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Relação Hispano Portuguesa

Por:   •  15/1/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.383 Palavras (6 Páginas)  •  51 Visualizações

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Matéria de Ensino: História das Américas I

Professor: Samuel Albuquerque

Curso: História (Licenciatura plena)

Discente: Cauã Aragão Coelho (202100082559)

Data: 13/10/2023

Relação Hispano-portuguesa com os povos originários da américa latina na colonização, do ensino básico ao superior.

  • INTRODUÇÃO:

    Esta curta obra tem o objetivo de vislumbrar e compreender as semelhanças e diferenças e semelhanças das visões dos autores escolhidos sobre a formação da américa hispânica durante o período colonial e seus reflexos posteriores na sociedade latino-americana, abrangendo desde a construções das primeiras cidades até a forma como a sociopolítica era exercida dentro deste recorte espaço temporal. Os materiais usados para a discussão serão, “A América Latina Na Época Colonial” de Stuart B. Schwartz e James Lockhart, e “Diálogo, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Vol.5, América: Povos, Territórios e Dominação Colonial” de Julieta Romeiro, Maria Raquel Apolinário, Ricardo Melani e Silas Martins Junqueira. As discussões aqui abordadas girarão em torno do conteúdo específico de parte das obras perante o olhar acadêmico com o objetivo de esclarecer a forma como a didática de ambos pode divergir ou se complementar em relação aos respectivos públicos aos quais visam atingir.

  • DESENVOLVIMENTO

    Primeiramente acredito que ambas as obras tenham uma abordagem semelhante quanto ao ponto de vista europeu luso-hispânico em relação aos povos originários que residiam nas américas durante o choque cultural dos primeiros contatos entre estes. Partindo desta premissa, podemos compreender que na verdade o europeu inicialmente não detinha total entendimento do tamanho que o continente americano possuía. As expedições tinham como objetivo descobrir novas rotas para o comércio com as Índias Orientais e através das rotas e estimativas do genovês Cristovão Colombo, os espanhóis terminam por aportar às margens da américa central em 1492 na Ilha de Guanahani (atualmente San Salvador). Portanto, de fato a princípio tinha-se apenas uma vaga ideia de que esta era de fato uma porção de terra totalmente nova, e o Tratado de Tordesilhas (1494) acaba por ser escrito antes da própria “descoberta” ou no caso entendimento da proporção continental em si.

    Os nativos americanos habitavam um mundo no qual o centro da vida era o próprio viver, os mesmos desfrutavam de praia, rios, florestas e da fauna vivendo da caça, pesca e do plantio de acordo com a necessidade. Haviam alguns conflitos entre si demonstrando valentia e respeito por seus ancestrais. Organizavam sua realidade por meio de crenças, cujo eixo era o sentimento de totalidade do mundo. A civilização europeia trouxe para o Brasil e para todo o Novo Mundo a lógica dos ganhos, do lucro e do trabalho voltado para a produção, o acúmulo e o comércio de mercadorias, lógica esta que depois se desenvolveria plenamente com o capitalismo. Trouxe a “racionalidade” e o planejamento da vida, a análise como forma primordial de entender a realidade e o divórcio irreconciliável entre ser humano e natureza. E nesse aspecto a crítica do líder Ailton Krenak se torna mais que pertinente. Afinal, a que tipo de humanidade os indígenas foram e são convocados? A qual tipo de humanidade deveríamos pertencer? Por que não seria tolerado o prazer e a fruição da vida por si só? Por que se tolerava modos distintos de ser e de estar no mundo?

“Esse chamado para o seio da civilização sempre foi justificado pela noção de que existe um jeito de estar aqui na Terra, uma certa verdade, ou uma concepção de verdade, que guiou muitas das escolhas feitas em diferentes períodos da história.” KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 11.

    Levando em conta as visões e os contatos dos colonizadores com os povos originários americanos a partir de Schwartz e Lockhart, vamos entender a forma como ocorreram os primeiros assentamentos da américa central com as encomiendas. As encomiendas seriam literalmente um vínculo primário entre os povos indígenas e os espanhóis, tanto como forma de comércio, como de serviços entre estes. O encomendero seria o condutor dos interesses da coroa para com os povos originários, tendo a concessão diretamente pelo governador de lidar com os indígenas como uma manifestação da ordem imperial dentro agora do novo mundo. Com isto podemos notar várias similaridades dos primeiros contatos com os povos indígenas e os colonizadores, fossem eles lusos ou hispanos.

    Mais adiante após o primeiro momento do contato entre estes povos, nota-se alguma diferenciação na forma como os autores abordam o processo evangelizador e os primeiros choques, porém certa concordância no objetivo do qual as obras trazidas aqui anseiam atingir ao fim. No caso de Schwartz e Lockhart, estes abordam a colonização espanhola em específico tendo sérios problemas com a tentativa dos contatos com os indígenas na tentativa de repetir a mesma forma de contato que exerceram com os africanos, o que acaba por ser um grande erro, causando múltiplos problemas neste processo em questão, ambos com o início da escravatura e durante as tentativas de evangelização, notando aqui uma visão a partir do ponto de vista do colonizador e sua dificuldade da instauração do próprio sistema de dominação.

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