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A Importância da Linguagem

Por:   •  19/6/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.015 Palavras (5 Páginas)  •  80 Visualizações

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A IMPORT NCIA DE REPENSAR O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

De acordo com a Sociolinguística, existe a variedade linguística, que significa os diferentes modos de falar uma língua, levando em conta diversos fatores, como grau de instrução, lugar de origem, idade, classe social, sexo. Segundo Bagno (1999):

“No Brasil, não se fala uma só língua, pois existem mais de duzentos falares em diversos pontos do país de sobreviventes das antigas nações. Além disso, muitas comunidades de imigrantes estrangeiros mantêm viva a língua de seus ancestrais: coreanos, japoneses, alemães e italianos.”

Na situação 1, a professora do ensino médio encontrou uma forma de apresentar e trabalhar às variedades linguísticas aos alunos, por meio da tirinha da Turma da Mônica. O papel do professor, diante desse assunto, é justamente apresentar as variantes aos alunos para que eles estejam cientes de que não existe somente um único modo de falar.

Ela faz uma análise adequada da fala do personagem do Chico Bento, pois são estruturas de um dialeto do interior, não condizem com a variedade padrão da língua. O texto utilizado pela professora é uma tirinha, as estruturas utilizadas como exemplo estão dentro de balões que correspondem às falas dos personagens. Então quando ela mostra essas palavras: ‘fessora’, ‘castigá’, ‘pur’, ‘arguma’ , ‘qui’, ‘num’, ‘inda’, ‘pruque’, ‘di’, ‘hoji’; está apresentando aos alunos que existem outras possibilidade no falar, ampliando a capacidade comunicativa para além da norma culta.

Pensando na fala e na escrita, temos as duas modalidades da língua, que, apesar de seguirem o mesmo sistema linguístico, possuem características distintas. As estruturas analisadas pela professora foram retiradas de um contexto oral, marcadas por coloquialidades.Então, se considerarmos a língua escrita, como a linguagem formal, essas mesmas estruturas estariam escritas de outra forma: “professora”, “castigar”, “por”, “alguma”, “que”, “em um”, “ainda”, “porque”, “de”, “hoje”; adequadas ao padrão, ao que seria prescrito pela Gramática Tradicional (GT).

Na situação 2, apesar de estar em uma sala de aula, o aluno se dirige ao professor em um contexto informal falando “Oi, professor! Vou pegar na biblioteca o livro que eu falei!” e ele o corrige na mesma hora para “Vou pegar na biblioteca o livro de que eu falei! Essa é a forma correta”.

Segundo o professor em questão, o seu apontamento acerca da fala do aluno é pautado seguindo regras gramaticais propostas pela GT. No entanto, ao informar ao estudante que essa seria a forma correta de se falar, ao usar justamente essa palavra “correta”, ele demonstra que acredita que existe a variante padrão, seria a única forma de se falar, independente do contexto. Para esse professor, existe o que se chama de falante culto, alguém que em tese tem um nível de escolaridade maior e que usa uma linguagem de maior prestígio social. Ou seja, para ele, a fala deve ser algo formal, pautado em regras e, de certa forma, artificial. Segundo

“Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português. (Imagine se alguém fosse falar inglês ou francês do jeito que se escreve!) Muitas gramáticas e livros didáticos chegam ao cúmulo de aconselhar o professor a “corrigir” quem fala muleque, bêjo, minino, bisôro, como se isso pudesse anular o fenômeno da variação, tão natural e tão antigo na história das línguas.”

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram criados pelo Governo Federal com o intuito de orientar a prática docente em nível nacional, trazendo uma reflexão sobre as grades curriculares. Uma das mudanças propostas na área de Língua Portuguesa é o princípio do USO>REFLEXÃO>USO. Isto é, o ensino da gramática pautado em textos, focando no desenvolvimento da competência argumentativa. Justamente o que acontece na situação 1, na qual a professora, por meio de uma tirinha,

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