A Linguística textual e Precursores da linguística textual
Por: Mara Medeiros • 6/3/2016 • Resenha • 503 Palavras (3 Páginas) • 1.319 Visualizações
KOCH, Ingedore G. Villaça. FÁVERO, Leonor Lopes. A Linguística textual e Precursores da linguística textual. In: Linguística textual: Introdução. São Paulo. Editora Cortez, 6º ed. p. 11-36.
Um novo ramo da linguística surge na década de 60 na Alemanha, denominada lingüística textual que tem como objeto de estudo o texto por ser uma manifestação da linguagem. Destacando-se os lingüistas Dressler e Van Dijk. Os lingüistas da época desenvolveram a gramática textual devido às lacunas das gramáticas de frase como no tratamento de fenômeno e correferência. Para Dressler a pragmática do texto é que diz a função de um texto no seu contexto, enquanto a sintaxe verifica sintaticamente a significação do texto e como expressa o que está à sua volta, já a fonética do texto preocupa-se com as características e sinais fonéticos do texto e das configurações sintáticas textuais. A teoria da frase passa por três etapas até chegar a da teoria do texto não sendo estas distinções cronológicas e sim tipológicas, a primeira é a análise perifrástica a segunda a construção das gramáticas textuais e a última a construção das teorias do texto. De acordo Leontév o texto não existe isolado da sua produção ou da sua recepção e para Dijk o texto é uma unidade teoricamente reconstruída, subjacente ao discurso. Os partidários da análise do discurso acreditam que o texto é uma resultante da manifestação verbal equivalendo-se o texto a qualquer processo discursivo. Qualquer passagem falada ou escrita independente da sua extensão formando um todo significativo é considerado texto. A coerência e a coesão textual merecem destaque por serem critérios ou padrões de textualidade que compõem a unidade de sentido da tessitura do texto. Os elementos precursores da linguística textual foram à retórica, a estilística e o formalismo russo que formaram às três grandes linhas de estudo da época. A retórica tinha um caráter pragmático e quem possuía suas técnicas poderia atingir o objetivo desejado de acordo à situação discursiva. Alimentada pela retórica, pela pragmática e pela filosofia a estilística trabalhava todas as relações acima do nível da frase enquanto o formalismo russo estudava a estrutura do texto em si por si mesmo em busca da literariedade. Hjelmslev, Harris, Pike, Jakobson, Benveniste e Pêcheux podem ser considerados precursores da linguística do texto. Toda língua natural é considerada ao mesmo tempo texto e sistema para Hjelmslev e todas as variedades da função da linguagem devem ser estudada segundo Harris, já para Benveniste é sob as condições das intersubjetividades que se torna possível a comunicação e que a língua combina dois modos distintos de significação: o semiótico e o semântico. Pêcheux assinala ainda que para análise do discurso se articulam três grandes áreas do conhecimento: ideológico-cultural, a linguística e a ação discursiva. Atualmente a inter-relação entre discurso, formação social e ideologia servem de base para estudos sobre análise do discurso. Zellig Harris afirma que a linguagem não ocorre por palavras ou frase soltas, más em alocuções conectadas, existindo diferenças entre enunciado e texto de forma qualitativa e quantitativa por se tratarem de unidades heterogêneas.
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