A BELA ADORMECIDA
Por: Rô Rosana • 24/5/2016 • Artigo • 1.179 Palavras (5 Páginas) • 892 Visualizações
A BELA ADORMECIDA
Rosana Alves da Conceição[1]
INTRODUÇÃO
A finalidade do presente artigo consiste na análise comparativa de um clássico conto de fadas, A bela adormecida no bosque na versão, de Charles Perroult e A bela adormecida, na versão dos Irmãos Grimm. Através deste trabalho pretende-se a mostrar a importância e a influência que os contos de fadas têm no desenvolvimento do imaginário infantil.
Contar histórias é fundamental para o desenvolvimento da identidade da criança, porque através dos contos ela tem a possibilidade de ensaiar seus papéis na sociedade, adaptando-se a situações reais e colocando-se dentro da história, como também desencadeia ideias, opiniões, sentimentos e criatividade, antecipando situações que a criança só iria experimentar na vida adulta.
DESENVOLVIMENTO
Historicamente, os contos clássicos nasceram na França no século XVII, na corte do rei Luís XIV pelas mãos de Charles Perrault (1628-1703), inicialmente para falar aos adultos e depois com os irmãos Grimm (1785 – 1863) mais adequada para o público infantil.
Hoje as histórias maravilhosas ainda têm algo a nos dizer. “Segundo Coelho, o que nelas parece apenas infantil, divertido ou absurdo, na verdade carrega uma significativa herança de sentidos ocultos e essenciais para a nossa vida.” (COELHO 1987; pag. 09).
Analisando as duas versões, percebemos que as histórias possuem semelhanças e diferenças entre si. Em ambas existem dois personagens principais que são o príncipe e a princesa. Sendo que a princesa é enfeitiçada pela fada maligna, que joga um feitiço que a faz cair num sono profundo (cem anos). Até surgir um príncipe encantado que a beija, desfazendo o feitiço.
Quanto às diferenças, podemos destacar que na versão de Perrault a princesa não tem nome, pois é sempre chamada de “a princesa” e nas dos Irmãos Grimm recebe o nome de “Botão- de- Rosa”.
Dependendo da versão, também muda o número de fadas! Na dos Irmãos Grimm, elas são treze fadas e como o rei só tinha doze pratos de ouro, convidou apenas doze fadas, deixando a décima terceira com inveja. Já na de Charles Perrault, são oito fadas, o rei deu de presente um estojo de ouro maciço contendo talheres de fino ouro, incrustado de diamantes e rubis, esquecendo-se da oitava fada, pois pensou que estivesse morta ou enfeitiçada, já que era muito velha e nunca saía de sua torre. Entretanto, nas duas versões a maldição é a mesma. Em ambas, a princesa quando completasse 15 ou 16 anos, furaria o dedo no fuso de uma roca e morreria.
Outra diferença que existe são os dons que as princesas recebem das fadas, na versão de Perrault são os seguintes: mais bela do reino; caráter de anjo; graça admirável em tudo que fizer; dançar com perfeição; cantar como rouxinol e tocar toda a sorte de instrumentos com a maior perfeição. Na dos Irmãos Grimm as fadas presenteiam, Botão – de – Rosa com suas melhores dádivas: virtude, beleza, riquezas.
Na versão de Perrault o rei e a rainha saem do castelo, começa a crescer na volta uma enorme quantidade de árvores grandes e pequenas, de sarças e espinheiras entrelaçadas umas com as outras, tornando impossível alguém passar e não se enxerga mais nada além do cume das torres do castelo; na dos Irmãos Grimm, eles caem num sono profundo junto com os demais, uma densa cerca de espinhos cresce ao redor do castelo, ficando mais alta e mais espessa a cada ano, até que todo o palácio fica tomado e escondido, nem os telhados das torres ou as chaminés podem ser vistos.
Ao final dos cem anos, na versão de Perrault, o príncipe fica curioso em saber o que eram aquelas torres, que via por cima de um grande bosque muito espesso e ao chegar perto, todas as árvores, sarças e espinheiras, se afastam para deixá-lo passar. Já na dos Grimm, o príncipe se aproxima dos arbustos de espinhos e nada encontra a não ser belas moitas floridas, entre as quais passa facilmente e estas depois se fecham atrás dele tão firmes quanto antes.
Segundo a versão de Perrault, o príncipe percorre o castelo até encontrar o leito da princesa, se aproxima deste e trêmulo e atônito, ajoelha-se. Com a chegada dele, acaba o encantamento e a princesa acorda e fita-o com seus belos olhos. Esta história não acaba com o beijo e o despertar da princesa, continua com o casamento sem o conhecimento dos pais do príncipe e com nascimento dos filhos Aurora e Dia e com os ciúmes da madrasta dele. Na dos Irmãos Grimm, o príncipe entra no palácio e encontra a velha torre, onde está o leito da princesa, fica extasiado com a beleza dela, curva-se e a beija. Neste instante ela acorda e sorri para ele. Saem do quarto juntos e encontram todos despertando, inclusive o rei e a rainha. Celebram o casamento e juntos viveram felizes para sempre.
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