Teoria Do Valor
Trabalho Escolar: Teoria Do Valor. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: faelenrick • 24/4/2014 • 2.238 Palavras (9 Páginas) • 415 Visualizações
A teoria do valor-trabalho
No primeiro tomo de O Capital, Marx mostra como a mais-valia é produzida. Ele explica que o capitalista encontra no mercado uma mercadoria especial, que, diferentemente de todas as outras mercadorias, é fonte de valores superiores ao seu próprio valor. Esta mercadoria é a força de trabalho. Marx a definiu como o “conjunto das capacidades mentais e físicas que existem em um ser humano” [1]. A compra e o uso destas “capacidades mentais e físicas”, o músculo físico e mental do processo de trabalho, constitui a exploração da classe trabalhadora. Em contraste, o trabalho – ou o processo de trabalho – é o ato que adiciona valor às matérias-primas.
Após comprar a força de trabalho por um salário destinado a manter o trabalhador ou trabalhadora e sua família, o capitalista trata de colocar suas mãos alugadas para trabalhar. Embora o trabalhador tenha um contrato para trabalhar por, digamos, oito horas, ele cobre o valor de seu salário em talvez quatro horas. Este primeiro período, Marx o descreve como tempo de trabalho necessário. Mas, uma vez coberto o valor de seu salário, ele não para de trabalhar e continua a fazê-lo até o final de seu turno de oito horas. É neste período extra que ultrapassa a parte necessária, que o trabalhador produz a mais-valia para o capitalista, e é descrito por Marx como tempo de trabalho excedente. Este é trabalho não pago e é de onde surgem os lucros do capitalista.
O valor das matérias-primas e da energia utilizadas na produção da mercadoria não cria um valor novo, simplesmente transferem o seu valor para o novo produto. Isto inclui o uso e o desgaste das máquinas, que somente de forma gradual transferem seu valor, o que é conhecido como depreciação. O trabalho (combinado à natureza) é a fonte de todo valor novo, incluindo a mais-valia. Uma fábrica com máquinas e matérias-primas, se deixada ociosa, simplesmente enferruja e eventualmente ruirá. Contudo, tão logo o trabalho humano é aplicado a estas coisas, novas mercadorias e novos valores são criados. Esta é a fonte, e a única fonte da mais-valia. Uma máquina simplesmente eleva a produtividade do trabalho humano e permite que a força de trabalho seja consumida com maior intensidade.
Todo o valor existente decorrente de trabalho anterior contido nas matérias-primas etc., é transferido para as novas mercadorias. A isto Marx chama de “trabalho morto”, em oposição ao novo valor adicionado, que Marx descreve como “trabalho vivo”. Ele compara aquele a um vampiro sugador de sangue. “Capital é trabalho morto”, explica Marx, “como um vampiro, somente vive se sugar trabalho vivo, quanto mais vive, mais trabalho suga” [2].
A força motriz do capitalismo é a produção de mais-valia. O capitalista está determinado a espremer até a última gota de lucro do trabalho não pago da classe trabalhadora. Ele faz isto através de uma combinação de meios: prolongando a jornada de trabalho, aumentando a velocidade das máquinas, introduzindo máquinas poupadoras de trabalho, através da racionalização, de acordos de produtividade, de novos turnos, de estudos de tempo e movimento, servindo-se de novas tecnologias etc. Estes métodos tornaram-se familiares aos trabalhadores, particularmente nos últimos 30 anos, aproximadamente.
O capital total investido pelo capitalista foi considerado por Marx como se segue. O capital constituído de meios de produção, matérias-primas, energia etc., é considerado capital constante, que simplesmente transfere seu valor para as novas mercadorias. O valor que eles transferem é fixo. Entretanto, o capital representado pela força de trabalho (salários) é considerado capital variável, enquanto fonte de todo valor novo. A quantidade de valor que ele transfere não é fixa, mas expansiva. Consequentemente, o capital total pode ser representado como c + v, onde c é a parte constante e v é a variável. Segue-se que o valor total de todas as mercadorias é composto de c + v + s, onde s representa a mais-valia. Enquanto a mais-valia estiver “aprisionada” dentro da mercadoria, o capitalista somente pode realizar este valor excedente quando as mercadorias são vendidas. Dessa forma, a mais-valia é criada somente na produção, e realizada somente na troca, no mercado.
Se a jornada de trabalho é dividida entre trabalho necessário e trabalho excedente, a taxa de mais-valia é a razão entre as duas porções da jornada de trabalho. Quanto maior a porção excedente, maior a taxa. É exatamente a mesma razão entre o valor excedente e o capital variável, quer dizer s/v. Em termos simples, a taxa de mais-valia é a taxa de exploração do trabalho pelo capital, ou dos trabalhadores pelo capitalista. A classe capitalista força a classe trabalhadora a executar mais trabalho do que se requer para cobrir seus meios de subsistência, produzindo assim mais-valia.
Naturalmente, os capitalistas tentam dissimular esta exploração. Dizem que compram o trabalho dos trabalhadores em vez de sua força de trabalho. Mas isto não é verdade. Os capitalistas não empregariam trabalhadores se não pudessem obter um lucro, e o trabalho não pago dos trabalhadores é a fonte desse lucro. Enquanto a exploração era transparente sob o feudalismo, quando o servo trabalhava a terra do senhor de graça por tantos dias, sob o capitalismo, o trabalho excedente e o trabalho necessário, realizados pelo trabalhador, não se separam no tempo e no espaço. Portanto, não é tão óbvio.
“A diferença essencial entre as várias formas econômicas da sociedade, entre, por exemplo, uma sociedade baseada no trabalho escravo e uma baseada no trabalho assalariado”, explicou Marx, “descansa somente no modo pelo qual este trabalho excedente é em cada caso extraído do produtor real, o trabalhador” [3].
Naturalmente, estas categorias são rejeitadas pelos economistas burgueses, cujo papel é o de mascarar a exploração existente. Assim, os conceitos de Marx são um anátema para eles.
Através da concorrência, o capitalista é forçado a investir para produzir mercadorias mais baratas que seus rivais. O capital é, portanto, um valor autoexpansível. A acumulação é uma lei obrigatória do capitalismo. O capitalismo se tornou “acumulação para a acumulação”, como explicou Marx. “Produção para a produção”. Aquelas indústrias onde a produtividade do trabalho fica para trás da média são excluídas do negócio por aquelas que usam os métodos mais atualizados. Desta maneira, a introdução de maquinaria aumenta a produtividade do trabalho e reduz o tempo de trabalho necessário (e, através disso, aumentando o tempo de trabalho excedente). Isto permite àqueles que introduziram
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