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Republica A Favor Dos Coroneis

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Por:   •  20/4/2014  •  2.190 Palavras (9 Páginas)  •  401 Visualizações

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Desenvolvimento

O coronelismo foi uma experiência típica dos primeiros anos da república brasileira. De fato, essa experiência faz parte de um processo de longa duração que envolve aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais do Brasil. A construção de uma sociedade vinculada com bases na produção agrícola latifundiária, desde os tempos da colônia, poderia contar como um dos fatos históricos responsáveis pelo aparecimento do chamado “coronel”.

O Brasil republicano teve início marcado por características bem singulares. A monarquia foi derrubada por militares e logo se constituiu o que ficou conhecido como República da Espada, com os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Em seguida deu-se início o longo período de presidentes civis que se estenderia até 1930 conhecido como República Velha. Nesta fase da república brasileira a realidade esteve muito marcada por laços entre as elites dominantes que governaram o país de acordo com seus interesses por muito tempo.

A política da República Velha foi completamente dominada e manipulada por estruturados métodos oligárquicos que garantiam a manutenção dos interesses. Ferramentas de manipulação como a Política dos Governadores, o Coronelismo e o Voto de Cabresto constituíam a grande estrutura de poder das elites conhecida como Política do Café com Leite.

Apesar de o termo Coronelismo ter se marcado com uma identificação muito grande com o período da República Velha no Brasil, sua origem remete a outra época e situação política no país. Quando o regime político ainda era monárquico foi criada a Guarda Nacional por ocasião da deposição do então Imperador Dom Pedro I, em abril de 1831. Surgia então o coronelismo institucional, uma vez que os postos militares foram colocados à venda pelo governo da regência entre 1831 e 1842, o que permitiu que os proprietários de terra e os providos de recursos necessários comprassem os títulos de tenente, capitão, major, tenente-coronel e o mais importante de todos, coronel da Guarda Nacional.

No decorrer do período republicano o termo Coronelismopermaneceu existente, mas com uma representatividade mais presente no dia a dia do povo brasileiro e principalmente com maiores poderes. Nessa época, eram chamados de coronéis os grandes latifundiários, eventualmente também alguns comerciantes, que desfrutavam de um grande poder sobre trabalhadores carentes e analfabetos, o que na prática constituía grande parte da população brasileira.

Com a capacidade de exercer grande comando sobre os trabalhadores de suas terras, os coronéis formavam regimes e tributos em suas regiões, estabelecendo impostos cobrados sobre a população. Era também a partir de tal meio de controle que se formavam os traços pelos quais se desenhava toda a realidade da política nacional. Os coronéis, em acordo com os governadores,determinavam em quem seus comandados iriam votar. Como naquela época o voto não era secreto os trabalhadores tinham medo de desobedecer as ordens dos coronéis com receio de sofrerem punições físicas ou perderem suas fontes de sobrevivência, era o chamado Voto de Cabresto. Desta forma se dava a exclusão política e o controle dos espaços de representação da sociedade, período marcado por práticas autoritárias e violentas.

Por causa dos serviços que os coronéis prestavam ao Poder Executivo nacional ganhavam prestígio e mais poder, uma vez que a ação dos mesmos foi fundamental para que a manutenção do regime oligárquico e consecutivamente dos interesses das elites fossem mantidos.

O Coronelismo marcou a cultura política brasileira na República Velha incisivamente, só começou a perder suas forças a partir da década de 1920 com a modernização dos espaços e a ascensão de novos grupos sociais. O processo de migração para as cidades começou a se intensificar também, as pessoas se deslocavam para os centros urbanos onde tinham contato com mais informações, educação e os avanços da comunicação. Mesmo assim, oCoronelismo permaneceu existente até meados da década de 1960.

República Velha (1889-1930)

A consolidação do modelo republicano federalista e a ascendência das oligarquias agrárias ao poder fez surgir um dos mais característicos fenômenos sociais e políticos do período: o coronelismo. O fenômeno do coronelismo expressou as particularidades do desenvolvimento social e político do Brasil. Ele foi resultado da coexistência das formas modernas de representação política (o sufrágio universal) e de uma estrutura fundiária arcaica baseada na grande propriedade rural.

O direito de voto estava assegurado pela Constituição, mas o fato da grande maioria dos eleitores habitarem o interior (a população sertaneja e camponesa) e serem muito pouco politizados levou os proprietários agrários a controlar o voto e o processo eleitoral em função de seus interesses.

O "coronel" (geralmente um proprietário de terra) foi a figura chave no processo de controle do voto da população rural. Temido e respeitado, a influência e o poder político do coronel aumentavam a medida em que ele conseguisse assegurar o voto dos eleitores para os seus candidatos. Por meio do emprego da violência e também da barganha (troca de favores), os coroneis forçavam os eleitores a votarem nos candidatos que convinha aos seus interesses.

Voto de cabresto

O voto de cabresto funcionava da seguinte forma professora Anee. O controle do voto da população rural pelos coroneis ficou conhecido popularmente como "voto de cabresto". Por meio do voto de cabresto eram eleitos os chefes políticos locais (municipais), regionais (estaduais) e federal (o governo central). A fraude, a corrupção, e o favorecimento permeavam todo o processo eleitoral de modo a deturpar a representação política.

No âmbito municipal os coroneis locais dependiam do governador para obtenção de auxílio financeiro para obras públicas e benfeitorias gerais, daí a necessidade de apoiar e obter votos para os candidatos de determinada facção das oligarquias estaduais.

As oligarquias estaduais também dependiam de votos para conquistarem ou assegurarem seu domínio político, daí a necessidade de barganharem com os coroneis locais. Semelhante condição de dependência política se manifestava nas relações do governo federal com os governos estaduais.

As rivalidades, lutas e conflitos armados entre coroneis de pouca ou grande influência e pertencentes a diferentes oligarquias agrárias eram comuns, fazendo da violência um componente constitutivo e permanente do

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