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Revisão do filme de Barakа

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Por:   •  14/8/2014  •  Resenha  •  493 Palavras (2 Páginas)  •  360 Visualizações

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O filme Baraka transmite idéias sobre o que acontece em todo o mundo, a diversidade de raças, crenças, comportamentos, culturas em geral. Há contradições relativas ao desenvolvimento da inteligência humana, vista que o homem torna-se capaz de produzir obras fantásticas, contudo ignora graves problemas ecológicos, a fome, a luta pela sobrevivência, trabalho e progressos tecnológicos mecanizam as pessoas e reprimem suas emoções. No entanto revela o quanto a humanidade está interligada, apesar das diferenças.

Baraka provocam reflexão, relaxam e inquieta, ao calar, o filme liberta uma profusão de sentidos, deixando o espectador à mercê de seus próprios devaneios e interpretações. Observa-se uma ponte de sentido entre o diferente e o semelhante, por meio de um duplo movimento interrogação do outro a partir do próprio e do próprio a partir do outro. Portanto, Baraka é por si só um verdadeiro exercício do olhar antropológico que nos lança em busca da resposta sobre a essência do humano

Cada sequências é finalizada com um plano em silencio durante segundos dos protagonistas destes contextos: o inquietante olhar de um macaco no estranho mundo que o rodeia, o doloroso olhar de um nativo da Amazônia. As colegiais vestidas com os seus uniformes no meio de uma civilização confusa e populosa no metro do Japão.

O que me chamou atenção foi proposta do filme de fazer um mosaico da variedade natural e humana, Logo de saída há uma cena fantástica que dá a tônica dessa interpenetração entre vida natural e vida cultural.

A câmera acompanha um grupo de macacos orientais tomando banho em uma fonte de água termal. Um close é dado em um macaco particular, que em seu olhar circunspecto e em total imobilidade, lembra um ancião humano. A experiência é clara: você sente fazer "contato" com o olhar humano do macaco em uma atividade sobre o corpo tão caracteristicamente cultural que é tomar banho. Você sente o "deleite" humano do ócio daquele animal.

O banho é um dos poucos registros catalogados de criação de cultura entre os animais. Para muitos biólogos, o que faz uma conduta ser cultural é que ela é desenvolvida por meio de aprendizagem coletiva pelos indivíduos de um grupo e é perpetuada no grupo por meio do ensino. É uma adaptação não instintiva e mantida por meio de aprendizagem no grupo de geração em geração. Pois bem, nesse sentido, essa prática de banho foi uma conduta aprendida por certos grupos de macacos orientais, que normalmente evitavam se molhar e lugares perigosos como fontes de águas termais.

Por meio desse percurso, se fecha o círculo que saiu da natureza para a cultura e que da cultura volta à natureza.

O filme seguiu mostrando uma articulação ora entre a natureza e homem, noutra entra a cidades ou civilização e o homem, mostrando um percurso no caminho da historia, onde o humano é aquilo que ficou no caminho. Por conta disso, entendo que o grande fio condutor dessa narrativa sejam as vicissitudes da temporalidade no que tem de condição essencial do ser humano.

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