Renovação da história política
Por: Edmesia • 29/11/2018 • Trabalho acadêmico • 826 Palavras (4 Páginas) • 151 Visualizações
Uesb
Discente: Edmésia Silva Ramos
Docente: Cleide
Disciplina: História Política 2018.1
Respostas
Questão 1:
Durante muito tempo a História Política se beneficiou de uma gama de privilégios, entre eles o de possuir temas e objetos considerados "sérios", para serem trabalhados, como, por exemplo, a história do Estado e do Poder. Mas ela estava engessada em uma forma tradicional que privilegiava o individual, o acontecimento instantâneo, os grandes homens, o factual e a elite. Mesmo após o Antigo Regime as coisas não mudaram, saiu-se da história dos reis e entrou-se para a história do Estado e da Nação.
Com o apogeu da Escola dos Analles em 1929, muitas criticas foram lançadas à História Política, sobretudo por conta do foco agora dado para a história social e cultural, impulsionados pelo contexto em que a sociedade vivia: a difusão do Socialismo, o movimento operário mais atuante, etc. o que fez com que aquele prestígio de antes fosse se diluindo, mas é importante lembrar que ela não desapareceu, apenas se contraiu.
A renovação da história política em nível internacional veio no final da década de 1970 e como disse René Remond: " havia chegado a hora de passar da história dos tronos e das dominações para a dos povos e das sociedades" ( REMOND, 2003, p.18). Utilizando a interdisciplinaridade e o contato direto com disciplinas como a Sociologia e a Ciência Política, fazendo a renovação das técnicas, o uso das estatísticas (eleições, votos), da quantificação, o foco nos acontecimentos coletivos, duráveis, a proposta de fazer perguntas aos objetos ao invés de apenas narrar, etc. fizeram o ressurgimento e o interesse pela História Política voltarem.
No Brasil o que predominava em História Política era basicamente o que ocorria no mundo: uma história narrativa, cronológica, com grandes vultos e voltada para os estudos da Colonia e do Império e pouco para a República.
A partir de 1960, com os textos de Ciência Política circulando em cursos de graduação e pós- graduação, a crise dos paradigmas estruturalistas vigentes como o Matxismo, o Funcionalismo e uma vertente da Escola dos Analles, as mudanças nas orientações teóricas que atingiram as Ciências Sociais, a História Política voltou a ser destaque.
No final da década de 1970 começaram os estudos do novo sindicalismo, depois o estudo sobre as condições de vida da classe trabalhadora e também houve a retomada de estudos de objetos clássicos como os partidos e os sindicatos, as forças armadas, políticas públicas e principalmente atores coletivos envolvidos no golpe de 1964 (militares, exército, congresso, etc) e com isso os estudos políticos no Brasil foram se renovando.
É bom lembrar que esse movimento ocorrido no Brasil repercutiu algo que sacudia a Europa, principalmente a França. Os antigos estudos da História Política tradicional já não estavam dando as respostas necessárias para uma sociedade cada vez mais modificada, com atores sociais diversos, com perguntas urgentes.
Qüestão 2: Biografia
A biografia tornou-se motivo de muitas críticas, principalmente com a Escola dos Analles no começo do século XX, pois ela repercutia a imagem viva da Velha História Politica Positivista, já que era utilizada para vangloriar os homens tidos como importantes, estava próxima do panegírico (discurso público em louvor a alguém ou a um ser abstrato), da bajulação daqueles vultos, elitista, estava voltada para os sujeitos individuais, tinha uma função moral e pedagógica, pois demonstrava quais os sujeitos a serem imitados, era narrativa, etc. Dessa forma o Marxismo também a renegou, pois ela não privilegiava o coletivo e muito menos as classes sociais "mais baixas", o que levou os historiadores a deixá- lá de lado.
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