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Resenha Beira Rio Beira Vida

Por:   •  4/4/2016  •  Relatório de pesquisa  •  1.616 Palavras (7 Páginas)  •  6.024 Visualizações

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Francisco de Assis Almeida Brasil escritor piauiense nasceu no dia 18 de fevereiro de 1932 em Parnaíba-PI e assina suas obras como Assis Brasil. É romancista, cronista, crítico literato e jornalista. Atuou intensamente na imprensa brasileira como critico literato, tornando-se membro 36 da academia Piauiense de letras. Com um vasto campo, com mais de 100 obras publicadas e entre elas Beira rio beira vida; A Filha do Meio Quilo, 1966; O Salto do Cavalo Cobridor e Pacamão que formam a Tetralogia Piauiense (1965). Em fins de 1949, viaja para o Rio de Janeiro e começa a trabalhar, porém somente em 16 de Setembro de 1956 Assis Brasil entra para a imprensa do Rio de Janeiro, já como crítico literário profissional do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. O escritor, sempre um trabalhador intelectual, escreve para inúmeros outros jornais do país. Na época da maior repressão do regime militar, entre 1967 e 1968, lecionava Técnica de Jornal na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhava como copidesque no jornal Tribuna da Imprensa. Conquistou, em 1965, o Prêmio Nacional WALMAP com o romance Beira Rio Beira Vida. Recebendo vários outros prêmios nos anos seguintes, atualmente reside no Rio de Janeiro. Assis Brasil pertence às seguintes entidades: Academia Parnaibana de Letras, Academia Piauiense de Letras, Pen Clib do Brasil e Sindicato dos Escritores Profissionais do Rio de janeiro.  

A Obra Beira Rio Beira Vida de Assis Brasil mostra a condição das prostitutas nos cais da cidade de Parnaíba onde as personagens vivem na calamidade do atraso social. Tendo como personagens: Cremilda- Mãe de Luiza, era prostituta, muito esperta, vaidosa e ambiciosa, contudo também cruel. “Herdou” um armazém arruinado de um velho chamado Santana, torna-se empresária e tenta se estabelecer na cidade, enganada por dois amantes, acaba por perder tudo, também tem forte influência para a filha Luíza cair na prostituição. Cremilda tem como fim a morte, sozinha e embriagada, em um barracão no cais; Luiza- Prostituta nascida no cais de Parnaíba vive relembrando momentos de sua vida, fragmentos da vida no passado, e ‘conversando’ com sua boneca Ceci ou com sua filha Mundoca. É a partir da personagem Luíza que nascem os outros personagens, é a partir das suas lembranças, da sua narrativa da sua vida, que se acontece à história de Beira Rio Beira Vida; Mundoca- Filha de Luiza, a que põe fim a sina da família: da prostituição. Sobrevive trabalhando na loja do padrinho, Jacinto, na cidade. Devido a sua feiura e ao desinteresse pelos homens acaba por não cair na prostituição. É calada, quase não fala, e quando fala, é pra mandar a mãe ir para o inferno; Jessé- Foi criado por Cremilda no armazém, acreditava na possibilidade de sair do cais e vencer na vida, tornar-se comerciante. Considerado como meio-irmão de Luiza, intencionava uma vez estabelecido na cidade, tirar Luiza da prostituição, torna-la uma senhora respeitável. Porém Jessé acaba por tornar-se embarcadiço, percorre o mundo e acaba por ser morto em um incêndio numa barraca carregada de algodão; Nuno- O único amor de Luiza, seu primeiro homem, corria pelo mundo, sendo um aventureiro, temia o envelhecimento, de tornar-se inútil, um dia desapareceu e nunca mais retornou; Jacinto- Padrinho de Mundoca, tenta seduzi-la, prometendo-lhe uma “casa montada”, porém Mundoca se obstem do pedido. O Romance focaliza a temática social, e ao mesmo tempo denuncia as questões vigentes na sociedade da época. Assim seus principais personagens são Luiza, Mundoca, Cremilda e Jessé.  Isto dará uma dimensão logica da situação a qual os personagens estavam inseridos num ambiente extremamente disperso do que seria sociedade.

Mundoca representa algo muito especial na trama, á promessa de libertação dessa vida de prostituição e humilhações. Por ter um comportamento diferenciado das outras mulheres do cais, ela aponta para uma quebra da cadeia de miséria vivida por todas elas, a praga que simboliza a dura realidade socioeconômica. Sua mãe Luíza sempre procurou poupar a filha de suas atividades noturnas, assim evitando que Mundoca sentisse vergonha dela. Por não ter vaidade a mãe de Mundoca acreditava que ela teria outra vida, pois segundo ela se a mulher é vaidosa, logo ela precisara de dinheiro para manter essa vaidade, e para consegui-lo teria que vender seu corpo, caindo assim prostituição. Nesse contexto a marginalização ocorre devido a falta de oportunidade para as classe menos favorecida, entretanto só restava mesmo a prostituição. Desenvolve uma postura onde, prostituta são prostitutas, os pobre são pobres e os ricos são ricos, dessa ocorrência apenas quem detinha o poder poderia usufruir das melhores regalias da época.

Assis Brasil relatou seu livro focalizando uma dimensão concisa do país quando estava sofrendo uma pressão capitalista brutal. Os portos de Parnaíba ficam superlotando isto atrairia pessoas de todas as espécies, nesse contexto a prostituição se concretizou amplamente. Sem duvida o livro e reconstituído de grandes panoramas dando ênfase à pobreza em que vivem as pessoas. Mas articula uma contradição no quesito superioridade onde Mundoca mesmo pobre nunca aceitou ser prostituta, preferiu trabalhar nas piores condições mas não vendeu seu corpo a nenhum viajante. Cabe mencionar o dilema dos portos, pois a estrutura não era das melhores. Assis Brasil descreve o porto das barcas como um atrativo onde tudo ocorria sem um menor pudor.

          A descrição dos personagens de acordo com o autor move um direcionamento na construção da linguagem informal, pois se utiliza do cruzamento de vozes onde cada um fala de si mesmo. No entanto incrementa as divisões do foco do narrador observador mostrando que a vida nos cais de Parnaíba arbitrariamente sofrida. Uma curiosidade e que mesmo sendo prostituta Luiza conseguiu amar alguém já que ela só vivia lamentando da sorte. Este romance tematiza as desgraças dos cais parnaibanos.

As cenas descritas por Assis Brasil não obedece a um tempo cronológico, mas nem por isso perde o impacto da situação quando os leitores entram em contato com o mesmo. Problematizando e gerenciando teoricamente os grandes dilemas sociais vividos na época do romance o autor faz uma critica a organização do sistema, e isto leva a priorizar as desvantagens em ser prostitutas. A maioria da população recriminava esse ato porque achava uma indolência a violação moral. Na visão de Assis Brasil a vida nos portos de Parnaíba era sufocante, no entanto se intromete para vivenciar os diversos tipos de miséria. As pessoas não via perspectiva nenhuma na cidade, portanto era um regresso total. O texto nos dá uma dimensão do descaso público com as camadas inferiores, isso praticamente prevalece nos dias atuais fazendo projeção do que realmente acontece.  

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