Resenha Do Livro Olga
Por: JanainaCorradi • 13/8/2015 • Resenha • 1.505 Palavras (7 Páginas) • 1.052 Visualizações
RESENHA: OLGA BENÁRIO (FERNANDO MORAIS)
O livro “Olga Benário” é um drama baseado em fatos reais. Foi escrito por Fernando Morais, publicado em 1994 pela Editora Companhia das Letras no Rio de Janeiro. Enquadrado no gênero histórico de cunho politico, trata-se de uma luta comunista. Contém 264 páginas.
Fernando Morais nasceu em Mariana, Minas Gerais, em 1946. Foi colaborador, repórter, redator, repórter especial, chefe de reportagem e editor, até 1978, das seguintes publicações: “Transamazônica”, “A Ilha”, “Chatô”, “O rei do Brasil” e “Primeira página”. Foi agraciado, por três vezes, com o Prêmio Esso e, por quatro vezes, recebeu o Prêmio Abril de Jornalismo. Na política, foi eleito deputado estadual em 1978 e reeleito em 1982.
A História de Olga Benário Preste retrata a vida de uma mulher corajosa, eficiente e ousada, filha de uma abastada família de Judeus: Eugénie Gutman Benário era uma elegante dama da alta sociedade que via com horror a perspectiva da filha tornar-se comunista. O pai era um burguês socialdemocrata, mas diferenciado, o “Dr. Benário”, Leo Benário.
Em 1923, Olga trabalhava como vendedora na livraria Georg Muller. Foi nessa livraria que ouviu falar pela primeira vez no professor Otto Braun, quando tinha apenas 15 anos. Ele tinha apenas 22 anos, sete a mais que Olga, porém era militante experiente. Olga se apaixonou por Otto e se mudaram para Berlim com novas identidades: Arthur Belvendt e Frieda Wolf Behrendt.
Olga era datilógrafa da Representação Comercial Soviética, um emprego que foi conseguido pelo partido. Ela se orgulhava de poder trabalhar ao lado dos revolucionários. Olga era dona do seu próprio nariz e fazia apenas o que acreditava ser importante, na política e na vida pessoal. No início de 1926, o Partido Comunista reconheceu formalmente os resultados do trabalho de Olga e promoveu-a ao cargo de Secretária de Agitação e Propaganda, não só do bairro, mas também do “Sul Vermelho de Berlim” e da juventude em toda a capital alemã. Olga passava as noites organizando grupos de pichação, panfletagem e piquetes de apoio aos movimentos de operários em portas de fábrica. Suas intervenções eram sempre marcadas por ideias engenhosas e imaginativas.
No começo de outubro em 1926, Olga foi presa na manhã de 2 de dezembro. Dois meses após a sua prisão, Olga Benário foi liberta. Otto também estava preso como “cabeça do processo de alta traição à pátria”; era tratado como “espião a serviço da união soviética”. Mas, no dia 11 de abril, Olga e meia dúzia de militantes comunistas planejaram um assalto armado para tirar Otto Braun da prisão de Moabit.
Em 1931, Olga foi escalada para sua primeira missão internacional. A notícia de que ela ficaria na URSS por tempo indeterminado foi a gota d’agua para Otto. Os dois vinham se encontrando cada vez menos, então ela propôs que se separassem.
De volta a Moscou, Olga é recebida com a notícia de que o V Congresso da Juventude Comunista Internacional acabava de aclamá-la como membro do Presidium, o mais alto degrau da hierarquia de uma organização comunista. Entre centenas de candidatas, foi selecionada para fazer o curso de paraquedismo e pilotagem de aviões na academia Zhukovski da força Aérea sediada em Moscou. Enquanto isso, na América do Sul, acontecia a aventura revolucionária liderada pelo jovem capitão Luís Carlos Prestes, um batalhão de mil e poucos homens que percorreram a pé mais de 25 mil quilômetros, enfrentando as tropas regulares de um governo ditatorial, o grupo chamado de “coluna prestes”.
Em 1931, a família Prestes se encontrava em Moscou para as comemorações do 14º aniversário da tomada do poder pelos bolcheviques.
No verão de 1934, Olga entrou para a família Prestes. Luís Carlos Prestes decidiu voltar para o Brasil com o desejo de levar o comunismo para o Brasil. Olga foi recrutada a cuidar da segurança de Prestes que tentava liderar em seu país insurreição popular. No caminho para o Brasil, casaram-se em Montevidéu. O cavaleiro da esperança chegou ao Brasil. O trajeto entre a entrada da cidade e o hotel do bairro Botafogo foi suficiente para maravilhar Olga.
Com os boatos de que Prestes estaria no Rio de Janeiro, Getúlio Vargas foi obrigado a exigir da polícia política rigorosa e redobrada preocupação. Logo Getúlio Vargas autorizou um novo reforço de policias conhecidos na época por “cabeças de tomates” os quais começaram a realizar uma operação pente fino revistando rua por rua, casa por casa. Às cinco horas da manhã, uma patrulha chegou à casinha número 279, Dona Julia atendeu e um homem tentou escapar pela porta de trás; era Prestes! Um número indefinido de soldados foi atrás dele e, ao cercá-lo, uma mulher alta pula na frente de Prestes, protegendo-o com seu corpo, e dá um berro para os soldados pedindo para não atirarem. Olga foi levada para a prisão na Rua Frei Caneca. Na prisão, todos os dias, tinha interrogatório e ela se recusava a prestar qualquer informação. Banheiro era coletivo e a alimentação era servida no caldeirão, uma comida intragável. Ainda na prisão Frei Caneca, Olga descobriu que estava grávida, esperando um filho de Luís Carlos Prestes.
Manifestos, cartazes e volantes eram despachados para vários pontos do mundo afora, pedindo a instituições e personalidades que pressionassem o governo brasileiro para que Olga e Prestes fossem libertos, mas não adiantou.
Olga foi deportada do Brasil, embarcou em um navio com sete meses de gestação em direção a Hamburgo na Alemanha. Na madrugada de 27 de novembro de 1936, Olga deu a luz uma menina, Anita Leocádia pesando 3800 gramas, com cabelos negros e olhos azuis.
No Brasil, Prestes foi condenado pelo tribunal de segurança nacional a 16 anos e oito meses de prisão.
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