A Introdução à Educação de Surdos
Por: kesstarg • 13/7/2022 • Relatório de pesquisa • 2.384 Palavras (10 Páginas) • 144 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS LIBRAS
KESSIA OLIVEIRA TARGINO
AVALIAÇÃO PARCIAL
Psicologia e Educação de Surdos
Profª.: Marta Cavalcante Benevides Loureiro
FORTALEZA – CE
2022
- A partir da leitura do texto “Psicologia escolar no Brasil: considerações e reflexões históricas”, explique quais as mudanças conceituais e práticas da psicologia escolar/educacional desde sua chegada ao Brasil até os dias atuais (2 pontos).
Inicialmente a psicologia escolar brasileira foi influenciada pela psicologia escolar norte-americana e a francesa. A psicologia desenvolveu-se no Brasil principalmente para atender problemas da educação, sobretudo a formação de professores, sendo criados, em vários estados brasileiros, laboratórios de psicologia ligados às escolas normais, onde eram desenvolvidas pesquisas junto aos alunos com necessidades especiais e dificuldades de aprendizagem. Posteriormente, no período da República Velha, começaram a ser utilizados em grande escala instrumentos psicológicos na medição e classificação de indivíduos em instituições. No início da psicologia escolar no Brasil, evidenciou-se o caráter clínico e terapêutico das intervenções realizadas médicas e educacionais. No início do século XX, livros de base da psicologia escolar apresentava definições de retardatários escolares e comentários acerca da educação especial de pessoas com deficiência visuais e de surdos que estavam em consonância com os Estudo de Binet, Simon e Pestalozzi. Também no início do século XX, Clemente Quaglio realizou pesquisa sobre deficiência mental em escolares, utilizando instrumento de medição da inteligência desenvolvido por Binet e Simon. Laboratórios de psicologia espalhados pelo país produziram diversas pesquisas com foco na medição do desenvolvimento mental, aprendizagem e maturidade para leitura e escrita. Predominando a concepção clínica e classificatória no tratamento dos problemas de aprendizagem, também estiveram presentes outras concepções que procuravam compreender as relações do indivíduo com o seu contexto social. Portanto, a principal característica da atuação em psicologia escolar durante a primeira metade do século XX foi o caráter remediativo com o qual se tratavam os problemas de desenvolvimento e aprendizagem. Tendo como características: Influência da Medicina, Atuação Clínica no Trabalho do Psicólogo Escolar, Enfoque Psicométrico (avaliação e diagnóstico) e Organização de classes para alunos especiais (encaminhamento para serviços especializados. Durante a movimentação civil (1960 e 1970) ocorreu a Ressignificação da relação da psicologia com a sociedade, tendo como consequências o surgimento de novas áreas de formação e atuação ligadas principalmente à área da saúde e da educação. Ainda nos anos 70 foi promulgada a lei nº 5.692/71, que ampliou o sistema educacional e efetivou a expansão da escolaridade obrigatória e gratuita. Subsequente o aumento no quantitativo de alunos advindos das mais diversas realidades socioculturais ocasionou dificuldades de adaptação do sistema à nova realidade e, diante dessa educação, a psicologia foi chamada para auxiliar o sistema educacional a fim de se compreenderem as queixas escolares. A prática das intervenções acima mencionadas provocou, ao longo das duas décadas seguintes, explicações para o fracasso escolar baseadas nos resultados obtidos por meio de instrumentos de medição da inteligência, atributos afetivos, motores e outros que ora localizavam a problemática no indivíduo, ora relacionavam as dificuldades escolares às condições socioeconômicas e/ou ao ambiente familiar. Porém, ao contrário do que pretendiam os psicólogos-esclarecer as causas e tratar as dificuldades de aprendizagem -, tais intervenções trouxeram prejuízos ao desenvolvimento dos alunos e contribuíram para a passividade dos agentes escolares, uma vez que a ideia de melhora associava-se ao poder de cura delegado à medicina e à psicologia. Assim, a psicologia alcançou reconhecimento como detentora de um saber que lhe autorizava explicar o fracasso escolar, destinando-se a atribuição de solucionar as queixas escolares, principalmente por meio do atendimento ao aluno. Diante do exposto, constata-se que a relação da psicologia com a educação aconteceu de forma assimétrica, pois aquela explicava os fenômenos e ditava procedimentos de tratamento, contribuindo para processos de categorização, segregação e marginalização do que é considerado “diferente”. A insatisfação dos psicólogos escolares com sua atuação no final da década de 1970 provocou uma crise que se prolongou pelas duas décadas seguintes. Esse período se caracterizou pela produção de reflexões e pesquisas que evidenciavam os entraves causados por concepções remediativas e circunstanciais aplicadas ao processo educativo, além de repercussões que originaram desestabilização e insegurança na atuação em psicologia escolar, uma vez que os procedimentos convencionais não mais respondiam com eficácia às demandas do contexto. O avanço das discussões propiciou, no final dos anos de 1980 e início da década de 1990, a criação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), acontecimento importante para a delimitação da área de psicologia escolar. A entidade vem contribuindo, desde então, com a divulgação de reflexões acerca da identidade do psicólogo escolar, dos conhecimentos psicológicos que se aplicam à área e das possibilidades de atuação em espaços educacionais. Também nos anos 90 a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) vem produzindo uma intensa discussão acerca da atuação em psicologia escolar por meio do Grupo de Trabalho (GT) de Psicologia Escolar: pesquisa, formação e prática, que investiga e produz reflexões teóricas e interventivas acerca da psicologia escolar. Já nos anos 2000 observou-se o avanço da discussão teórica acerca da atuação do psicólogo escolar. Dentre os temas contemplados estão à atuação institucional, a participação do psicólogo escolar na formação de professores e na elaboração do projeto político pedagógico da escola e experiências de estágios baseadas em metodologias de pesquisa-ação. Acerca da atuação da psicologia escolar no cenário brasileiro contemporâneo, ressaltou que, em locais como o Distrito Federal, psicólogos atuando em equipes multidisciplinares que apoiam o processo de aprendizagem no Ensino Público, além de terem uma formação continuada oferecida pela Universidade de Brasília desde 1995 e uma maior frequência de psicólogos escolares dentro da escola. Porém em outros estados, ainda há presença muito grande de práticas avaliadoras e classificatórias. Atualmente a psicologia escolar passa por uma fase de questionamento sobre sua atuação, tendo as práticas e concepções antigas e atuais são encontradas no cotidiano, portanto há uma importância de intensificar reflexões sobre a formação e prática do psicólogo escolar.
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