Transformaçao Cultural: Arquitetura Neoclassica 1750-1900
Trabalho Universitário: Transformaçao Cultural: Arquitetura Neoclassica 1750-1900. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: zeuslokao • 28/2/2014 • 1.206 Palavras (5 Páginas) • 1.366 Visualizações
Transformações culturais: a arquitetura neoclássica, 1750-1900
A arquitetura neoclassicista surgiu de duas evoluções diferentes, porém conectadas, quemudaram a relação entre homem e a natureza. A primeira deu-se a partir do aumento da capacidadehumana em controlar a natureza, e a segunda a partir da mudança na natureza da consciênciahumana, em resposta às transformações que estavam ocorrendo na sociedade. As mudançastecnológicas levavam a uma nova infraestrutura e à maior exploração da capacidade produtiva e aconsciência humana produzia novas categorias de conhecimento.O excesso da linguagem arquitetônica nos interiores rococós e o pensamento iluminista daépoca fizeram com que os arquitetos do século XVIII buscassem por um novo estilo autêntico. Essa busca foi feita a partir de uma reavaliação precisa da Antiguidade. O que os motivavam era principalmente obedecer aos princípios que existiam nas obras, e não simplesmente copiar. O primeiro impulso foi questionar em qual das quatro culturas mediterrânicas – egípcia, etrusca, gregaou romana – deveriam procurar o estilo autêntico.O primeiro passo foi ir além das fronteiras de Roma, estudando sua periferia e as culturasem que a arquitetura romana se baseava. As escavações levaram a sítios mais distantes, chegandoassim a locais antigos na Sicília e na Grécia.Le Roy foi o primeiro a defender a origem grega para o estilo autêntico, o que despertou aira chauvinista do arquiteto Giovanni Battista Piranesi. Em suas obras, com ataque direto à Le Roy,ele afirmava que os etruscos eram anteriores aos gregos e que eles, junto aos romanos, elevaram aarquitetura ao seu mais alto nível de refinamento. No fim da década de 1750, os britânicos já buscavam instruir-se na própria Roma. Entre os principais expoentes do Neoclassicismo estão Piranesi, Winckelmann, Le Roy, James Stuart eGeorge Dance. O desenvolvimento do Neoclassicismo britânico se deu principalmente pela obra deJohn Soane, que sintetizou de forma satisfatória as várias influências dos principais expositores.O contexto social da época induziu Claude Perrault a questionar a validade das proporçõesvitruvianas e o modo em que elas foram assimiladas pela teoria clássica. Assim, ele elaborou sua própria tese. Falando na beleza positiva (função normativa de padronização e perfeição), e na belezaarbitrária (função expressiva).A contestação da ortodoxia vitruviana foi codificada pelo abade de Cordemoy. Ele substituiuos atributos vitruvianos da arquitetura – utilidade, solidez e beleza – por ordem, distribuição e conveniência. As duas primeiras estão relacionadas à proporção e disposição corretas das ordensclássicas, e a última ao uso adequado dos elementos clássicos. Cordemoy antecipou a preocupaçãode Jacques-François Blondel, com relação à expressão formal adequada e uma fisionomia que seajustasse ao caráter social variável de diferentes tipos de construção.Além da preocupação com a aplicação justa dos elementos clássicos, Cordemoy prezava pela pureza geométrica e afirmava que a ornamentação também deveria ser submetida à adequação.E sustentava ainda que muitas edificações não necessitavam de nenhum ornamento.A proposta de Cordemoy foi reinterpretada pelo abade Laugier. Ele propôs uma arquitetura“natural” universal, que era constituída pela “cabana primitiva” baseada no formato de uma árvore.Quatro troncos de árvore sustentando um telhado rústico em vertente. Segundo ele, essa seria aforma primitiva base para uma arquitetura gótica classicizada.O arquiteto Jacques-German Soufflot queria aplicar os termos clássicos numa recriação daleveza, amplidão e proporção da arquitetura gótica. Para isso, ele adotou o plano em cruz, utilizado pelos gregos, com a nave e as alas formadas por um sistema de cúpulas planas e arcossemicirculares.Coube a Jacques-François Blondel a tarefa de integrar a proposta de Cordemoy e a deSoufflot à tradição acadêmica francesa. Blondel era o mestre da geração “visionária” de arquitetos. Na mesma categoria estavam Étienne-Louis Boullée, Jacques Godoin, Pierre Matte, Marie-JosephPeyre, Jean-Baptiste Rondelet, e o mais visionário de todos, Claude-Nicolas Ledoux. Os conceitosfundamentais de Blondel estavam aplicados à composição, ao tipo e ao caráter. Seus princípios desimplicidade e grandeza vão impregnar nas obras de muitos de seus discípulos.Boullée foi o mais notável discípulo de Blondel. Representou, de acordo com osensinamentos de Blondel, o caráter social de suas criações, além de colocar emoções de terror etranquilidade através da grandeza de suas concepções. Apossou-se da arquitetura como forma de passar sensações, desenvolvendo uma forma no qual a imensidão da perspectiva, e a purezageométrica sem adornos de forma monumental, se combinavam de maneira a promover sensaçõesde alegria e angústia. Ele também destacava o poder que a luz tinha de evocar o divino.Suas ideias foram consideravelmente influentes em toda a Europa, e se refletiu principalmente na atividade de Jean-Nicolas-Louis Durand, seu discípulo. Durand reduziu as ideiasextravagantes de Boullée a uma tipologia normativa e econômica da edificação.O início da era napoleônica trouxe
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