A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E AS POLÍTICAS EDUCATIVAS NA DÉCADA DE 90
Monografias: A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E AS POLÍTICAS EDUCATIVAS NA DÉCADA DE 90. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Malu202505 • 12/1/2015 • 881 Palavras (4 Páginas) • 365 Visualizações
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E AS POLÍTICAS EDUCATIVAS NA DÉCADA
DE 90
Os anos 90 trazem uma realidade diferenciada, sendo apontados por PIERRO
(2001) como um período de reformas nos sistemas públicos de ensino, vinculadas à
conjuntura de redefinição do papel do Estado. Nesse sentido, observou-se uma nítida tendência à municipalização do atendimento escolar aos jovens e adultos no
ensino fundamental. A Fundação Educar foi extinta e o governo federal retirou-se
oficialmente desse campo de atuação; se desobrigou de articular a política nacional
de EJA, incumbindo os municípios disso, e delegou aos parceiros locais, sem
nenhuma negociação prévia, a responsabilidade por dar continuidade a esse
atendimento. O Brasil passou a vivenciar uma era de reformas que significavam, de
acordo com OLIVEIRA e DUARTE (2005), um processo de desconstrução da agenda
social da Constituição de 88, desvencilhando o Estado dos compromissos sociais
firmados e engajando-o na nova ordem capitalista mundial.
Enquanto isso, paralelamente, em nível internacional, ocorria um crescente
reconhecimento da importância da EJA para o fortalecimento da cidadania e da
formação cultural da população, devido às conferências organizadas pela UNESCO,
criada pela ONU e responsabilizada por incrementar a educação nos países em
desenvolvimento.
Nesse sentido, OLIVEIRA (2005:770), referindo-se ao processo de regulação nos
países da América Latina, indica que:
"os organismos internacionais pertencentes à ONU têm buscado exercer influência
sobre os novos desenhos de regulação social desses países por meio de
orientações, extraídas de estudos e pesquisas produzidos por esses mesmos
organismos, e por meio de outras formas de constrangimentos econômicos.
Contudo, embora essas orientações sejam as mesmas para o subcontinente,
resultam em diferentes processos de assimilação nos distintos países."
A UNESCO, então, chamou o Brasil para uma discussão nacional sobre o assunto,
envolvendo delegações de todo o país. Em 1996, ocorreu uma intensa mobilização,
incentivada oficialmente pelo MEC, mas apenas como forma de preparação para a V
CONFITEA. Nesse sentido, o MEC instituiu uma Comissão Nacional de EJA para
incrementar essa mobilização e a recomendação dada foi que cada Estado
realizasse um encontro para diagnosticar metas e ações de EJA.
Desde então, as instituições envolvidas, não aceitando que esse fosse um processo
apenas contingencial e circunstancial, decidiram dar prosseguimento a esses
encontros. Seguindo essa corrente de intercâmbios, Curitiba realizou um encontro,
patrocinado pela UNESCO, para a socialização da V CONFITEA. Como conseqüência
desse Encontro, veio a decisão de se iniciar uma série de encontros nacionais,
ocorrendo, em 1999, o 1º ENEJA, no Rio de Janeiro. Esse Encontro foi um estímulo
para o surgimento de fóruns. A partir dessa mobilização nacional, foram
organizados os Fóruns Estaduais de EJA, que vêm se expandindo em todo o país,
presentes, atualmente, em todos os estados brasileiros. Esses Fóruns de EJA
surgiram, então, como espaços de encontros e ações em parceria entre os
segmentos envolvidos com a área: o poder público, as universidades, os Sistemas
S, as ONG's, os movimentos sociais, os sindicatos, os grupos populares, os
educadores e os educandos. (SOARES, 2004).
Em 1996 foi promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB
9334/96 - que propôs, no artigo 3º , igualdade de condições para o acesso e a
permanência
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