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Revolução Socialista

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Por:   •  22/9/2014  •  2.251 Palavras (10 Páginas)  •  204 Visualizações

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REVOLUÇÕES SOCIALISTAS: RUSSA E CHINESA

Revolução socialista é o nome dado a qualquer revolução inspirada no modelo econômico socialista, normalmente ligado ao comunismo. Um exemplo é a revolução socialista iniciada na Rússia em 1917 e na China em 1949.

Karl Marx considerava inevitável a ação política do proletariado na sociedade burguesa, o que inauguraria a construção de uma nova sociedade. Num primeiro momento seriam instalados o controle do Estado através da ditadura do proletariado e a socialização de todos os meios de produção, não existindo mais a propriedade privada. O objetivo final desta revolução seria o comunismo, que representaria o fim de todas as desigualdades sociais e econômicas.

• A Revolução Chinesa

A Revolução de 1949 implantou um sistema comunista autônomo na nação chinesa. Ao longo de sua historia a China foi um importante referencial tecnológico e cultural para várias populações asiáticas. Durante a Idade Moderna os chineses contavam com um comercio articulado por uma imensa frota que cruzava o mundo com suas mercadorias. Essa época perdeu seu vigor na medida em que os interesses das nações estrangeiras tomaram espaço. No século XIX, a China se transformou em um território entrecortado por regiões dominadas pelas grandes nações imperialistas.

No século XX, vemos que setores significativos da população chinesa começaram a defender a consolidação de um movimento de natureza nacionalista. Em 1900, o médico Sun Yat-sem capitaneou a fundação do Kuomintang, também conhecido como Partido Nacionalista. Nessa mesma época a Revolta dos Boxers (1898 – 1901) também teve grande contribuição para a articulação de um movimento defensor da autonomia chinesa e a expulsão dos estrangeiros.

A agitação provocada por tais movimentos acabou produzindo a Proclamação da República, em 1911. Mesmo com essa conquista e o enfraquecimento dos imperialistas após a Primeira Guerra Mundial, a China continuava não resistindo ao interesse dos estrangeiros, principalmente dos japoneses e britânicos. Com isso, os membros do Kuomintang tiveram de enfrentar a insatisfação dos chefes militares e do Partido Comunista Chinês, então criado sob a influência da Revolução Russa.

Em 1925, o governo chinês foi assumido por Chiang Kai-shek, que deu início a um vigoroso movimento contra as lideranças comunistas. Nesse momento, os comunistas foram obrigados a recuar politicamente e estabelecer um projeto revolucionário que pudesse transformar a China. Em 1934, sob a liderança de Mao Tsé-tung, os camponeses foram mobilizados para realizarem a “Longa Marcha”, que pretendia impor a distribuição de terras e a luta contra as forças imperialistas.

Após a Segunda Guerra Mundial e a derrota dos japoneses, o regime de Chiang Kai-shek tentou mais uma vez realizar a perseguição aos comunistas. Contudo, sendo considerado um “cúmplice do estrangeiro”, o governo oficial foi gradativamente derrotado pelos exércitos do Partido Comunista Chinês. Invadindo a cidade de Pequim em janeiro de 1949, o exército revolucionário impôs a criação da República Popular da China.

Sob a liderança de Mao Tsé-tung, os chineses reorganizaram o país sob a orientação expressa do ideário comunista. O novo governo traçou um plano econômico quinquenal que pretendia impulsionar a agricultura e a indústria. Paralelamente, as tropas comunistas impuseram uma terrível perseguição contra todos aqueles que não aderiram às políticas revolucionárias. No plano político internacional, os chineses optaram pela formação de um Estado socialista independente da orientação soviética.

• A Revolução Russa

Em 1894, subiu ao trono russo o czar Nicolau II. Desde o século XVI, o país era uma monarquia absolutista. A nobreza era proprietária de 25% das terras cultiváveis do país, e a grande maioria da população - mais de 80% - estava ligada direta ou indiretamente à terra.

As condições de vida da maior parte dos camponeses eram péssimas. Em geral, eles habitavam moradia precária e sem ventilação, alimentavam-se basicamente de pão preto, batata e torta de farinha de milho. Nas aldeias raramente havia escolas, e a maior parte da população era analfabeta. No plantio e na colheita eram usados instrumentos agrícolas antigos, como o arado de madeira e a foice. Apenas em algumas grandes propriedades adotava-se uma tecnologia moderna, que permitia o aumento da população.

Nas cidades, a vida não era muito diferente da do campo. Em 1838, uma investigação feita pelo Conselho Municipal de Moscou, abrangendo milhares de casas dessa cidade, mostrou que grande parte da população vivia em péssimas habitações: "... As escadas que conduzem aos sótãos, onde o povo reside, estão cobertas de toda espécie de imundície. As próprias habitações estão quase cheias de tábuas sujas sobre as quais se estendem colchões de palhas pestilentos, tendo os cantos tomados pela porcaria. O cheiro é desagradável e asfixiante".

Com uma economia essencialmente agrária, a Rússia tinha poucas indústrias; a maior parte dela pertencia a proprietários estrangeiros, principalmente franceses, ingleses, alemães e belgas. No começo do século XX, um russo descrevia assim as condições de vida dos operários: "Não nos é possível ser instruídos porque não há escolas, e desde a infância devemos trabalhar além de nossas forças por um salário ínfimo. Quando desde os 9 anos somos obrigados a ir para a fábrica, o que nos espera? Nós nos vendemos ao capitalista por um pedaço de pão preto; guardas nos agridem a socos e cacetadas para nos habituar à dureza do trabalho; nós nos alimentamos mal, nos sufocamos com a poeira e o ar viciado, até dormimos no chão, atormentados pelos vermes..."

Os problemas internos da Rússia se agravaram ainda mais após a guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A origem do conflito foi a disputa entre os dois países por territórios na China e por áreas de influência no continente. A derrota ante os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento de diferentes grupos sociais com o czar Nicolau II. Começaram a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela polícia czarista. Num domingo de janeiro de 1905, trabalhadores de São Petersburgo, então capital do Império Russo, organizaram uma manifestação para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e melhores salários. Uma multidão de cerca de 200 mil pessoas, entre elas crianças

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