A CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ESQUEMATIZADA

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ESQUEMATIZADA 

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1 CONCORDÂNCIA VERBAL

Podemos definir concordância verbal, como sendo a perfeita concordância entre o verbo e o sujeito. Diante disto, começaremos a analisar o tema pelos casos gerais:

1.1. Com o sujeito simples

Exemplo: Ela não acredita em duendes.

Aqui temos um sujeito simples e singular – ela -, logo o verbo, para concordar com o sujeito deve ficar no singular (acredita).

Agora, vejamos: se passarmos o sujeito para o plural, o verbo também precisa ir para o plural.  

Vejamos: Elas não acreditam em duendes.

Assim: sujeito singular → verbo singular

        Sujeito plural → verbo plural

1.2. Com o sujeito composto

Nesse caso, vamos considerar duas possibilidades: o sujeito estar antes do verbo (anteposto) ou depois do verbo (posposto).

- Sujeito anteposto ao verbo: O passageiro e o chofer discutiam.

- Sujeito posposto ao verbo: Chegou de viagem o presidente e o ministro. / Chegaram de viagem o presidente e o ministro

Dessa forma, se o sujeito composto vem antes do verbo (anteposto), o verbo fica sempre no plural. Se o sujeito composto vem depois do verbo (posposto), ele pode ficar no singular (concordando apenas com o núcleo mais próximo) ou no plural (concordando com os dois elementos do sujeito).

Analisemos mais alguns exemplos:

Dançaremos eu e minha amiga na festa da escola.

(aqui o verbo concorda com os dois elementos do sujeito composto)

Dançarei eu e minha amiga na festa da escola.

(aqui o verbo concorda como o primeiro elemento do sujeito composto, o pronome EU)

1.3. Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes

Quando o sujeito é formado por diferentes pessoas gramaticais, faremos a concordância verbal da seguinte forma:

a)        havendo 1.ª pessoa, ela será sempre prioritária, e o verbo ficará na primeira pessoa do plural, por exemplo: Eu, tu e ele fomos ao cinema. Eu e ele fomos ao cinema. Eu e tu fomos ao cinema.

b)        havendo 2.ª pessoa, o verbo poderá ser conjugado na 2.ª ou na 3.ª pessoa do plural, vejamos: Tu e ele sabeis a verdade. Tu e ele sabem a verdade.

1.4. Casos particulares

Há casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante ter dúvidas no momento de fazer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância é feita considerando o significado de expressões que transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, analisemos com cuidado os casos a seguir.

- Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (expressões como: parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo: A maioria dos jornalistas aprovou a ideia. A maioria dos jornalistas aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou nenhuma proposta interessante. Metade dos candidatos não apresentaram nenhuma proposta interessante. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados, por exemplo: Um bando de vândalos destruiu o monumento. Um bando de vândalos destruíram o monumento. Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

- Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (expressões como: cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe: Cerca de mil pessoas participaram da manifestação. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.

Quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório. Vejamos um exemplo: Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)

- Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo, ou seja, nesse caso, o verbo concorda com o artigo e não com o substantivo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural, vejamos exemplos: Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Alagoas impressiona pela beleza das praias. As Alagoas impressionam pela beleza das praias.

- Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja: Quais de nós são capazes? [concorda com o pronome interrogativo] Quais de nós somos capazes? [concorda com o pronome pessoal]. A opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia. Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Por exemplo: Qual de nós é capaz? Algum de vós fez isso.

- Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. Vejamos: 25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação. 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. 1% do eleitorado aceita a mudança. 1% dos alunos faltaram à prova.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Exemplo: Vinte de cinco porcento querem a mudança. Um porcento conhece o assunto.

- Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome. Analisemos: Fui eu que paguei a conta. Fomos nós que pintamos o muro. És tu que me fazes ver o sentido da vida. Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.

- Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural. Veja os exemplos: Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas. Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.