Trabalho Escravo
Dissertações: Trabalho Escravo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jeneffer • 6/5/2013 • 2.373 Palavras (10 Páginas) • 1.034 Visualizações
Trabalho Escravo no Brasil
em Retrospectiva:
Referências para estudos e pesquisas
JANEIRO DE 2012TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL EM RETROSPECTIVA: REFERÊNCIAS PARA ESTUDOS E PESQUISAS
2
Cronologia dos fatos e atos relativos
ao trabalho escravo rural
(em itálico os fatos e atos que geraram resultados concretos
ou impulsionaram outras ações)
Breves notícias sobre as origens da servidão por dívida e do trabalho escravo contemporâneo no Brasil: o processo de ocupação das
Regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil foi iniciado em meados da dé-
cada de 50 durante o Governo Getúlio Vargas. Foi acelerado durante
o regime militar, a partir de meados da década de 60, através de uma
política de fortes incentivos nanceiros às grandes empresas, principalmente para o desenvolvimento da atividade agropecuária. No Governo Castelo Branco foi criada a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) com esse objetivo. A facilidade de acesso à
propriedade das terras (com preços simbólicos ou mesmo gratuitas),
a mão de obra barata e os subsídios nanceiros garantiram uma rápida ocupação da região por grandes empresas e grupos econômicos.
Essa dinâmica gerou a alta concentração de terras, o empobrecimento
das populações rurais e indígenas (excluídas dos benefícios estatais), a
violência no campo (con itos fundiários e outros) e o trabalho escravo
– vide: www.gptec.cfch.ufrj.br/teses/default.asp (Trabalho Escravo Rural Contemporâneo; Cristo, Kelley Kristiane Vago; dissertação mestrado
UFES; 2008). As primeiras notícias de ocorrência de trabalho escravo
no Brasil no século XX têm registro apenas na literatura, em documentos dos Dominicanos e, muito raramente, na imprensa. Estado e sociedade encararam essas primeiras denúncias como histórias de cção
ou como fatos isolados – vide: www.gptec.cfch.ufrj.br/artigos/default.
asp; www.prelaziasaofelixdoaraguaia.org.br/trabalho%20escravo.htm
(Trabalho Escravo; Souza, Maria José).
Primeiras normas legais sobre o tema: o Estado brasileiro rati cou
a Convenção nº 29, sobre Trabalho Forçado ou Obrigatório, em 1957,
e a Convenção 105, sobre Abolição do Trabalho Forçado, em 1965, TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL EM RETROSPECTIVA: REFERÊNCIAS PARA ESTUDOS E PESQUISAS
3
ambas da Organização Internacional do Trabalho – OIT – vide: www.
oit.org.br/all/forced_labour/oit/convençoes/convençoes.php; ou para
versões em português: http://www.oit.org.br/convention. As normas
de proteção ao trabalho rural só foram editadas em 1963 (Estatuto do
Trabalhador Rural), vinte anos após a legislação laboral urbana (CLT)
e setenta e cinco anos após a Abolição da Escravatura (Estatuto do
Trabalhador Rural: Lei 4.124, de 02/03/1963). Em 1973, foi editada a
Lei 5.889, que substituiu o Estatuto do Trabalhador Rural (Lei 5.889,
de 08/06/1973 – www.planalto.gov.br). A igualdade jurídica, contudo,
apenas surgiu com a Constituição de 1988; subsistindo como válidas
apenas algumas distinções legais com vistas a atender as peculiaridades do trabalho rural.
Primeira denúncia pública: foi apenas em 1971 que o problema do trabalho escravo foi exposto publicamente, através da Carta Pastoral de D.
Pedro Casaldáliga, Bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, no Estado
do Mato Grosso. A Carta Pastoral – “Uma Igreja da Amazônia em Con-
ito com o Latifúndio e a Marginalização Social”– foi o primeiro texto
público a tratar do tema e expor a realidade dos trabalhadores submetidos ao trabalho escravo – www.cptnacional.org.br.
Primeira instituição não governamental voltada para o tema: em
1975, foi criada a Comissão Pastoral da Terra – CPT, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, com o objetivo de atuar
junto à população trabalhadora rural, com serviços de assessoria e coleta de denúncias, entre outros – www.cptnacional.org.br.
Primeira tentativa governamental de enfrentamento do problema: nos anos de 1985/1986 (Governo Sarney), a Coordenadoria de
Con itos Agrários do Ministério da Reforma e Desenvolvimento Agrá-
rio – MIRAD divulgou relatórios e defendeu a desapropriação de imó-
veis rurais onde havia a prática de trabalho escravo. Também encaminhou denúncias à Anti-Slavery International. Em julho de 1986, os ministros da Reforma Agrária e do Trabalho rmaram, em Marabá/PA, um TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL EM RETROSPECTIVA: REFERÊNCIAS PARA ESTUDOS E PESQUISAS
4
protocolo de intenções para conjugar esforços nos estados do Pará,
Maranhão e Goiás, com a participação dos presidentes da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG e da Confederação
Nacional da Agricultura – CNA para coibir violações dos direitos sociais
dos trabalhadores rurais. Em seguida, no mês de agosto, os mesmos
órgãos rmaram termo de compromisso para erradicar o trabalho
escravo,
...