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A Globalização

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Por:   •  4/6/2014  •  1.782 Palavras (8 Páginas)  •  555 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CENTRO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO (CLC)

LICENCIATURA LETRAS PORTUGUÊS/LITERATURA

DISCIPLINA FUND. SÓCIO-HISTÓRICO-FILOSÓFICOS EDUCAÇÃO

FUNDAMENTOS SÓCIO-HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCAÇÃO

PROF. DR. ARMANDO MANUEL DE OLIVEIRA CRUZ

ACADÊMICA MAGDA TATIARA DA SILVA BANDEIRA

Pelotas

21 de agosto de 2013

Estudar a sociologia é compreender a sociedade de forma sistemática, no sentido de que existem fatores responsáveis pela sua formação e modificação. É na sociedade industrial e capitalista que a escola passou a ser formalmente utilizada como um lugar de doutrinação dos jovens para o trabalho. A justificativa da “pedagogia do oprimido” mostra a busca e o empenho dos homens por uma libertação. “Para que haja o oprimido é necessário que exista o opressor”. A educação como tema da sociologia propõe uma análise detalhista do que o indivíduo necessita para se manter vivo em uma sociedade e o papel da educação por várias esferas sociais transformando o pensamento humano, o não sociável, o não construído, o que já nasce pronto. Vivemos em permanente conflito, criamos, transformamos e estabelecemos mecanismos de relações. “Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo". Quem não ouviu, no mínimo, uma destas expressões nos últimos anos? Globalização e neoliberalismo são, sem dúvida, marcas de nosso tempo.

O processo de globalização surgiu para atender ao capitalismo e, principalmente, os países desenvolvidos; de modo que pudessem buscar novos mercados, tendo em vista que o consumo interno encontrava-se saturado. A globalização estreitou as relações comerciais entre os países e as empresas. Outro aspecto da globalização é a formação de blocos econômicos, que buscam se fortalecer no mercado que está cada vez mais competitivo. E nesta sociedade marcada pela revolução tecnológico-científica, curiosamente a centralidade do processo produtivo está no conhecimento e, portanto, também na educação.

Para Paulo Freire, as técnicas do método de alfabetização embora em si valiosas, tomadas isoladamente não dizem nada do método. Também não são ajustadas ecleticamente segundo um critério de simples eficiência técnico-pedagógica. Inventadas ou re-inventadas numa só direção de pensamento, resultam da unidade que significa e transforma o método e assinala o sentido e o alcance de seu humanismo: “alfabetizar é conscientizar”. Com base no que foi abordado e nas críticas feitas por Paulo Freire, em relação à pedagogia tradicional (a decoreba), farei uma reflexão comparativa com o texto “Ler e compreender”, que segundo Ângela Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos. “A teoria materialista de que os homens são produtos das circunstâncias e da educação e de que, portanto homens modificados são produtos de circunstâncias diferentes e de educação modificada, esquece que as circunstâncias são modificadas precisamente pelos homens e que o próprio educador precisa ser educado. Leva, pois, forçosamente, à divisão da sociedade em duas partes, uma das quais se sobrepõe à sociedade [...]. A coincidência da modificação das circunstâncias e da atividade humana só pode ser apreendida e racionalmente compreendida como prática transformadora.” (Karl Marx, 1945).

Experiência e saber que se dialetam, densificando-se, alongando-se e dando, com nitidez cada vez maior, o contorno e o relevo de sua profunda intuição central: a do educador de vocação humanista que, ao inventar suas técnicas pedagógicas, redescobre através delas o processo histórico em que e por que se constitui a consciência humana. Ou, aproveitando uma sugestão de Ortega, o processo em que a vida como biologia passa a ser vida como biografa. Talvez seja este o sentido mais exato da alfabetização: aprender a escrever a sua vida, como autor e como testemunha de sua história, isto é, biografar-se, existenciar-se, historicizar-se. Por isto, a pedagogia de Paulo Freire, sendo método de alfabetização, tem como ideia animadora toda à amplitude humana da “educação como prática da liberdade”, o que, em regime de dominação, só se pode produzir e desenvolver na dinâmica de uma “pedagogia do oprimido”. As técnicas do referido método acabam por ser a estilização pedagógica do processo em que o homem constitui e conquista, historicamente, sua própria forma: a pedagogia faz-se antropologia. Esta conquista não se pode comparar com o crescimento espontâneo dos vegetais: participa da ambigüidade da condição humana e dialetiza-se nas contradições da aventura histórica, projeta-se na contínua recriação de um mundo que, ao mesmo tempo, obstaculiza e provoca o esforço de superação liberadora da consciência humana. A antropologia acaba por exigir e comandar uma política.

Em relação à caracterização da força de trabalho ao longo do tempo, Marx (1982) denominou de cooperação, manufatura e maquinaria, nos quais a propriedade, uso e significado do saber do trabalhador sofreram mudanças em razão da relação social historicamente desenvolvida entre trabalhadores e capitalistas. O saber do trabalhador ainda era de seu domínio na etapa caracterizada pela cooperação, apesar da divisão do trabalho já existente. Na manufatura prevalece a especialização do trabalhador que se caracteriza pela "[...] decomposição da atividade do artesão simples, a operação contínua manual, artesanal, dependendo, portanto da força, da habilidade, rapidez e segurança do trabalhador individual, ao manejar seu instrumento" (MARX, 1982, p. 389).

Conforme Mariano Enguita em sua obra “Face oculta da Escola”, na passagem em que reflete sobre a concepção de educação dos revolucionários, afirma que, ao povo deveria ser oportunizada uma educação intermediária, pois é necessário educá-los, mas não demasiadamente. O bastante para que aprendessem a respeitar a ordem social, mas não tanto que pudessem questioná-la. O suficiente para que conhecessem a justificação de seu lugar nesta vida, mas não ao ponto de despertar neles expectativas que lhes fizessem desejar o que não estavam chamados a desfrutar.

Para Enguita,

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