isso, mas creio que não somente, Bernardo Beiguelman se esforçou tanto para publicar artigos e livros e para orientar seus alunos.

Após familiarizar-me com cientista, inicia-se o tratamento dos documentos de ser arquivo pessoal. A quantidade de arquivos, documentos, fotos e imagens não eram comuns para um arquivo pessoal. Sendo assim, a maior parte das horas foi gasta limpando e organizando esses arquivos. O mais difícil foi conseguir separar o papel do arquivista do papel do historiador.

Como historiador, indagava-me sobre a procedência dos documentos bem como sua utilidade, uma vez que eram guardados objetos que não continham a relevância necessária para justificarem o empreendimento de recursos para sua conservação, além de que vários documentos não continham, dentre outras coisas, data, local ou qualquer informação que o validasse.

De certa forma, isso me fez entender o papel do historiador como terceiro, e não como o primeiro ou segundo responsável por um arquivo que não seja o seu próprio. Confesso ser difícil fazer essa diferenciação e que, por vezes, é possível perder-se em meio ao trabalho realizado por outros. Mas, para além disso, constato ser essencial esse tipo de experiência para a formação do profissional em História.