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Revolução Francesa E Seus Simbolos

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Por:   •  27/1/2014  •  4.146 Palavras (17 Páginas)  •  5.110 Visualizações

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Objetivos do artigo:

Como objetivo geral pretendo neste artigo analisar brevemente a Revolução Francesa, ou melhor, o processo revolucionário na França e como objetivos específicos, pretendo analisar alguns símbolos produzidos na Revolução e compreender a sua importância como formadora de ideias na época.

A REVOLUÇÃO FRANCESA E SEUS SÍMBOLOS

Símbolos são objetos ou escrita concreta que representa algo abstrato, são datas, objetos, músicas, dentre outros que descrevem sentimentos, atitudes e ou atos. Para exemplificar podemos citar a cruz para o cristianismo que significa para estes o corpo de Jesus Cristo que foi crucificado. Segundo o dicionário EDIOURO a palavra símbolo quer dizer: Aquilo que, por analogia, representa ou substituiu outra coisa; imagem empregada como sinal de alguma coisa; objeto material que representa ou designa algo abstrato ou ausente; sinal, marca; letra(s) que representa(m) um elemento químico; emblema, insígnia.

A importância de estudar os símbolos da Revolução Francesa vai de encontro ao fato de como estes moldaram o ideal de revolução e imbuíram na sociedade o mesmo. Apagando assim costumes e tradições do antigo regime.

A revolução Francesa possue inúmeras causas dentre elas pode destacar-se a ascensão da burguesia a transição do capitalismo comercial para o capitalismo industrial e por que não dizer a influência de ideias iluministas.

Existem motivos mais particulares da própria França que também influenciaram a eclosão da revolução, como inúmeros problemas relacionados à economia. A França do período enfrentava uma grande crise decorrente de envolvimento com guerras (Guerra dos Sete anos e Guerra da Independência dos Estados Unidos da América) somando se a isto existe a questão da divisão da sociedade em estados, sendo que apenas o terceiro estado era responsável pelo pagamento de impostos e tributos.

A sociedade era como havia citado dividida em estados (três estados), sendo eles, o primeiro estado composto pelo clero católico (alto e baixo clero), o segundo estado à nobreza (cortesã, provinciana e togada) e o terceiro estado composto pela burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses.

A França ainda tinha grandes características feudais 80% de sua economia era agrícola, responsabilidade, portanto do terceiro estado. Contudo é importante saber que os camponeses eram sim responsaveis pela produção, porém não eram eles donos das terras nas quais trabalhavam, elas (terras) eram propriedade dos nobres (propriedade feudal da terra) e a eles (nobres) os camponeses necessitavam pagar tributos para que pudessem manter-se plantando na terra. Além dos tributos pagos aos nobres, os camponeses pagavam também taxas para o Rei e algumas vezes, para “manutenção da fé” doavam quantias para a Igreja. Caso o campones não conseguisse pagar as taxas para o nobre, o mesmo era expulso das terras e partia muitas vezas para o meio urbano em busca de “algo” para fazer, ja que não possuia mais terras para plantar, pode-se dizer que surge assim a mendigagem, a população flutuante. Em 1784 ocorre uma microglaciação que prejudica a produção rural, piorando ainda mais a situação economica da França.

Além dos problemas no meio rural existia também um grande problema criado nas cidades em razão das burguesias. Burguesias, pois a burguesia se subdivide em alta burguesia comercial responsavel pela exportação e importação, burguesia de ofício responsavel pela produção da mercadoria (como exemplo o pão) e a burguesia comercial local que controla as corporações de oficio, estabelecendo valores e formas de produção. Como a burguesia comercial local é a responsavel por estabelecer valores, com a falta de produto (decorrente de problemas na agricultura que acima citei) este setor começa a reter produtos para o aumento do valor do mesmo, alem de realizar especulações realiacionados a qual produto havia mais procura e menos demanda para que pudessem cada vez mais lucrar com o comercio.

Com a crise e o esvaziamento dos cofres publicos Jacques Necker, Primeiro Ministro das Finanças de Luís XVI, propoe (tese de necker) impostos equitativos e fim dos gastos de corte. Toda via os estados, primeiro e segundo, mais afetados com tais medidas não concordam que tal decisão seja tomada pelo rei e solicitam que sejam convocados os estados gerais para que pudesse ser tomada a decisão.

Os estados gerais são convocados para uma reunião em 1789. Contudo o terceiro estado reinvindica que o voto seja por “cabeça” (por pessoa) e não por estado como sempre acontecia.

Para não causar tumulto Luis XVI ordena que as reuniões sejam realizadas por estado, ou seja, que cada estado reuna-se em separado. Na reunião do terceiro estado agregam-se membros do clero e da nobreza reacionista e estes se declaram como Assembleia Nacional da França. O rei reage suspendendo a reunião do terceiro estado, porém estes fazem o Juramento da Pela que significaria que o terceiro estado permaneceria em reunião permanente até que fosse promulgada uma constituição para a França, formando assim atraves do Juramento a Assembleia Nacional Constituinte.

Luis XVI ordena que o clero e a nobreza reacionariafaçam parte da Assembleia Nacional Constituinte com o intuito de que estes defendam os interesses do Rei, que oficialmente declara se aceitando a Assembleia e comprometendo-se a no futuro jurar a constituição.

A Assembleia dá ordens para que em París distribua-se armas(episodio conhecido como armas ao povo) e que se espalhe a noticia de que o Rei perdeu o poder e que agora a Assembleia tem o poder e o povo deve defende-la. Arsenais das delegacias de policia são invadidos para que possa se pegar armamentos, porém algo que não esta nas ideias dos revolucionarios acontece, a populaçãoflutuante(miseravel, mendigos...) aproveitam-se da situação em que as armas estão sendo distribuidas à população, pegam os armamentos e utilizam-se destes para realizar saques.

A Assembleia reunida em Versalhes emite nova ordem, na qual solicita que com urgencia seja criada uma guarda organizada, que passa a se chamar Guarda Nacional. Com isso retira-se as armas da população flutuante e cria-se uma guarda organizada para defender a Nação.

Laffayete e designado a organizar a primeira Guarda Nacional.Primeiro escolhe-se dentre os bairos de París pessoas honestas para liderar a guarda e este escolhe por sua vez pessoas de confiança para formar o seu pelotão.

É neste momento que vemos o surgimento dos primeiros simbolos da Revolução Francesa que é a propria figura deste lider chamado a posteriori de Sans Culottes (tenente, capitão) que nada mais eram na sua mairia que membros da burguesia de oficio que aderir a revolução muitas vezes por insatisfação com as condições da época, insatisfeitos com relação as especulações realizadas pela burguesia comercial local, e que lutava pelo fim da sociedade de ordens ( estados) e pelo fim das corporações de ofício.

Outro simbolo proveniente desta época é a bandeira tricolor que servia também para identificar a membros da Guarda Nacional, que ou levava a bandeira ou mesmo colocava em seu uniforme três listras, braçadeiras com as cores de París( vermelho,branco e azul).

A ordem era mantida através da violência revolucionaria, ou seja, para acabar com a violência utilizava-se violência. Assim sendo proliferavam-se cenas de estandartes erguidos com cabeças de pessoas contra a revolução entre outras “atrocidades”.

A revolução não ficou apenas restrita a area urbana, episodios aconteceram também no campo mesmo no periodo inicial da revolução, a Queda da Bastilha é um destes episódios e é também mais um dos simbolos da Revolução Francesa, sendo para muitos o marco inicial da revolução em si. Com a queda na produção de alimentos e com a expulsão de muitos camponeses da terra, já que não conseguiam pagar as taxas aos nobres, estava se tornando normal os saques reealizados no meio rural à castelos. Os saqueadores eram normalmente reprimidos pelo exército, porem este que estva totalmente desorganizado na época não reagiu aos saques, o que ocasionou a violência camponesa, inumeros saques, seguidos de morte e destruição, talvés com o ideal revolucionario e cansados da opressão, mas com certeza muito mais motivados pela falta de repressão aos saques realizados.

Neste momento na França e mesmo na Assembleia Nacional começam a surgir grupos, dentre eles podemos destacar o grupo dos jacobinos(defensores a principio de uma monarquia constitucional), cordeleiros(que querem a republica) e nobreza emigrada (que foge da França no início da revolução para “defender a monarquia”).

A Assembleia Nacional começa a editar medidas preliminares. Mesmo não existindo ainda a constituição, abole os direitos feudais e as prerrogativas nobiliarquicas termina com as corporações de ofício, estingue a socieddae de ordens e transforma o clero em “funcionarios publicos” – clero juramentado, nacionalizando os bens da igreja.

Ela permaneceu profundamente enraizada nas mentalidades para constituir, a mais das vezes, o símbolo de uma rejeição: a rejeição do antigo mundo dos nobres e da monarquia absoluta, geralmente associada a dominação oculta da Igreja católica(FURET).

Em 1791 o Rei Luis XVI foge de París com a familia real,porem é capturado em Veremes. Este episodio faz com que na Assembleia surja o debate, o rei fugiu, e se fugiu deve ser julgado e condenado, ou o rei foi raptado? Neste momento tanto cordeleiros quanto jacobinos acreditam que o rei fugiu e que deve ser julgado e condenado, a nobreza reacionaria acredita que o rei foi raptado e mante-se defendendo a monarquia constitucional, juntamente com um grupo que se separa dos jacobinos por também não querer a condenação do rei (grupo este chamado de Fevillants).

Externamente Prussia e Austria juntamente com a nobreza emigrada fazem a Declaração de Pillnitz que seria a declaração a inião destes para declarar guerra a França para manter a ordem.

1791 feita a primeira constituição do processo revolucionario que consagra uma monarquia constitucional, com poder executivo comandado pelo Rei primeiro ministro), poder legislativo eleito pelo voto popular dentre a Assembleia Nacional e o poder judiciario cnstituida por juizes eleitos. Contudo é importante resaltar que o Rei mantem-se acima de todos, mas governa apartir da lei.

O Rei perde o poder absoluta e torna-se a favor da guerra que etava se formando entre Prusia/Austria contra a França, pois caso a França perdesse( o que seria provavel uma vez que o exercito estava debilitado e também o tesouro publico estava na mesma condição) retornaria a se instaurar a monarquia absolutista.

Em agosto de 1792 ocorre o cerco a París e o rei é acusado de combinações com o exterior Luis XVI é preso e passa a aguardar o julgamento de lesa a patria.

São convocados voluntários das provincias para fazer parte do exército revolucionario e defender a revolução e é neste momento que vem pessoas de Marselhesa juntar-se com a revolução, dai outro simbolo o Hino a Marselhesa.

Na Batalha de Valmy a França vence a Prussia e em setembro de 1792 é proclamada a republica, e criada duas instituições basicas e provisorias que são o Comitê de salvação pública,ou seja, o executivo, responsavel pela administração pública(como recolhimento de impostos) e a guerra (no poder executivo assume Marat) e a outra instituição é o tribunal revolucionario responsavel por julgar os traidores da revolução, que julga Luis XVI e sua familia em janeiro de 1793 e os condena a morte pela guilhotina(que passa a ser simbolo da Revolução Francesa e principalmente da era do terror).

Para o aflição dos revolucionarios forma-se a primeira coligação antirevolucionaria(composta por Inglaterra, Austria, Prussia, Espanha, Holanda e Russia) que declara guerra a França revolucionaria.

Com a morte de Marat (lider cordeleiro)o poder fica nas mãos dos Jacobinos e por consequencia nas mãos de Robespiere (lider dos Jacobinos) que assume o Comitê de Salvação e suspende a constituição e alguns direiros como o de ir e vir, o direito de reunião de expressão dentre outros, assumindo o governo total da França, afirmando que isto é em nome da revolução pois ela esta em perigo externo e interno.

Robespiere formula a Lei dos Suspeitos na qual caso alguem seja acusado de ser antirevolucionario é automaticamente condenado, reorganiza o exército, contudo mantem o ideal da Guarda Nacional( e o espirito de povo em armas), passa a pagar soldos ao exército e promove para postos de comando quem fosse fiel a revolução e a quem merecesse( meritocracia).Além disto Robespiere decreta a reforma agraria, fornecendo o titulo de propriedade ao campones que plantasse na terra a determinado tempo e uma ampla reforma no ensino.

Com Robespiere temos a maior parte dos simbolos da Revolução criados (e alguns recriados), com a sua liturgia revolucionaria, que ostenta o Hino, a bandeira tricolor, as datas comemorativas como a queda da bastilha, alem da criação de um novo calendário (calendário revolucionário) para apagar o calendário cristão, anos contados a partir da implantação da republica, ou seja, 1792 igual ao ano 1, alteração dos nomes de meses,semanas e dias que passam a estar relacionados a agricultura, a uniformização de pesos e medidas, a liberadade de culto e a libertação dos escravos dentre outras atitudes.

Em 1794 os Girondinos fazem um golpe de estado, derubando Robespiere e formando a Republica Girondina, condenam Robespiere e começam a perseguição aos jacobinos.

A constituição do ano 3 é declarada em 1795 e determina que o poder legislativo sera composto pela câmara alta (conselho dos anciãos-de forma vitalicia, apartir dos quarenta anos) e câmara de baixo (formada peloo conselho dos quinhentos, classe média, a mesma classe média que poderia votar – voto sensitario).E que o poder executivo sera escolhido pelo poder legislativo e sera composto por cinco diretores sem presidente.

Poder executivo nas mãos do diretorio agrava a situação econômica, porém Napoleão Bonaparte “salva” a situação econômica, pois com sua conquistas militares, estabelece um sistema de cobrança de tributos nas áreas vencidas que é enviado aos cofres públicos da França.

Após inúmeras vitorias no campo de batalha como a paz com a Áustria, Napoleão tenta a Campanha do Egito, com intuito de bloquear o comércio com a Inglaterra, o que acaba não conseguindo realizar. Neste momento 1799 Napoleão volta para París. É neste mesmo ano que da o golpe de 18 Brumário que dissolve o Diretório e estabelece um novo regime político, o Consulado.

No consulado Napoleão torna-se o primeiro cônsul, impondo um governo cada vez mais ditatorial (centrado quase que diretamente no poder militar). Não permite a participação de “partidos” e para a decisão ou mesmo legitimação em casos de duvidas ou polêmicas, o povo vota (plebiscitos – referendos). Napoleão e o Consulado realizam inúmeras reformas (conhecidas como reformas napoleônicas) como reformas administrativas e financeiras, onde os territórios são divididos em departamentos e administrados por governadores, estabelece um novo sistema fiscal onde um corpo de funcionários cobra os impostos, incentiva o crescimento da indústria concedendo empréstimos, realiza obras publicas de infraestrutura, transporte nas cidades, cria políticas agrícolas, realiza reformas na educação (modelo napoleônico de organização educacional), reformas religiosas (que abolem a lei onde o clero seria funcionário do Estado).

Em 1802 Napoleão por voto popular torna-se cônsul vitalício, e em 1805 também por voto popular torna-se Imperador, tornando-se Napoleão I. A França conquista inúmeros territórios e em 1806 declara o projeto de bloqueio continental à Inglaterra, porém vários países não aderem como exemplo Portugal e Espanha (Espanha até então submetida à França).

Em 1812 Napoleão principia a invasão a Rússia, porém mesmo conseguindo tomar Moscou, a falta de alimentos obrigou Napoleão e suas tropas a retirarem-se. As tropas formam também derrotadas na Espanha em 1814, ano também em que a coligação formada por Prússia, Áustria e Rússia invadiu París. Napoleão abdicou do trono e refugiou-se em Elba. No ano seguinte voltou e retomou o poder por cem dias, sendo derrotado definitivamente em Waterloo (1815), depois foi deportado para a Ilha de Santa Helena, onde faleceria em 1821.

No congresso de Viena (1814 – 1815) decidiu-se pelo retorno aos reis absolutistas no poder, “apagando as constituições” realizadas no período revolucionário e apagando os símbolos do mesmo.

François Furet resume a Revolução Francesa como:

(...) uma sucessão de acontecimentos e de regimes, uma cascata de lutas pelo poder: para que o poder caiba ao povo, principio único e incontestado, mas encarnado em homens e em grupos que se apropriam sucessivamente da legitimidade inalcançável e no entanto indestrutível, continuamente reconstruída após haver sido destruída.Ao invés de fixar o tempo, a Revolução Francesa acelera-o e divide-o. É que ela não consegue nunca criar instituições. Ela é um principio e uma política, uma ideia de soberania em torno da qual se engendram conflitos sem regras: nada entre a ideia e as lutas pelo poder, o que é a melhor formula de ir à deriva na historia. Nenhum ponto de referencia no passado, nenhuma instituição no presente, apenas e somente um futuro incessantemente possível e sempre recusado. (...) Ela é a declaração dos direitos do homem, mas também é os dias de julho e outubro de 1789. É a monarquia constitucional de 1790 – 1791, mas também o cisma na Igreja, a resistência do rei, Varennes. É a republica de 1792, a constituição de 1793, mas também a ditadura de fato e o terror (FURET).

Após falarmos sobre o processo revolucionário que a França passou entre 1789 e 1815 é importante entendermos, como falávamos na introdução deste texto, que aspectos atraíram “a população” a aderirem a Revolução em si, ou mesmo o que os motivou os manterem-se fieis a esta. Como exemplo de “fidelidade” e que também acabou tornando-se um símbolo desta revolução temos os Sans-culottes, homens simples, obviamente defendendo também os seus interesses como no caso da burguesia de ofício, lutando contra as especulações de preços, o fim da sociedade de ordens e contra as próprias corporações de ofício.

Por Sans-culottes, são chamados os membros da Guarda Nacional (ou seus líderes), formada por pessoas simples, os trabalhadores de París, como artesãos, lojistas, jornaleiros, padeiros, pedreiros, barbeiros e etc. Acredita-se que sejam chamados assim por suas vestimentas, que diferentemente de seus inimigos não usavam calções curtos amarrados nas pernas, mas sim calças compridas de tecido de baixa qualidade, camisa, jaleco e gorro vermelho (barrete frígio). Sans-culottes em português significa sem calção. Este personagem da revolução tornou-se também um símbolo dela, por lutar na mesma sem receber soldo, apenas lutando pelos seus ideais. Mas o que motiva estes indivíduos e outros a lutar e defender a revolução, com certeza uma das principais indignações era o tratamento desigual que recebiam tanto no aspecto “judicial” (o terceiro estado era julgado de maneira diferente dos outros estados – primeiro e segundo) e também o aspecto econômico, pois era este grupo (terceiro estado) o único a pagar impostos e tributos.

Estes revolucionários ostentavam a bandeira tricolor de París, símbolo da nação, pois se consideravam os verdadeiros representantes da nação francesa. Voltando a falar sobre a Guarda Nacional, os membros dela levavam consigo a bandeira e quando não era possível levar a bandeira em si, levavam as três cores desta, em braçadeiras costuradas em seus uniformes improvisados (tricolor - branco, vermelho e azul).

O Hino a Marselhesa é outro símbolo da Revolução Francesa. Foi composto pelo oficial Claude Joseph Rouget de Lisle em 1792, como sendo a canção revolucionária. A canção adquiriu grande popularidade durante a Revolução Francesa, especialmente entre as unidades do exército de Marselha, ficando conhecida como A Marselhesa.Na sua origem o hino chamava-se Canto de Guerra para o Exército do Reno. O hino foi composto a pedido do prefeito de Estrasburgo, Philippe-Frédéric de Dietrich, dias depois da declaração de guerra ao imperador da Áustria, em 25 de abril de 1792. O canto deveria ser um estímulo para encorajar os soldados no combate de fronteira, na região do rio Reno. Foi introduzido na França quando voluntários de Marselhesa foram para París e juntar-se à revolução e que a cantaram durante todo o percurso. Desde então, passou a ser associada à cidade de Marselha. No dia 4 de agosto o jornal La Chronique de Paris evocou o canto dos marselheses.

Amor Sagrado pela Pátria

Conduza, sustente nossos braços vingativos.

Liberdade, querida liberdade

Combata com teus defensores!

Sob nossas bandeiras, que a vitória

Chegue logo às tuas vozes viris!

Que teus inimigos agonizantes

Vejam teu triunfo e nossa glória.

A violência revolucionaria por si só já se torna um símbolo da revolução e com ela é claro surge outro símbolo a guilhotina.

Se a força moral do governo popular na paz é a virtude, a força moral

do governo popular em revolução é ao mesmo tempo virtude e terror: a virtude, sem a qual o terror é funesto; o terror, sem o qual a virtude é importante. O terror nada mais é que a justiça imediata, severa, inflexível; ele é, portanto, uma emanação da virtude. Mais que um princípio particular, é uma consequência do princípio geral da democracia aplicado às mais prementes necessidades da pátria... (ROBESPIERRE, discurso à convenção, 1794), (ZIZEK)

A guilhotina como falava torna-se símbolo da revolução, invenção desta, era utilizada, pois alegavam que a morte com ela era indolor, pela rapidez que acontecia e pela força da navalha em si. No período em que Robespierre assume o Comitê de Salvação toda pessoa suspeita de ser contra a revolução era guilhotinada, lei dos suspeitos, estima-se que cerca de cinquenta mil pessoas tenham sido executadas.

Na revolução tinha-se a intenção clara de apagar ideais e costumes do antigo regime .Para isto criou-se um novo calendário no qual o tempo era contado a partir da proclamação da republica(1792 passa a ser o ano 1),alterando os nomes de meses,semanas e dias para itens relacionados as estações do ano, ou relacionados a agricultura, incluindo datas comemorativas em alusão a republica como o dia da Queda da Bastilha O calendário revolucionário vigorou de 22 de setembro de 1792 a 31 de dezembro de 1805. Cada mês tinha 3 semanas (décades) de 10 dias cada. Os nomes dos dias na “décade” traduziam o seu número na sequência dos dez dias (Primidi, Duodi, Tridi, Quartidi, Quintidi, Sextidi, Septidi, Octidi, Nonidi, Décadi). Os nomes dos 5 ou 6 dias excedentes do ano, comemoravam aspectos do espírito revolucionário: de la Vertu (festa da Virtude), du Génie (do Talento), du Travail (do Trabalho), de l'Opinion (da Opinião), des Recompenses (das Recompensas), de la Révolution (da Revolução). O dia da Revolução era o último dia, o 6º, que ocorria somente nos anos com 366 dias. Napoleão Bonaparte ordenou o restabelecimento do Calendário Gregoriano, que voltaria a vigorar durante a Comuna de Paris.

Eric Hobsbawm fala sobre a forte influência dos símbolos da Revolução Francesa, não somente na França, mas sim, a repercussão, ou mesmo, a utilização destes no “mundo”.

A revolução Francesa dominou a história, a própria linguagem e o simbolismo da política universal desde a sua irrupção até o período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial – incluindo a política daquelas elites no que hoje é chamado de Terceiro Mundo, que viram que as esperanças de seus povos estavam em algum tipo de modernização, ou seja, em seguir o exemplo dos mais avançados Estados europeus. Assim, porque quase um século e meio, a bandeira tricolor francesa forneceu abertamente o modelo para a bandeira da maioria dos Estados recém-independentes ou unificados no mundo: a Alemanha unificada escolheu preto, vermelho e ouro( e depois preto, branco e vermelho) no lugar do azul, branco e vermelho; na Itália unificada, verde, branco e vermelho; por volta dos anos 1920,22 Estados haviam se adornado com bandeiras nacionais que consistiam em três listas de cores diferentes, verticais ou horizontais, e outros dois com blocos de três cores em vermelho, branco e azul, o que também sugere a influência francesa.

Para concluir este artigo é impossível não falar sobre liberadade, igualdade e fraternidade que durante a Revolução Francesa, faz parte dos inúmeros lemas invocados. Contudo como muitos dos símbolos revolucionários, o lema cai em desuso durante o Império, toda via acaba se impondo novamente na 3ª República e está inscrito na constituição de 1958.

O lema "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", é definido como um "princípio" da República. Segundo Valdemar W. Setzer, a tríade "liberdade, igualdade, fraternidade" (...) teve várias variações, como "união, força, virtude", usada em lojas maçônicas, ou "liberdade, segurança, propriedade", "liberdade, unidade, igualdade" etc. Durante a ocupação nazista foi substituída por "trabalho, família, pátria". Mas foi a sua forma conhecida hoje que se tornou um lema da França, adotado inclusive em outros países(...), e faz parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."

Falar sobre símbolos da Revolução Francesa é um assunto inesgotável, pois além de serem os mais variados, possuem inúmeras interpretações, contudo posso concluir que, com a análise de alguns destes (símbolos), é possível entender a importância (de criá-los, pois para mim não são “coisas” que surgem ao acaso, mas são criados com intuitos) dos mesmos como formadores de ideais, neste caso, ideais revolucionários, que são formadores des de o “ser pertencente a uma nação” (como exemplo a bandeira) como até o sentimento de “fraternidade” lutar juntos (Hino A Marselhesa), pela liberdade do povo (sem o monarca absolutista) e igualdade deste (fim da sociedade de ordens).

Referencias:

FURET, François, Antigo Regime, p.626, in: FURET, François; OZOUF, Mona, Dicionário crítico da Revolução Francesa, primeira edição, segunda impressão, Editora Nova Fronteira.

______, A revolução em debate, p.57-58, ano 1999, Éditions Gallimard, 2001, tradução Editora da Universidade do Sagrado Coração.

HOBSBAWM, Eric, Ecos da Marselhesa: Dois séculos revêem a Revolução Francesa, tradução Maria Celia Paoli, São Paulo,1996, Companhia das Letras.

ZIZEK, slavoj, Robespierre, ou a “divina violência” do terror. Artigo retirado de http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/trechos/robespierre.pdf

Hino a Marselhesa, fonte:http://www.vagalume.com.br/hinos/hino-da-franca-a-marselhesa-traducao.html#ixzz2TYo0tNTP

SETZER, Valdemar W. Artigo: LIBERDADE, IGUALDADE,FRATERNIDADE:

PASSADO, PRESENTE, FUTURO, retirado de:http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/liberdade-igualdade-fraternidade.html

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