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Visão geral do livro A conquista da América: a questão do outro

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Por:   •  29/11/2014  •  Resenha  •  2.663 Palavras (11 Páginas)  •  659 Visualizações

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Todorov, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Fernanda Fátima Zdonek

O livro “ A história da América” foi escrito em 1982 por Tzvetan Todorov, um búlgaro que viveu na França, foi mais conhecido como por suas obras como filosofo e historiador.

O livro “ A história da América” apesar de ser escrito relatando fatos passados ele parte do tempo presente, em que foi escrito. Período em que era relevante a percepção do outro isto dentro da geopolítica.

O autor usa como corpus documenta documentos que foram escritos pelos conquistadores, diários, cartas de missionários espanhóis. Sua analise é feita a partir destes que possuem uma escrita sob visão europeia, ele não propõe uma análise critica e intrínseca sobre as fontes as quais utiliza.

O livro é organizado de forma linear, de forma em que se apresenta inicialmente o encontro de Colombo com os povos indígenas, e depois passa a descrever cronologicamente com base em seus documentos os eventos que vem após a “descoberta da América”.

O autor coloca sua construção teórica destacando os opostos entre o espanhol individualista e pela sociedade indígena que se baseava na compreensão do todo.

O livro é dividido em quatro partes e cada uma delas é subdividida em três capítulos. A seguir analisarão os capítulos dois e três, da primeira parte.

Na primeira parte do capitulo 1 “As razões da vitória”, o autor fala que após a descoberta por Colombo, os espanhóis iniciaram a exploração do referente território, vieram em busca de metais preciosos, como o ouro e a prata. Em 1519 os espanhóis deram inicio a apropriação do continente americano, Fernão Cortez (espanhol) foi quem liderou uma expedição que invadiu o México.

A expedição de Cortez não é a primeira a chegar no território mexicano. Ao chegar e saber da existência do povo asteca ele vai adentrando ao continente para encontrá-los.

Segundo o texto Cortez ao chegar ao México luta contra seus próprios conterrâneos para prender o soberano asteca Montezuma, este não tentou fugir e fazia o possível para evitar o derramamento de sangue e a revolta de seu povo.

Os povos que viviam ali possuíam rivalidades entre si, e Cortez acaba por aproveitar-se disso para conseguir o que quer.

“O México de então não é um estado homogêneo, e sim um conglomerado de populações subjugadas pelos astecas, que ocupam o topo da pirâmide.” P.81

O texto expõe que os povos vizinhos, reclamavam dos altos impostos e da crueldade do povo asteca. Possuindo o domínio e sucedendo Montezuma, Cortez queima os livros astecas destruindo todos os registros dos povos Pré- Colombianos.

Os espanhóis afirmavam superioridade, pois os povos da América não conheciam a metalúrgica, a construção de bergantins, as guerras bacteriológicas e com o domínio dessa prática os europeus puderam “confirmar sua superioridade”.

Com o domínio espanhol, os templos astecas perderam seus ídolos originais e deram espaço para os santos católicos.

Contudo os astecas acreditavam em seu fim, já que seus deuses estavam silenciados.

Segundo o texto o autor, os espanhóis poderiam ter “derrotado” os astecas com ajuda dos signos.

O autor coloca que os astecas possuem uma relação de tempo diferente dos conquistadores espanhóis, os espanhóis possuem a compreensão de tempo linear, de fatos acabados, já os astecas, maias possuíam a compreensão de tempo cíclico, o tempo do eterno retorno.

Segundo o texto os astecas acreditavam nas profecias como uma forma de norma, lei, a qual todos iam aos profetas, os quais recebiam um tipo de mapa de vida o qual todos seguiam. Se a profecia dizia que tal pessoa seria um mau filho, este então seria assim.

Muitos dizem que os povos indígenas pré-colombianos possuíam cultura no entanto é importante colocar que esses povos possuíam forma de escrita, domínio da sua linguagem, que era extremante importante e isto era ensinado nas escolas, astecas, e era passado geração após geração.

Possuíam rituais fortemente respeitados pelo seu povo, um desses era do da antropofagia, com este, o povo asteca tentou assustar os estrangeiros, alguns foram capturados, mortos e sua carne era devorada, no entanto o objetivo acabou dando errado, os espanhóis vendo que seriam devorados se não os vencessem, tomaram isso como um impulso para dominar aquele povo.

Para o povo asteca o que não estava premeditado por seus deuses não lhes era bom, e muito menos compreendido, os astecas não conseguiam compreender um fato novo, algo que não estava pré-determinado.

O autor coloca que Montezuma teve dificuldade para dar as ordens certas aos seus soldados, pois não estava compreendendo os fatos que estavam ocorrendo, tanto é que no inicio os indígenas acreditava que os espanhóis eram deuses.

Como Cortez pretendia compreender a sociedade asteca, era importante a compreensão da linguagem, por isso pôs-se a procurar interpretes, ao encontrar com náufragos Cortez tem a indicação de uma mulher, Malinche; que conhece as línguas maia e inca e que tem facilidade em aprender, logo com um tempo com os espanhóis a moça aprende também o espanhol.

Malinche prefere ficar com os espanhóis, e então ela não se detêm em passar apenas a linguagem, mas a crenças e costumes, o sentido e o significado de cada objeto de sua cultura, e como funciona a sociedade. Tudo isso propicia a Cortez certa vantagem em relação ao povo asteca.

Cortez compreende muito bem o mundo asteca, e justamente por conhecer ele o consegue destruir, mesmo tento uma grande admiração pela sua estrutura e admiração, porém ele não quer nada do que vem do “outro”, o que confirma a visão eurocêntrica, com relação aos povos conquistados.

O texto de Todorov menciona Bartolomeu de Las Casas, que veio até a América como um conselheiro do governador.

Bartolomeu de Las Casas chegou a América com o mesmo objetivo dos demais conquistadores, a exploração das riquezas, inicialmente aceitou a maneira de pensar e agir dos conquistadores, até mesmo atacando grupos para adquirir a mão-de-obra de indígenas para trabalhar em suas plantações.

Porém, Las Casas volta a Europa e em Roma se ordena sacerdote, e mais tarde volta a Ilha espanhola como missionário, e com o objetivo de se opor a forma cruel a qual eram tratados os indígenas.

O propósito de Las Casas

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