Resumo História Econômica Do Brasil
Trabalho Universitário: Resumo História Econômica Do Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Amandadefragaf • 30/11/2014 • 3.476 Palavras (14 Páginas) • 1.009 Visualizações
1. Sobre o Autor
Caio Prado Júnior é um dos grandes nomes da história do Brasil. Publicou diversos livros relacionados a economia e história, tais como Formação do Brasil Contemporâneo (1942), História Econômica do Brasil (1945), Dialética do Conhecimento (1963), A Revolução Brasileira (1966) entre outros. Caio Prado também obteve bastante destaque na política. Ingressou, em 1928, no Partido Democrático e, após participar ativamente da Revolução de 1930, no Partido Comunista. Por ter sido vice-presidente da Aliança Nacional Libertadora, foi preso por dois anos. Em 1947 foi eleito Deputado Estadual pelo PCB, porém, teve o mandato cassado devido aos seus pensamentos marxistas. A partir de então passou a se dedicar ao ramo editorial, já que havia fundado, juntamente com Monteiro Lobato, a Editora Brasiliense, fechada durante o Regime Militar. Então, Caio Prado exilou-se no Chile e, ao voltar para o Brasil, em 1971, foi preso durante um ano (após isso conseguiu habeas corpus). Caio Prado Júnior faleceu na mesma cidade em que nasceu, São Paulo, em 23 de Novembro de 1990, aos 83 anos.
2. Análise da Obra
Caio Prado inicia a obra explicando que a colonização se iniciou e foi predominante na região costeira do Brasil. Isso ocorreu pois a geografia era bastante favorável para a ocupação nas terras mais próximas ao Atlântico, onde o clima tropical com chuvas abundantes propiciou a ocupação dos novos habitantes. Indica, ainda, a importância do trabalho indígena para a exploração de produtos (principalmente o pau-brasil, que gerou bastante lucro em um primeiro momento) e seu envio ao continente europeu. Segundo o autor, “[...] a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta empresa comercial [...] destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu.” (Caio Prado Junior p.23) Tal passagem mostra muito bem a forma de pensar dos colonizadores – os novos territórios só seriam aproveitados para gerar riquezas a Europa. Esse sentimento mudará com o tempo, e Caio Prado irá mostrar isso em seu livro. Com o passar dos anos, a colônia que, de início, era somente explorada, passará a ser destino de muitos imigrantes do velho continente.
Sabendo da prosperidade do continente americano, os franceses tentaram tomar posse de algumas localidades. Para expulsá-los de vez o rei de Portugal decide promover uma ocupação efetiva do território brasileiro, dividindo o território em doze capitanias e distribuiu-as entre os donatários interessados. A economia passou a ser baseada na monocultura da cana-de-açúcar e a mão-de-obra predominante foi de escravos africanos, pois Portugal não tinha uma população grande para mandar pessoas para cá e, além disso, os portugueses não queriam enfrentar o trabalho árduo dos engenhos. Também tentou-se utilizar os índios para os serviços, mas as fugas e as mortes eram constantes (porém, foi a busca pelo índio, como salienta o autor, que possibilitou a “grandeza territorial do Brasil”). O cultivo da cana-de-açúcar foi muito próspero e rendeu lucros por muitos anos, proporcionando também a estabilização e a expansão colonizadora dentro do território brasileiro.
A monocultura da cana-de-açúcar gerou um problema na produção de alimentos. O cultivo de outras culturas ou a criação de gado ocorria esparsamente e em fazendas separadas dos engenhos. A produção era baixa e as pessoas menos favorecidas muitas vezes passavam fome. A mão-de-obra empregada nesse processo produtivo era basicamente dos proprietários com a ajuda da família, já que não se produzia em tão grande escala e nem havia condições de empregar o trabalho escravo nesse ramo.
Com a União Ibérica, período de 1580 a 1640, Portugal passa a necessitar cada vez mais do Brasil. O número de migrantes vindos para cá sobe cada vez mais e avançam dentro do território. Apesar da expansão populacional, não houve tão grande expansão econômica já que o Brasil, na sua condição de colônia, só podia produzir o que fosse de interesse da metrópole. Nessa época houve a invasão dos holandeses no litoral de Pernambuco pois os laços comerciais entre Portugal e Holanda (que refinava o açúcar saído do Brasil e depois o distribuía) haviam sido rompidos. Os holandeses, então, passam a se estabelecer nas Antilhas e, como já detinham o conhecimento do cultivo da cana graças à sua estada no Brasil, passaram a produzir, refinar e distribuir o açúcar, o que desencadeia o fim da produção mais lucrativa de açúcar que Portugal teve.
Apesar desse colapso a economia não ficou totalmente desestabilizada graças às descobertas de minas de ouro. Caio Prado inclusive salientou que já havia sido descoberto ouro anteriormente, mas não se tinha uma quantidade suficiente para movimentar a economia de forma expressiva. A partir do século XVIII são descobertas as primeiras jazidas auríferas na região do centro-oeste e as atividades agrícolas ficam em segundo plano. O metal precioso era muito importante para Portugal, portanto a metrópole estipulou um controle intenso sobre a circulação. Foram criadas as Casas de Fundição, onde o ouro era recolhido e fundido, descontando a parte que caberia ao governo, o quinto. O autor cita a criação de uma administração especial para o ouro, chamada de Intendência de Minas, subordinada ao governo metropolitano de Lisboa (Caio Prado Júnior possuía graduação em direito, então em certas partes do livro ele dá bastante destaque ao aparato burocrático e jurídico formado no Brasil e sua relação com Portugal). Também foi estipulado a entrega de 100 arrobas anuais de ouro e, caso a região não conseguisse completar, haveria a derrama, onde o ouro de todos os proprietários seria recolhido até completar o montante desejado. Isso gerou muita revolta da população e o surgimento de ourives que faziam fundição ilegal.
O ouro do Brasil era principalmente de aluvião (peneirado da areia dos rios) e seu recolhimento era feito por escravos. A prosperidade da época proporcionou maior ocupação do território colonial, como indicado pelo autor: “[...] o impulso desencadeado pela descoberta das minas permitiu à colonização portuguesa ocupar todo o centro do continente sul-americano. É este mais um fato que precisa ser contado na explicação da atual área imensa do Brasil” (Caio Prado Junior, p.64). A capital muda, em 1763, da Bahia para o Rio de Janeiro, proporcionando não só uma maior comunicação com a região de extração aurífera mas também maior contato com a região sul e o interior do território brasileiro.
A mudança do centro econômico (do nordeste para a região central) provocou um desenvolvimento geral para o Brasil. O sul, por exemplo, passou a ser mais explorado
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