TENDETISMO BORIS FAUSTO
Tese: TENDETISMO BORIS FAUSTO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: sagaz_fn • 10/6/2014 • Tese • 1.036 Palavras (5 Páginas) • 381 Visualizações
O TENENTISMO SEGUNDO BORIS FAUSTO
Até meados da década de 70, o modelo historiográfico de compreensão da Revolução de 30 (através da análise da República Velha) baseava-se na tese de um embate de forças entre a Aristocracia Cafeeira, o setor representante das heranças de um sistema agrário feudal, e a nova Elite Industrial. Esta, representante do capitalismo imperialista que começava a vigorar após a Primeira Guerra Mundial, possuia sua maior representação no estado de São Paulo. Boris Fausto promove uma revisão de tais modelos, procurando demonstrar que a Historiografia brasileira defendia até a década de 70 uma visão parcial e certamente deturpada dos fatos. Em seu livro, o autor demonstra que a dualidade Latifúndio-burguesia não corresponde exatamente a uma oposição fundamental: assim, o que assistimos é um rearranjo da política nacional sem o privilégio significativo desta ou de outra classe, que pudesse tomar para si o rumo político e econômico do país e comprometesse a influência das demais.
A partir desse argumento, Fausto também defende que a influência das elites industriais paulistanas era restrita à época, pois estas não possuíam tamanha força e coesão capaz de promover um arranjo revolucionário que visasse desbancar a elite agrária. Muito pelo contrário, Vejamos o que o autor diz a respeito das indústrias na década de 20:
" a indústria se caracteriza nesta época, pela dependência do setor agrário exportador, pela insignificância dos ramos básicos, pela baixa capitalização, pelo grau incipiente de concentração."
Fausto cita ainda, que a agricultura exportadora era de muita expressão na economia brasileira anteriormente à Revolução bem como depois. Mesmo no começo da década de 40 o setor primário de produção era a base de sobrevivência de 65,1% da população.
" Do ponto de vista da estrutura social, se abandonarmos a imensa maioria de pequenos empresários, cujas atividades se assemelhavam muitas vezes às de um simples artesão, o setor que pode ser definido como burguês industrial, constituía uma faixa restrita do ponto de vista numérico mas significativo, capaz de expressar na esfera política, seus interesses específicos, junto aos centros de decisão. Entretanto, seus limites se revelam no alcance das reivindicações: se executarmos as propostas de Serzedelo Correia e Amaro Cavalcanti, que aliás, não podem ser considerados representantes políticos da burguesia industrial, esta não oferece qualquer programa industrialista, como alternativa a um sistema cujo eixo é constituído pelos interesses cafeeiros."
O TENENTISMO SEGUNDO EDGAR DE DECCA
Enquanto Nelson Werneck Sodré, em “Formação Histórica do Brasil,” ao abordar a revolução de trinta, encontrou total ausência da classe operária no desenrolar do processo. Para ele, aquela revolução foi um reflexo das mudanças ocorridas no capitalismo a nível internacional, que incidiu no Brasil nas duas correntes, o tenentismo (classe média) e a cisão da classe dominante, obtendo as suas especificidades internas e Boris Fausto na década de 1970 refutou algumas teses de Werneck Sodré e introduziu como fator explicativo do movimento um estado de compromisso, um vazio de poder, em que nenhuma classe, na verdade, possuía o domínio do Estado.
A partir de “1930, o silêncio dos vencidos”, de Edgar de Decca, vemos um novo discurso, para de Decca “A revolução de 30” se constituiu um fato histórico produzido pelo discurso da classe dominante.
Com esse discurso vencedor havia outro, o discurso da classe trabalhadora arregimentada no BOC“Bloco Operário-Camponês”, que foi vencido. Para este historiador a revolução de 30 ocultou o percurso das classes sociais, anulando a existência de determinados agentes.
Rompendo com os modelos explicativos tradicionais, de Decca questiona a idéia de revolução burguesa. Para o autor, haveria sim um processo revolucionário em marcha que, afirmam teria se dado nos idos dos anos 20 e seu condutor foi Partido Comunista do Brasil. O momento decisivo desse processo acorreu no ano de 1928 quando
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