Resenha Do Livro: LÖWY, Michael. Ideologias E Ciência Social: Elementos Para Uma Análise Marxista. 12 Ed. SP: Cortez, 1998.
Trabalho Universitário: Resenha Do Livro: LÖWY, Michael. Ideologias E Ciência Social: Elementos Para Uma Análise Marxista. 12 Ed. SP: Cortez, 1998.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: resmunga • 5/2/2014 • 1.268 Palavras (6 Páginas) • 1.044 Visualizações
Resenha do livro: LÖWY, Michael. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. 12 ed. SP: Cortez, 1998.
Michael Löwy em sua obra Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista, através da sua análise, demonstra que certos intelectuais estão inseridos em certos momentos históricos, econômicos, sociais e culturais e que suas produções intelectuais representam interesses, ideologias (conservadoras) ou utopias (revolucionárias). Michael Löwy propõe-se a estudar e comparar ideologias – Historicismo, Positivismo e Marxismo.
O autor analisa o positivismo através do método historicista, de maneira histórico-social e depois analisa as proposições de Max Weber dentro da tradição do positivismo. Posteriormente, o autor indica que o positivismo pode ser bem representado por três proposições. A primeira de que a sociedade humana é regulada por leis que independem da vontade dos homens à semelhança de leis naturais como a da gravidade. Decorre daí que os métodos para se estudar a vida social devem ser os mesmos dos utilizados para o estudo do mundo natural. Já a terceira, e talvez mais relevante proposição na análise de Löwy, é de que se as ciências da natureza são livres de juízos de valor, ideologias e visões sociais de mundo, assim também o devem ser as ciências sociais. Uma das primeiras formulações que podem ser consideradas como positivismo é mapeada por Löwy em Condorcet, um filósofo ligado ao Movimento da Enciclopédia. Um discípulo seu, Saint Simon, é o primeiro a utilizar o termo positivo aplicado à ciência e nesse primeiro momento, o positivismo tinha de fato um caráter de visão social de mundo utópica, na medida em que servia de ferramenta de negação da ordem feudal e do regime monárquico no contexto do iluminismo. Comte se considerava um continuador desses dois autores, mas os considerava demasiadamente críticos. A doutrina fundada por esse autor é inicialmente chamada de física social e também é livre das paixões e negadora dos conflitos da sociedade.
É com Emilie Durkheim, entretanto, que o positivismo ganha um caráter científico e burguês. Esse autor é importante, pois vai embasar metodologicamente a maioria do pensamento positivista sem abrir mão das premissas de neutralidade e negação dos conflitos. Como seus antecessores, sua obra hoje nada ajuda a quem pretende entender o mundo social de forma dinâmica e não conservadora, o que não ocorre com outra vertente do positivismo centrada em Max Weber. Muito embora Löwy enquadre Weber como positivista, reconhece que o principal princípio de positivismo na obra desse autor é o da neutralidade científica, ou ao menos em parte. Vejamos: “(...) as pressuposições da pesquisa são subjetivas (...) mas os resultados da investigação devem ser inteiramente objetivos (...) válidos para qualquer investigador, seja qual for o seu ponto de vista (LÖWY, 1998, p.50)”. A partir daí, continua Löwy, Max Weber faz: “(...) a separação, total e rigorosa dos juízos de fato e juízos de valor, no processo de análise empírica da realidade (...) (LÖWY, 1998, p.51)”. Assim, a constatação de um dado não autoriza a quem quer seja a deduzir uma opinião, um juízo de valor. A partir dessas posições, Löwy se empenha em as refutar. No que se refere à neutralidade do pesquisador no momento de concluir seus resultados de pesquisa, afirma que é impossível num momento estar imerso nos seus valores e juízos e em outro se manter isento de qualquer um desses. Isso, pelo fato de que desde o momento inicial da pesquisa ao realizar suas questões o pesquisador já sabe em certa medida as respostas a obter. Já no que diz respeito à separação entre juízo de fato e juízo de valor, Löwy confirma que uma constatação não pode levar diretamente a uma opinião, mas pondera que entre a constatação de um fato e a criação de um juízo de valor, e vice versa, deve se levar em conta os elementos sociais. Sobre este aspecto uma passagem do texto é bastante elucidativa: “(...) os trabalhadores que acham que o aumento do salário é a causa da carestia serão menos propensos a fazer uma greve que demande esse aumento que aqueles que sabem que o aumento da carestia não é o aumento do salário” (LÖWY, 1998, p.52). Nesse sentido, o conhecimento de alguns fatos pode orientar uma tomada de posição.
A próxima escola de pensamento a ser trabalhada pelo autor é o historicismo. Löwy considera o historicismo uma das mais importantes correntes de pensamento social; uma corrente que pode se dispor com as outras já debatidas, o marxismo e o positivismo. Ao analisar os pressupostos historicistas, considera que alguns
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